Capítulo: 14

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Pov Austin Mahone

O quarto estava envolto em uma escuridão sufocante, cada canto parecendo esconder um segredo sombrio. O cheiro de podridão era avassalador, uma mistura de carne em decomposição e algo mais, quase como se a própria essência da podridão estivesse impregnando as paredes. Era um aroma que se agarrava à garganta, fazendo cada respiração parecer uma batalha contra o próprio terror.

Demetria entrou abruptamente, sua presença cortando o ambiente com a precisão de uma faca afiada. Seus olhos, amplos e alertas, escaneavam o quarto como se esperassem encontrar algo além do óbvio. A iluminação fraca da lâmpada no canto criava sombras que dançavam nas paredes, projetando figuras distorcidas que pareciam observar cada movimento.

— Como assim ela sumiu? — O tom de incredulidade na voz de Demetria ressoava como um grito de agonia em meio ao silêncio pesado do quarto.

O ambiente estava saturado com o fedor de decomposição, um cheiro quase físico que parecia pesar no ar. A presença de Demi, tão abrupta e inesperada, fazia com que a atmosfera se tornasse ainda mais densa, como se a própria escuridão estivesse se espremendo para dentro do espaço.

— Você não está sentindo o cheiro de podridão no ar? — Perguntei, minha voz um sussurro nervoso, tentando identificar a fonte daquele horror.

Era como se o próprio ambiente estivesse vivo, uma entidade malevolente que absorvia toda a luz e esperança. Demi entrou com uma força que parecia desafiar a própria natureza do medo que permeava o espaço.

— Vedoromal! Aquela vagabunda imunda não sabe com quem está se metendo! — A voz de Demi era uma explosão de raiva e medo, uma declaração de guerra contra um inimigo invisível.

Ela fechou os olhos com uma concentração quase sobrenatural, e de repente, as outras mulheres apareceram no recinto, suas figuras surgindo como sombras de um pesadelo. O choque do que vi era quase físico. Allysson estava no chão, vomitando uma gosma preta que se espalhava pelo chão com uma textura repulsiva. Era como se a própria substância fosse uma manifestação do terror que tomava conta dela.

— Ly! — Demi correu até Allysson, suas mãos tremendo ao tentar ajudar a amiga. O som do vômito, um gorgolejo horrível e contínuo, preenchia o espaço com um tom macabro.

Dinah estava ao lado, oferecendo um frasco de líquido azul. A luz fraca do quarto refletia nas suas mãos, criando uma aura quase fantasmagórica ao redor do frasco. Sua expressão era uma mistura de preocupação e pânico.

— Que caralhos está acontecendo aqui! — Dinah exclamou, sua voz carregada de uma urgência desesperada.

— O que Vero tinha previsto — Camila declarou com um tom sombrio, seus olhos fixos na cama onde Lauren havia estado. O colchão estava marcado com uma umidade escura e uma sensação de abandono.

— Uma guerra.

O peso da palavra caiu como um peso mortal sobre nós. A ideia de uma guerra significava não apenas o conflito, mas o desespero e a devastação que acompanhariam cada batalha.

— Sabemos que Vedoromal não está trabalhando sozinha — Falei, observando uma pena de corvo caída ao lado da cama. A pena era uma mancha de escuridão em um ambiente já saturado de sombras.

— Sabemos? — Camila perguntou, sua voz uma mistura de descrença e medo crescente enquanto seus olhos se fixavam na pena.

— Sabá Marksh.

O nome escapuliu dos meus lábios com uma força quase sobrenatural, como se a própria pronúncia atraísse uma aura de terror. A ideia de enfrentar uma entidade tão temida era palpavelmente aterrorizante.

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