Capítulo 06.

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Boa leitura!
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O professor de biologia estava em pé de frente para a nossa bancada, lendo o relatório que "nós" tínhamos acabado de preencher.

- Parece bom - ele olhou para nós e sorriu depois de um tempo - Descreveram perfeitamente as quatro situações - ele olhou de Louis para mim - Gostei de vocês dois juntos. Gostaria que sempre fizessem duplas em minhas aulas.

Um gosto azedo subiu pela minha garganta e preencheu a minha boca ao ouvir isso. Já havia sido difícil o suficiente passar uma aula praticamente inteira ao lado dele, sabendo que ele me observava o tempo todo. Eu definitivamente não gostaria de fazer isso todas as aulas.

- Isso aqui ficou muito bom - o professor indicou o relatório.

Dei um sorriso forçado, sabendo que eu não merecia aqueles elogios. Eu não tinha feito nada. Ele tinha feito tudo sozinho com uma rapidez que eu não achava que um ser humano era capaz.

Eu até havia tentado fazer no começo, mas não deu certo. Depois de minutos sem resultado, comigo apenas folheando o livro sem achar nada, ele tomou a folha da minha mão e começou a escrever. Em cinco minutos ele terminou e levantou a mão, anunciando que havia terminado. Eu não acreditei que Louis havia conseguido fazer tudo em cinco minutos e acabei ficando chocado quando o professor disse que estava tudo perfeito.

- Acho que vocês têm - o professor olhou o relógio em seu pulso e enrugou a testa - Trinta minutos livres?

Ele pareceu não acreditar que havíamos terminado tudo em menos de vinte minutos. Mal sabia ele que Louis quem havia terminado tudo em cinco minutos e que o resto do tempo eu havia gastado tentando responder todas as questões.

- Não esperava que terminassem tão rápido - ele ainda parecia incrédulo - Era todo o planejamento que eu tinha para a aula - ele olhou para nós - Bom, acho que estão livre por enquanto. Se quiserem sair e dar uma voltar por aí... Fiquem à vontade. Não tenho mais nada para vocês hoje.

Ele deu as costas, indo atender o chamado de um aluno. Olhei de lado para Louis, que ainda me encarava. Ele tinha passado esse tempo todo fazendo isso: me encarando como se pudesse me comer com os olhos. Isso já estava me dando nos nervos.

- Você parece desconfortável - ele disse.

- Não, não estou - o encarei, me recusando a abaixar a guarda - Mas aposto que você gostaria que eu estivesse.

Dei as costas e saí do laboratório, apressando o passo em direção aos dormitórios. Iria aproveitar esses trinta minutos antes da próxima aula para ficar sozinho no meu quarto, tentando botar os pensamentos em ordem e achar uma lógica para todas as coisas estranhas que aquele garoto despertava em mim e nas demais pessoas ao seu redor.

Talvez ele tenha feito mesmo um pacto com satã, pensei, lembrando que Zayn havia dito isso sobre ele. Bufei logo em seguida, frustrado. Tudo em que conseguia pensar para explicar isso era ridículo e nada lógico.

Estava virando o corredor quando dei de cara com uma garota que passava correndo por alí, a mochila pendurada no ombro, parecendo com pressa. Ela esbarrou em mim com força, fazendo todos os meus livros e cadernos caírem no chão.

- Desculpa - ela gritou, ainda correndo na direção oposta.

Lancei um olhar feio para ela. Talvez não tenha esbarrado por querer, mas poderia ter parado e me ajudado a recolher as coisas que, por causa dela, haviam caído. Era o mínimo.

Chamas da Ilusão -L.sOnde histórias criam vida. Descubra agora