Auburn
Carrego a última caixa, contendo o restante das luzinhas e a ponho no chão, Beth está revirando os olhos e torcendo o lábio, minha amiga estava de mau-humor e muito rabugenta, ela não conseguia entender o porquê estou me divertindo de algo, que anos atrás foi uma tortura.
Simples, eu cresci, os anos passaram e olhar para esse mesmo salão, onde muitas lembranças me fazem aquecer o coração agora, com toda certeza não, é algo que me estressava, nem o modo como Bianca ficava pendurada em mim, dando ordens que eu apenas ignorava.
— Sério, porque você está aqui, pelo segundo dia e com toda essa disposição?
Enrolo a última fileira no corrimão e volto a atenção para minha amiga mal-humorada.
— E, porque esse mau-humor todo?
Ela revira os olhos e sopra o ar irritada.
— Porque isso, não foi divertido anos atrás e ainda é um pé no saco.
Deixo a caixa vazia de lado e pego minha bolsa.
— Você ainda continua reclamando, como anos atrás.
Ela me segue, enquanto passo por Bianca e suas fiéis seguidoras.
— Esta vendo aquilo?
Eu nem precisava olhar, para saber de quem ela estava falando.
— Aquilo também continua, Argh!
Sorrio, ignorando o resto dos comentários sarcásticos de Beth.
— Sério, você pelo menos vai convidar o Troya, para te acompanhar?
Reviro meus olhos.
— Porque pensa, que tenho que convidar alguém?
Ela dá, um de seus sorrisos.
— Obviamente porque é um Baile, no Dia dos Namorados, a propósito, isso não é nada original.
— Posso muito bem, vim só.
Ela me lança um olhar de reprovação.
— O quê?
— Até quando vai fingir, que está tudo bem Auburn?
E lá vamos nos, de novo.
— Por que julga que estou fingindo?
Ela me fuzila com o olhar.
— Primeiro, porque você sempre responde essa pergunta, com outra pergunta.
Paro diante do meu carro.
— Eu só não estou a fim, Beth..
— Deus, você não precisa está loucamente apaixonada por alguém, para sair com ele, apenas dê uma chance.
Beth não conseguia entender, que meu corpo e alma estavam sempre trabalhando com o coração, a verdade é que eu saí sim algumas vezes, mas eu estava me enganando mais, pensando que podia dar certo em algum momento, meus pais pensam exatamente como Beth, a verdade era que ninguém entendia.
— Só não estou pronta...
Minha amiga solta um longo suspiro.
— Já faz anos Auburn, em algum momento, você vaiperceber que o tempo passou, que ele pode ter recomeçado.
Merda, se tinha algo que me fazia queimar deraiva, era imaginar o garoto que amei desde o primeiro momento nos braços deoutra, o modo como ele sorria.
— Droga, está pensando nele.
Minha amiga balança a mão em frente ao meurosto.— Fica difícil esquecer alguém, quando vocês não param de me lembrar dele.
Beth esfrega a testa.
— Tudo bem, mas pense Auburn, você poderá se odiar muito lá na frente.
— Vou pensar, agora preciso mesmo almoçar com meus pais.
Abraço ela, me despedindo e entro no carro.
Almoçar com meus pais, era algo sagrado e eu sempre fazia uma vez na semana e em alguns fins de semana também.
********
Parei o carro em frente a minha antiga casa e olhei em direção a casa vizinha, ela ainda estava lá, havia a mesma cerca branca separando nossas casas, só não havia mais o responsável por fazer meu coração bater tão descontrolado.
Agora ali morava a Senhora Francis, ela sempre tinha uma expressão triste no rosto, ficava por horas mexendo no Jardim em frente a casa, como agora, ela está com seu chapéu e luvas nas mãos, suas ferramentas de jardinagem estão todas a sua volta, ela enfia mudas de margaridas nas pequenas covas.
Desço do carro e sigo até pequeno portão.
— Bom dia, senhora Francis.
Ela abre um sorriso afetuoso
— Ola menina, veio ver seus pais?
— Ah! Sim, com certeza.
Sua expressão se torna triste, por um momento.
— Sorte deles.
Aceno uma última vez, antes de entrar em casa, era triste saber que filhos podiam simplesmente esquecer sua mãe, a deixando de lado, a senhora Francis tinha quatro filhos, mesmo assim minha mãe diz que ela sempre reclama da falta deles.
Ouço as vozes de meus pais vindo da cozinha.
— Oi! Pessoal!
Digo com um sorriso, minha mãe larga as panelas e vem correndo me abraçar.
— Oh! Minha linda.
Meu pai repete o gesto e deposita um beijo casto em minha testa.
— Que bom! Te ver filha, a propósito, como andam as coisas na loja?
Sorrio, eu descobri um novo amor quando resolvi me dedicar a essa loja.
— Esta linda, estou aguardando a vossa visita.
Meu pai abre um de seus sorrisos carinhosos.
— Filha, seu pai e eu estávamos falando sobre aquelas caixas que ficaram em seu quarto.
Oh! Meu quarto era um dos cômodos da casa que eu me obrigava a ficar longe, eram muitas lembranças naquele pequeno espaço.
— Eu prometo, que vou dar uma olhada, depois do almoço.
Os dois se olham, sabiam que eu sempre dava um jeito de fugir no final.
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Meu Melhor Amigo,namorado?
Romance"Já olhou para seu melhor amigo e soltou um longo suspiro, pois sim! Essa sou eu, meu nome é Auburn, conheci Tyler quando tinha 8 anos, crescemos juntos praticamente, aos 15 anos eu olhei e senti uma pequena palpitação em meu coração, eu dizia que a...