SHAMELESS

Capítulo: 12

Pov Narrador

A floresta negra, com sua aura sinistra, permanecia fria e sombria, um lugar de pesadelos para qualquer um que se atrevesse a se aventurar por ali. No limiar entre os mundos dos vivos e das sombras, Lauren vagava sozinha, seu espírito afligido pela ansiedade e desespero. O lugar parecia eterno, um labirinto de árvores tortuosas e sombras que se contorciam, como se fossem uma extensão dos próprios medos dela.

Cada passo que ela dava parecia ecoar na eternidade, o chão coberto por uma camada de folhas secas e musgo que abafava qualquer som. A escuridão era tão opressiva que parecia engolir a própria luz, e a atmosfera carregava um peso invisível que fazia o coração de Lauren bater com mais força a cada instante. Ela estava cansada, sua mente confusa e sem rumo, uma presa fácil para os horrores que se escondiam nas profundezas da floresta.

Lauren encontrou um tronco quebrado de uma árvore antiga e se sentou, buscando um breve alívio. Ela soltou um suspiro frustrado, as lágrimas queimaúram seus olhos, sua voz carregada de desespero.

- O que estou fazendo aqui? - Ela murmurou para si mesma, sua voz ecoando na solidão, sem resposta.

A ausência de memória sobre como chegou ali era um golpe cruel. O que restava de seus pensamentos estava disperso, e a sensação de estar perdida em um pesadelo sem fim dominava sua mente.

Enquanto ela estava imersa em seus pensamentos desordenados, uma sombra sinistra se movia nas profundezas da escuridão, observando-a com interesse maligno. Um sussurro, inicialmente indistinguível, começou a se infiltrar em seus pensamentos. Era um som quase imperceptível, mas com cada repetição, tornava-se mais sinistro e perturbador.

- Vedoromal... Vedoromal... - O sussurro se transformou em uma chantagem aterrorizante.

O terror se intensificou quando uma figura grotesca surgiu à sua vista. A presença era tão horrenda que parecia deformar a própria realidade ao seu redor. A criatura, sem olhos, avançava com uma aura de malevolência palpável, e Lauren sentiu uma pontada aguda em sua perna e no abdômen, como se as lembranças dolorosas estivessem voltando para atormentá-la.

- Olá, Lauren. - A voz da criatura era um murmúrio gelado, cheio de intenções malignas. Lauren tentou se mover, tentar fugir, mas seu corpo estava paralisado, como se uma força invisível a mantivesse presa.

- Você é muito importante para nós, Lauren. Sua presença nessa cidade só adiantou o inevitável. - A criatura falou, suas palavras carregadas de um sinistro pressentimento.

- Daqui a 20 luas, a vigésima primeira será o seu renascimento. A filha da escuridão virá nos servir para a destruição de todos os seres. - A profecia sombria parecia ecoar através das árvores, um prenúncio de caos e destruição iminente.

Com um sussurro maligno, Vedoromal se retirou do plano astral e fez seu caminho até a velha casa. A porta de madeira rangia com um som macabro quando Vedoromal a abriu, e o ambiente dentro da casa parecia carregar uma aura de decadência. O cheiro de mofo e deterioração preenchia o ar, e as paredes cobertas por uma camada espessa de sujeira e bolor criavam um cenário de horror.

Sabá, com seu olhar repugnante e seus furos grotescos, estava esperando. A visão do bruxo inconsciente no sofá era perturbadora, e o desdém em seu olhar indicava o desprezo que sentia por ele.

- Esse verme está morto? - Vedoromal perguntou, sua voz baixa e carregada de ameaça.

- Fiz com que ele dormisse. - Sabá respondeu, apontando para o corredor com uma expressão de desdém. - A escolhida se encontra naquele cômodo.

- Irei fazer o processo de transição. Na vigésima primeira lua, nós faremos a finalização e o resto ela fará por nós. - Vedoromal afirmou, sua voz ressoando com uma determinação fria.