Capítulo 3 - ''De volta ao jogo''

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***Flashback off***

Eu estava dirigindo caminho á minha casa e a todo momento pensava na possibilidade do cara encontrado morto ser o Gregory.

Será que é ele? Naquele momento em que empurrei o corpo eu senti um peso não tão leve mas também não tão pesado, realmente pela estrutura corporal do Gregory e pelo que imagino do seu peso, aquele corpo pode ser sim dele. Não vou pensar tanto nisso, uma hora a verdade virá a tona, e eu espero que seja o quanto antes.

Alguns minutos depois de dirigir pela estrada cheguei em casa. Desci do carro, tranquei o mesmo ativando o alarme e em seguida senti ser observado mas não olhei para conferir, esperei um pouco e fingi amarrar o cadarço para assim ficar ainda mais perceptível que eu estava sendo observado e a minha suposição foi concretizada ao me levantar e olhar para o lado vejo um cara me encarando de maneira estranha. Fiz um gesto com a cabeça e entrei em casa logo em seguida.

Quem será que é aquele cara? Parece ser novo na vizinhança, nunca o vi por aqui, mas deixa quieto. Caminhei até a porta do banheiro mas tive a passagem interrompida pela minha mãe.

— Meu Deus filho! Você sai pela manhã e volta somente essa hora da tarde e não me liga nem pra avisar por onde está andando, eu estava muito preocupada com você filho, por acaso viu o noticiário? Viu que um rapaz foi encontrado morto hoje? — Ela disse bastante preocupada me olhando seriamente.

— Calma mãe, eu vi sim o noticiário e pode ficar tranquila que vou ficar bem tá? Eu só demorei por que passei na casa do Bryan pra ele me ajudar a comprar umas coisas pra maratona de daqui á pouco, ahh.. e aliás, vou dormir na casa do Bryan hoje. — Disse tentando acalmá-la.

— Por que? Qual motivo pra você não dormir em casa hoje?

— A maratona vai acabar tarde mãe, não quero me arriscar vindo tarde da noite pra casa, é esquisito.

— Então tá bem, toma cuidado pelo amor de Deus e vem amanhã cedo pra casa.

— Tá mãe.. — Falei dando um beijo em sua testa e em seguida soltando um sorriso.

Eu não contei pra vocês mas minha mãe é divorciada do meu pai á 18 anos. É, meu pai me abandonou quando eu ainda nem era um bebê, minha mãe me criou juntamente com minha irmã mais velha sozinha desde sempre, mas minha irmã Jade fugiu de casa á 2 anos com o namorado e como meu pai, nunca mais voltou. Desde então eu sou meio que filho único pra ela, então eu entendo totalmente essa preocupação toda.

Minutos depois do banho sai e fui em direção ao meu quarto para me arrumar para tão esperada maratona desse ano. Essa situação me deixa bastante nervoso e eufórico. Sentia os batimentos do meu coração acelerar enquanto penteava o cabelo e provava algumas camisas do guarda-roupa.

Acho que essa ficou legal, esse tom de branco combina com aquela jaqueta que comprei ano passado, coloquei a mesma e me olhei no espelho em seguida. Perfect!

Sai do meu quarto e fui em direção a minha mãe que estava deitada no sofá assistindo uma série nova da Netflix chamada Leadership. Pois é, bem atualizada minha mãe né?!

— Já estou de saída mãe.. — Disse me ajeitando colocando a jaqueta na posição correta para ser notado e dei uma tosse forçada.

— Você está lindo filho! Isso tudo pra uma maratona ou meu anjo vai encontrar alguma garota hm? Já está na hora de aparecer com uma namoradinha em casa né? — Ela perguntou curiosa e com um sorriso no rosto.

— Não mãe, não é agora que a senhora vai ter uma nora, mas espero que logo, logo.. — Disse também sorrindo e mandando um beijo para mesma. — Tchau mãe, até amanhã. — completei me despedindo.

— Tchau filho, se cuida e vem ao amanhecer. — Disse ela também mandando um beijo no ar.

Ao sair de casa e entrar no carro dirigi direto para a casa do Bryan e sem demora cheguei em frente e comecei a buzinar.

— Vamos princesa! Não tenho a noite toda! — Gritei tirando sarro.

— Já estou indo, vou só pegar uma balinha de menta rapidinho. — Bryan gritou da janela.

— Caso a Daisy te roube um beijo no meio da maratona?! — Completei sua fala gargalhando.

— Você não para nunca né cara? Até parece que eu vou beijar a Daisy, eu não quero ela. — Ele disse entrando no carro. — Vai vai, acelera ou vamos chegar atrasados no nosso próprio evento. — Completou.

— Calma senhora! — Exclamei sorrindo e pisei no acelerador.

No caminho para o lago hoss meu celular vibra notificando uma mensagem.

— Ué, quem será?!

— Olha aí mano, pode ser importante. — Disse Bryan.

Ao ver a mensagem estranhei e fiquei um pouco desconfiado.

— Quem foi cara? Quem mandou a mensagem, o que tem aí?

— É o Gregory, mas como ele tem meu número e por quê ele mandou essa mensagem?! Eu nunca falei com ele na escola.

— O que diz na mensagem? — Bryan questionou.

— "Nada melhor do que uma festa de comemoração"

— Como assim? Não entendi.

— Acho que ele deve estar se referindo a maratona, e como hoje é "aniversário" da morte do Troy ele quis zoar de algum jeito.

— Mas por que ele mandaria essa mensagem pra você simplesmente do nada?

— Eu também não sei, mas vou descobrir..

De alguma forma aquilo me tranquilizou por uma parte, agora sei que o corpo que encontrei na estrada não era do Gregory, então menos um ponto John, você precisa de novas suposições e teorias.

Minutos depois chegamos ao lago e ao descer do carro fomos direto organizar as cadeiras onde as pessoas iriam se sentar para assistir a grande maratona.

— Você acha que é o suficiente cara?! — Bryan perguntou.

— Claro que é, são 150 cadeiras, acho que não vai vir mais gente que isso. — Falei organizando a última cadeira de uma fila. — Vai ligar os projetores, já tem gente chegando. — Falei ao Bryan logo após ver algumas pessoas chegando.

Segundos depois do Bryan ligar os projetores avistei de longe a aproximação de Daisy, Dianna e Maria com uma expressão não muito agradável, estranhei de primeira.

Por que será que as garotas estão aparentemente abaladas, será que aconteceu alguma coisa? A Daisy chegou e me cumprimentou:

— Oi John..— Ela emitiu cabisbaixa e com voz suave.

— E aí Daisy, houve alguma coisa? Por que a Maria está chorando? — Questionei após ver as lágrimas rolarem no rosto da mesma.

— Como assim? Você ainda não soube John? — Ela perguntou bastante surpresa.

— Soube do que?! Me fala logo o que aconteceu.. — Me aproximei dela olhando fixamente para seus olhos.

Bryan ao ver a situação de longe resolveu se aproximar.

— É o Greg... — Disse Dianna também com voz suave e triste.

— O que que tem o Gregory? — Questionei cada vez mais confuso.

— É.. o que houve? Falem logo. — Questionou também Bryan.

— Ele m..m..morreu.. — Respondeu Maria com voz tremula e com as lágrimas caindo.

CARALHO! EU ESTAVA CERTO O TEMPO TODO, PUTA QUE PARIU!!

Bryan levou as mãos a cabeça e ficou sem acreditar no que ouviu de Maria, em seguida questionei:

— Como assim? Digo, como ele morreu?

— Ele foi esfaqueado na própria casa, ao todo ele levou 15 facadas, e nós ainda não entendemos o porquê disso, ele era um babaca?! Sim, era, mas não merecia morrer dessa maneira.. — Disse Daisy se lamentando.

— Nós não podemos continuar com esse evento John, pode ser muito perigoso, acho melhor cancelarmos e deixarmos pro próximo ano. — Sugeriu Bryan.

— É, tem razão.

— Não meninos, eu sei o quanto vocês se esforçaram pra isso acontecer hoje, e eu estou precisando me distrair um pouco mesmo, vai ter maratona sim!! — Disse Maria limpando as lágrimas e tentando nos motivar. — Seja lá qual foi o motivo da morte do Greg ele mereceu, ninguém morre por simplesmente nada. — Completou ela.

— Na verdade, sempre tem um motivo por trás de uma morte que todos acreditam ser "misteriosa", pensem junto comigo, a história de terror sempre começa com uma garota e seus amigos chegando a uma festa no acampamento, lago, cidade deserta, A irrelevância é subjetiva. O grande assassino mata eles um por um, 90 minutos depois o sol nasce e a única pessoa sobrevivente está sentada na traseira de uma ambulância vendo os cadáveres dos amigos serem levados embora. Filmes de terror são intensos e rápidos, a televisão precisa esticar as coisas digamos assim. Mas enfim, quando o primeiro corpo é encontrado é só questão de tempo até o banho de sangue começar.


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