CAPÍTULO NOVE
Um novo caminhoHinata acordou cansada de olhar para a parede do hospital e a cadeira vazia ao seu lado. Era o seu terceiro dia ali desde que voltou do seu pequeno coma e apenas desejava ir embora dali, mas sabia que não tinha nenhum lugar para ir. As paredes de lá, com cores sempre tão sem vida, continha apenas um relógio insuportável e o som daquele objeto entrava em seus tímpanos, fazendo-a querer quebrá-lo e fugir daquele quarto. Outra coisa que a fazia querer fugir daquele lugar era a péssima comida que serviam, até mesmo Hanabi fazia comida melhor e o que mais era servido naquele lugar era uma sopa rala e aguada, que fazia qualquer um desejar tomar soro pelo resto da vida. A falta de tempero e ingredientes fazia qualquer pessoa se sentir ainda mais debilitada, mas como Hinata não tinha outra escolha, apenas comia e agradecia pois não sabia nem se comeria quando saísse daquele lugar — isso se saísse.
Suspirando ruidosamente no quarto vazio, ela ainda não conseguia aceitar direito o fato de seu clã a ter renegado por causa de um dano em missão. O dano de um golpe que não permitia a volta do seu chakra e nem de seu Byakugan. Hinata sabia que seu pai não encontrava nela um motivo para amá-la e nem de sentir orgulho, mas saber que ele apoiava que a matassem, acabava aos poucos com a sua vida já em fragalhos e embora ela evitasse pensar sobre isso o máximo que conseguia, ainda era atormentada com pesadelos e a solidão. Como passava os dias constantemente sozinha, sem alguém para distraí-la de seus pensamentos depreciativos e das lembranças da visita do pai, ela fingia se distrair com algo além da janela.
Desde que acordou e recebeu a péssima visita do seu pai, ninguém mais se dispôs a visitá-la e ela já estava esperando há dias. Tentou, sinceramente, não se sentir chateada, mas ao ouvir o hospital recebendo visitas constantemente, pediu a Kami que pelo menos uma fosse para ela – o que não aconteceu já que ninguém apareceu ali. Após isso, Hinata temeu ter sido excluída da aldeia e esperou a visita da Hokage para que desse a notícia de que teria que partir. Não demorou muito e realmente a Hokage apareceu por ali.
A garota engoliu em seco e suspirou, chateada com a situação, quando a mulher loira entrou em seu quarto naquela manhã, esperando a sentença para que fosse embora do lugar em que cresceu.
— Bom dia, Hinata. — cumprimentou a loira, se sentando na cadeira que há tempos a garota estava pedindo para que fosse ocupada. Entretanto, não era a Hokage que ela queria.
— Bom dia, Hokage-sama. — devolveu ela, tentando fazer uma saudação respeitosa, mas ao se curvar, sentiu seu corpo se contrair de dor, fazendo com que resmungasse.
— Vejo que ainda não está cem por cento... — comenta a mais velha com o rosto inclinado em uma curiosidade médica. — Talvez por ter perdido todo o seu chakra, seu metabolismo de cura esteja desacelerado.
— É, acho que sim... — murmurou, acuada.
Sem ao menos saber, a Hokage tocou na sua mais recente ferida emocional.
— Eu receio que saiba o motivo pelo qual eu vim te ver. — começou Tsunade, pigarreando desconfortavelmente e tomando um ar mais sério. Hinata se encolheu, desviando o olhar para suas pernas cobertas, sentindo o coração bater dolorosamente. — Eu vim falar do seu futuro.
— Eu imaginei... — sussurrou a outra ainda sem olhar para a Hokage. — Eu estive esperando por isso.
— Eu sei que seu pai veio visitá-la e já contou a escolha do clã em relação ao seu estado... — inútil, concluiu a menina sozinha enquanto a mulher pensava em frases mais leves para se dizer, pois sabia o estado sensível dela. — Eu realmente não tive o que fazer, tentei conversar e convencer o clã a repensar, mas os Hyuuga sempre foram teimosos e obstinados! — continuou. — A única solução que eu encontrei foi casá-la com alguém de outro clã para não ter que mandá-la embora da aldeia, mas isso também não dependia só de mim.
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My Little Tsuru | SasuHina
Fanfiction*SENDO REESCRITA* Dois anos após a 4ª Guerra Ninja, Hinata ainda se sentia perdida. Seu clã achava que ela era fraca e incapaz de liderar, seu pai considerava-a como uma inútil e seus amigos, bem, não eram seus amigos. Mas depois de um certo ferim...