CAPÍTULO OITO
Uma nova realidadeHinata acordou e sentiu sua cabeça latejar como nunca antes em sua vida. Se lembrou da luta que tivera no exato momento em que seu corpo se mexeu milimetricamente para o lado, causando uma dor inimaginável. Abriu os olhos e deu de cara com o quarto do hospital de Konoha, ficando confusa com o fato de estar ali e não no meio da floresta numa missão. Quando olhou para o lado em busca de respostas e viu uma cadeira, que devia ser o de acompanhante, vazia, suspirou. Ao menos sua família devia estar ali e mesmo que seu pai não viesse, alguém deveria ter ficado ali cuidando da herdeira pois não podiam deixar ela sem nenhum guarda quando se encontrava tão frágil. E então lhe veio à mente de que sua família poderia não saber que ela estava ali.
Ela se sentou na cama, depois de muito luta contra a dor, e ficou encarando o nada, sentindo que sua garganta estava seca e não possuía nenhuma jarra de água por perto. Piscou algumas vezes e sentiu algo de diferente em seus olhos, tentou ativar o Byakugan, mas a única coisa que conseguiu foi uma dor de cabeça insuportável. Foi então que se lembrou de Susumo Haidaku selando seus olhos num jutsu proibido e retirando seu chakra.
— Isso não pode estar acontecendo... — murmurou para si mesma e voltou a tentar.
Sua cabeça começou a latejar mais forte e seus sentidos começaram a falhar, deixando-a atordoada, mas respirou fundo e voltou a tentar mais algumas vezes até que sentiu sangue escorrer do seu nariz. No fim, decidiu que precisava ver seus próprios olhos no espelho e resolveu ir até o banheiro daquele quarto.
O banheiro era comum, contendo apenas um vaso sanitário, uma pia e uma ducha para que os pacientes pudessem se banhar. O espelho, que se encontrava acima da torneira da pia, estava desgastado com o tempo – contendo ferrugem e até um trincado cortando a parte superior dele – e por causa disso imagem saiu um pouco retorcida, mas conseguiu ver os olhos. Era os mesmo de sempre, porém faltava alguma coisa neles, pois estavam opacos e até mesmo foscos. O que aconteceria com ela? Como honraria e lideraria o clã, se nem o Byakugan conseguia ativar? Suspirou, cansada e com enxaqueca, mas não podia desistir. Não podia se dar por vencida.
Começou novamente a se torturar e sentiu um líquido escorrer de seu nariz. Hinata desviou dos seus próprios olhos e viu uma nova camada de sangue descer pelo nariz. Odiava sangue, mas aprendera a lidar com isso durante as missões, lutas e guerra, então sem desespero começou a chorar silenciosamente. Voltou a forçar os olhos, mas não sentia mais uma gota sequer de chakra percorrendo seu corpo. Sua visão se turvou e ela teve que se apoiar na pia para não cair, porém até seu corpo parecia esgotado, fazendo com que caísse no chão. Hinata se permitiu chorar mais. Estava arruinada. Completamente, arruinada. Não poderia mais liderar e seu pai e o concelho a jogaria para a segunda família. Ou pior.
Ouviu a porta do quarto ser aberta, mas sua mente parecia longe o suficiente para não se importar e continuar onde estava: jogada ao lado da pia, com as mãos para cima ainda segurando a bacia da mesma e seus olhos, agora opacos, encarando a parede de tinta branca. Ouviu também seu nome ser chamado algumas vezes antes da porta ser aberta. Mesmo inerte a tudo, levantou os olhos para a pessoa a sua frente. Era o seu pai. O grande Hiashi Hyuuga.
— O que está fazendo aí? — questionou ele, se aproximando da garota e a levando para o quarto.
— Otou-san... — chamou Hinata, chorosa em seu colo. Ela se sentia tão assustada e... vulnerável, que não podia sequer olhar para o pai.
— Você me decepcionou, Hinata. — disse Hiashi, a colocando na cama. — Mais uma vez. — continuou, com um suspiro extremamente cansado.
— E-eu sinto m-muito... — pediu, chorando baixinho. — Eu juro que eu tentei, mas meu chakra estava sendo sugado e eu não consegui evitar o jutsu...
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My Little Tsuru | SasuHina
Fanfic*SENDO REESCRITA* Dois anos após a 4ª Guerra Ninja, Hinata ainda se sentia perdida. Seu clã achava que ela era fraca e incapaz de liderar, seu pai considerava-a como uma inútil e seus amigos, bem, não eram seus amigos. Mas depois de um certo ferim...