Capítulo 15

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Auburn...

Minha alma deixou meu corpo em algum momento desde que meus olhos encontraram os deles, eu senti um misto de sentimentos, confusa, irritada e feliz por ele esta ali, de volta, ali era para ser meu recomeço, eu estava pronta para deixar meu coração ser domado pela gentileza de Troya, então tudo aconteceu tão rápido, minutos eu estava correndo dele, depois querendo evita-lo, enquanto queria uma explicação lógica por ele esta ali, depois ele com seus olhos cheios de dor me deixa escapar aquilo, me senti pequena por não ouvi-lo e passei a pensar em como foi difícil para ele, todo esse tempo.

Agora depois da intervenção de todos, estávamos dançando a mesma música de anos atrás, havia só o som da música e o som de nossas respirações próximas, nenhuma palavra foi dita até terminarmos, e ele olhar em meus olhos, estava tão cheio de mágoa.



— É melhor você voltar para seu par.

Ele diz com os olhos baixos, mas o que, então era isso, estava sendo um babaca, porque fui uma arrogante.

— Nossa, então é isso, acredito que, dessa vez eu deva dizer adeus Tyler, já que da última não tive chance...

Passo por ele e subo as escadas correndo, tudo que eu queria era a saída, merda de baile, de reencontro, isso só me serviu para mostrar o quanto sou uma iludida de merda, subo as escadas o mais rápido, Troya me lança um olhar de compaixão, o que era péssimo, não queria mais me lamentar, queria seguir e esquecer, queria dizer adeus a tudo.

Paro diante de Troya e respiro fundo, antes de grudar meus lábios nos dele, ele parece assustado, mas entende que eu preciso daquilo, suas mãos me puxam contra seu corpo, aperto os olhos e tento sentir, por favor, me faça sentir qualquer coisa, me faça esquecer meu melhor amigo, meus pensamentos e o beijo é interrompidos pelo som da voz rouca e furiosa de Tyler.



— PARE COM ESSA PORRA, AGORA!!

Troya se assusta, quando sou puxada de seus braços.

— Então é assim, que você quer esquecer, beijando outro, cara que você nem gosta?

Tento me livrar de suas mãos, mas ele é forte.

— Eu disse adeus Tyler!

Ele solta uma risada, então me pega e joga por cima do ombro, passando pelo meio de todos ali.

— Acredita que não tentei essa merda, dormi com várias garotas esses anos todos Auburn, mas nenhuma me faz esquecer a porra da minha amiga.

Isso era para me confortar, pensar nele trepando com várias garotas, quando eu não conseguia nem beijar um, cara, direito.

— Isso é para eu me sentir bem, porque não esta funcionando, estou te odiando profundamente.

Atravessamos o grande salão e saímos para a noite, ele me põe no chão, assim que chega próximo a um carro.

— Entra?

Cruzo meus braços, ignorando a vontade de soca-lo.

— Entra logo, Auburn!

Como eu não me movo, ele abre a porta e me faz entrar.

— Você não pode fazer isso.

Digo, tentando sair, mas ele trava a porta.

Quando entra e senta, liga o carro saindo disparado.

— Você queria se despedir, então vamos fazer isso direito, conversar e depois você pode beijar aquele, cara se ainda quiser.

Reviro os olhos e decido provocar.

— Talvez eu trepe com alguns, antes de tentar o Troya, ele é muito legal.

— Com esse nome ridículo?

— Você se acha mesmo, quem pensa que é para falar assim dele?

— Eu costumava ser seu melhor amigo, depois namorado...

— Isso foi, há muito tempo.

Digo ficando em silêncio, eu me recusava a falar com ele, estava tão irritada por ele invadir minha vida assim.

***************

Quando ele parou em frente ao hotel, eu sabia que era ali que ele estava hospedado.

— Sua mãe esta aqui?

Ele deixa um meio sorriso escapar de canto.

— Ela está na casa de seus pais, estava empolgada querendo rever nossa antiga casa, então quando percebeu que seus pais ainda moravam ali, ficou muito feliz.

— Então você viu meus pais?



— Sim, quando deixei minha mãe, para jantar comeles, pensei que te veria lá.

— Não moro com meus pais, há dois anos.

— Eu sei, eles me contaram.

— Uau, quanta surpresa se pode ter nessesbailes, eu nem sei porque ainda insisto em participar de algum.

Tyler desce e abre a porta para que eu o siga.

— Esta muito bonita, a propósito.

— Fico muito lisonjeada.

Digo com um pouco de sarcasmo, ele percebeporque ri.

— Esta mudada também.

— Serio, isso tudo é alguma espécie de análiseestranha, porque se for vou começar dizendo que você esta, péssimo.

Abrindo a porta, ele abre espaço para que euentre.

— Então, esta, mesmo saindo com aquele, cara?

Cruzo meus braços, sentindo a raiva queimar.

— Não estou aqui, para falar sobre minha vidaTyler, você deixou claro que isso não te interessa.

Ele retira o paletó e joga de lado.

— Não, se eu me lembro bem, foi você que deixouisso claro.

Eu estava cansada e confusa.

— Eu sinto muito, pelo seu...

Ele me lança um olhar de reprovação, o que mefaz sentir uma mágoa gigante.

— O que, eu não posso lamentar e sentir porvocê, tudo bem, mas posso fazer, por sua mãe, então pare de tentar controlarmeus sentimentos.

Droga, eu não queria bancar a chorona, masestava difícil ficar no mesmo lugar que ele, depois de anos ele ainda comandavaa merda do meu coração, isso não era justo.

— Pensei que quisesse conversar, mas pelo vistome trouxe aqui apenas para me fazer sentir perdida.

Ele franze a testa e solta a respiração.

— Me desculpe, porém, é mais difícil do quepensei.

Solto uma risada tremula.

— Eu sinto muito por tudo que você passou, masnão me fale de difícil, como se tudo na minha vida fosse fácil desde que vocêfoi embora sem se despedir.

Seus olhos se voltam em minha direção,sera que eu podia ver um vestígio de culpa finalmente.

— Eu não consegui, foi por isso que não quis medespedir, eu estava arrasado e sendo levado para longe de você, minha melhoramiga, aquela que tinha acabado de se tornar minha namorada e fazer parte damaior parte do meu coração.

Deixo mais lágrimas escaparem, lavando meurosto.

— Então, como foi depois?

Pergunto, querendo saber mais sobre ele, pareciaque eramos estranhos agora.

— Meu pai parecia esta vivendo seu sonho e eumeu pesadelo, só não fazia ideia, que mais tarde iria viver o inferno.

Ele se senta na beirada da cama e segura suacabeça entre as mãos.

— Ele trabalhou tanto, um dia simplesmenteinfartou e tudo que ele acreditava que estava fazendo para gente, deixou deexistir, minha mãe esta se desfazendo em vida desde que ele morreu, eu trouxeela até aqui, porque ela sente falta da nossa antiga casa, e se culpa por nãoter feito meu pai mudar de ideia e ficar aqui.

Caminho e me sento ao seu lado, eu não imaginavaque ele havia passado por tudo isso.

— Eu queria ter estado ao seu lado.

Digo com a voz baixa, ele ergue seu rosto eposso ver o vestígio da dor em seus lindos olhos verdes, os mesmos olhos quelembravam a pedras preciosas.

— Eu pensei em você e queria tanto que minhamelhor amiga estivesse ali, me abraçasse, como você sempre fazia.

Nossos olhos se encontram por um longo momento,eu vi ele, meu melhor amigo estava ali e precisava daquele abraço que não pudedar anos atrás, fico de pé parando a sua frente e estendo a mão para ele.

— Eu posso te abraçar agora, se você aindaquiser.

Um lindo sorriso surge em seus lábios, então meucoração começou a palpitar rapidamente, ainda era ele, contudo agora estavamais lindo, Tyler me envolve em seus braços e eu o aperto contra meu peito,inspirando seu cheiro, eu não queria larga-lo, senti sua respiração baixa e meuombro ficando úmido por algo que lembrava as suas lágrimas, quando seu corpocomeçou a tremer junto ao meu eu o abracei mais forte, queria arrancar todaaquela dor que ele estava guardando por anos.

Meu Melhor Amigo,namorado?Onde histórias criam vida. Descubra agora