Capítulo 8 - ''Entre nós''

43 18 32
                                    

Com o olhar fixo durante alguns segundos na mensagem que o número desconhecido me mandou joguei o celular novamente em cima da cama e continuei á procura de uma calça preta no guarda-roupas, a minha favorita. Sem muita demora achei na parte das camisetas.

O que essa calça ta fazendo aqui!? Ah.. foda-se.

Ao colocar uma perna na calça fui interrompido por minha mãe que entrou no quarto sem bater e questionou imediatamente:

— Está indo ao funeral de uma de suas colegas não é? — Ela perguntou e em seguida fechou a porta e cruzou os braços.

— Agora não é bem a hora certa para termos essa conversa mãe. — Falei cobrindo minhas partes com uma perna da calça. — Estou meio que...Ocupado agora. — Completei olhando pra baixo.

— A hora certa É QUANDO EU FALAR QUE É A HORA CERTA JOHN! O que você tem na cabeça? Já são dois assassinatos aqui em Handwood e você continua perambulando por aí de dia, de noite, e de madrugada. Você não me liga uma única vez sequer pra dizer por onde está, eu soube por vizinhos da morte da Maria, e soube também que você estava presente no momento do crime. — Ela emitiu enquanto algumas lagrimas caiam sobre seu rosto. — Ultimamente você está me deixando muito preocupada filho, não faz isso comigo por favor! — Completou limpando suas lagrimas.

— Calma mãe.. — Falei colocando a outra perna dentro da calça e abotoando a mesma. — Me desculpa! Sei que esse final de semana só te deixei preocupada, mas o que estou fazendo é necessário, tem um assassino ou assassina matando pessoas que de uma maneira ou de outra já conviveram comigo, e eu não posso simplesmente cruzar os braços e esperar o pior acontecer com pessoas mais importantes em minha vida, principalmente com você mãe.

— John, isso tudo não é uma obrigação sua, você não é policial, muito menos detetive, para de bancar um ou vai acabar se machucando ou até pior, morto. — Ela proferiu se aproximando e colocando suas mãos que estavam geladas e trêmulas em meu rosto.

— Tá bom mãe, agora preciso ir. — Disse tirando suas mãos do meu rosto e dando um beijo rápido em sua testa e logo em seguida caminho até a porta e antes de me retirar viro para ela e digo:

—  Dessa vez te ligo avisando qualquer coisa, te amo! 

— Se cuida filho, te amo! — Ela disse soltando um beijo no ar e dando um discreto sorriso de lado. — Não esquece do seu celular, vai precisar pra me ligar. — Ela disse tirando sarro e jogando o celular para mim.

Soltei um beijo no ar seguido de um sorriso de ponta a ponta e logo depois me retirei do quarto  caminhando até fora de casa.

Espero que aquele mala já esteja pronto. Mas se ele estiver pronto perco as panquecas da dona Elize, droga! Então tomara que não.

Vou até o carro e entro no mesmo sem demora. Coloco o cinto de segurança e em seguida guardo meu celular no bolso. Com os olhos fixos para frente e com as mãos firmes no volante fico paralisado por alguns segundos.

Aquele babaca vai estar no funeral. Como se já não bastasse assassinar a Maria, ele ainda vai conferir o trabalho sujo que fez. Sei que não deveria me envolver nisso tudo, sei que deveria escutar minha mãe, mas esse desgraçado está jogando comigo e eu não entro em um jogo pra perder, NUNCA.

Pisei no acelerador arrastando o pneu e mantive o olhar fixo para frente com os punhos pressionados no volante.

Com o pé direito pressionado no acelerador e o carro a 80km/h em uma pista reta, vi um garoto com uma bicicleta fazendo um sinal com a mão.

Eu deveria? Ah tanto faz, vou ajudar...

Pisei no freio parando o carro ao lado do garoto e prontamente baixei o vidro:

Mask Of SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora