Capítulo 2 - "Morto para todos"

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Estávamos dentro do carro escutando uma música idiota que o Bryan colocou. Ele me olhava de uma maneira estranha durante todo o caminho.

Será que deixei muito na cara que possivelmente tenha feito merda? Provavelmente sim, tenho uma grande habilidade de fazer isso o tempo todo.

— Houve alguma coisa? Por que tá me olhando assim? — Questionei ao Bryan curioso.

— Eu te conheço John, sei que você aprontou alguma coisa, me fala cara, o que aconteceu de tão grave que você não me contou antes?

— Não foi nada Bryan, tá tudo tranquilo, vamos focar no mais importante beleza? — Disse desviando o olhar.

— Você só desvia o olhar quando mente John, qual foi irmão?! O que tá pegando?

Rapidamente puxo o freio de mão e jogo a direção do carro pro lado dando uma rasteira no carro e cantando pneu durante alguns segundos.

— Eu vi aquele cara morto na pista, é isso. — Falei olhando sério pro Bryan.

— Que? Como assim? O cara do noticiário? — Ele perguntou assustado.

— Sim, e eu não fiz nada, nem abrir o saco eu abri pra ver o que tinha dentro, eu não sei o que passou na minha cabeça na hora, mas eu estava muito distraído pensando na maratona de hoje.. — Falei encostando a cabeça na direção do carro.

— Mas você não encostou no corpo né? Se suas digitais tiverem lá você está fodido cara. — Ele disse com um tom de preocupação.

— Não, eu só empurrei ele com os pés pro outro lado da pista, então está tranquilo. A única coisa que tá mexendo comigo, é o fato de uma pessoa ter sido encontrada morta, digo.. Quantos anos fazem desde que uma pessoa foi morta em Handwood? — Questionei Bryan enquanto pensava bastante. — Muitos anos. — Completei.

— Tem razão, faz bastante tempo, a cidade estava tranquila, quer dizer.. ainda está né, nem sabemos se foi homicídio ou não, acredito que não devemos pensar nisso e sim na maratona que vai rolar daqui a pouco, é a nossa paixão. — Bryan falou olhando pro relógio. — Vamos, vamos.

Pisei fundo no acelerador e segurei o volante com força após o carro da um sopapo depois da largada.

Alguns minutos depois chegamos no lago Ross, local onde ocorrerá o evento.

Descemos do carro e fomos em direção ao freezers para colocar as cervejas.

— E então.. a Daisy vem hoje? — Perguntei ao Bryan enquanto colocava as cervejas no freezer.

— A Daisy? Sim.. a Daisy, eu não sei.. será que ela vem? — Ele disse todo atrapalhado.

— Você ainda gosta dela né? — Falei com um sorriso no rosto.

— Não cara, tá maluco? Ela namora e além do mais.. ela está no passado, foi coisa de infância, conheci ela aos 12, você sabe disso.

— E se eu te falar que ela terminou o namoro?  — Disse com uma tentativa de animá-lo.

— Não brinca John!

— Você acha que eu ia zoar com isso? É claro que não meu brother, ela está na pista novamente, se eu fosse você investia. — Sorrio pro Bryan após colocar último pacote no freezer.

— Que investir o que John, tá maluco cara? Eu não quero ningue... — Ele parou de falar ao ver a Daisy se aproximando.

— Oi meninos, tudo certo pra hoje a noite? Estou empolgada hein, não me decepcionem.

— Ah.. e aí Daisy, como você tá? Está bem né?! E fica tranquila que já estamos terminando tudo para a grande noite. — Disse numa tentativa de empolgá-la ainda mais.

— Oba!! Estou bem sim John, e você Bryan como está? — Ela perguntou se aproximando da gente.

— Eu bem est.. estou bem... Bem bacana, aqui de bobeira com o John, não é John? — Ele disse meio atrapalhado e se encostando no freezer.

— É... — Olhei pra ele com uma cara esquisita.

— Hummm.. Interessante. — Ela falou segurando o riso, mas disfarçou rapidamente. - Ahn.. eu vou passar na casa da Zoe, viremos juntas para a maratona.. então até daqui a pouco meninos, beijos.— Ela falou se retirando.

— Que droga John! Você não deveria ter me deixado gaguejar na frente dela, ela vai pensar que eu sou idiota, que merda! — Ele se lamentou batendo no freezer.

— Ué, o que queria que eu fizesse? Colocasse a mão na sua boca, não dá né Bryan, você tem problema de respiração.

— Que se dane, eu morreria feliz.

— Isso tudo por que você não é afim dela né? — Falei tirando sarro.

— Ah não enche John.

— Hoje a noite você vai beijar ela, pode anotar o que estou falando. — Disse apontando pra ele com um olhar desafiador.

— Nem começa cara, não preciso de cupido, eu dou conta sozinho beleza? — Ele falou sério.

— Ora, ora, temos um galanteador aqui, depois me dá umas dicas de como conquistar alguém, estou precisando. — Falei sorrindo.

— Pra Dianna?

— O que?

— Nada, pensei alto. — Disse Bryan segurando um sorriso e virando as costas.

Olhei relógio e faltava 50 minutos para a abertura da maratona.

Talvez essa noite seja uma ótima oportunidade para um possível serial killer agir. Sei que vocês devem estar se perguntando se estou louco, mas pensem comigo.. uma maratona de filmes de terror, uma reunião de adolescentes, um lago sombrio e sem presença da polícia, não é uma oportunidade ideal para um serial killer surgir?! É claro que é.

— Então, estou indo agora pra casa, preciso tomar um banho e trocar essa roupa, acredito que já passou do prazo de validade. — Bryan disse levantando o braço e sentindo o odor.

— Eu deixo você lá e aproveito e faço o mesmo em casa, mas antes deixa eu apagar essa fogueira pra não chamar atenção, essa parte do lago é interditada então fica meio perigoso ser encontrado aqui. — Falei pisando na fogueira que já estava quase se apagando.

Em seguida caminhamos até o carro e entramos no mesmo sem demora. Ao entrarmos o Bryan me questionou:

— Hoje teremos um after?

— Mas é claro que sim, hoje pode tudo brother. — Falei bastante empolgado. — Mas com certeza precisaremos de mais bebidas, aquelas cervejas não vão durar as primeiras meia hora. — Completei.

— Concordo, mas como vamos comprar mais? Nós não podemos sair de lá após o início do evento. O que vamos fazer? — Interrogou Bryan.

— Só não há jeito pra morte meu caro, pode deixar comigo! E ainda tem as vodcas, estava esquecendo — Disserto e sorrio em seguida.

Após alguns minutos na estrada chegamos na casa do Bryan. Parei em frente e combinei com o mesmo às 19:30 no lago.

— Ok mano, até lá.

Pisei no acelerador e dirigi em direção a minha casa. A todo momento olhando fixamente para o caminho e voando longe com meus pensamentos.

Qual será o motivo da morte daquele cara mais cedo?! E quem será que é ele, já que no noticiário não divulgaram quem era, eu preciso descobrir isso logo..

Puta que pariu! Será que o motivo foi a foto íntima da Maria que foi exposta ontem na escola?! Será que o cara era o Gregory?! Calma John, vamos ligar os pontos..

***Flashbacks on***

~Quinta-feira 11:00h~


— Então cara, amanhã é o grande dia, eu não aguentava mais esperar tenho que admitir. — Falei guardando as coisas no armário.

— Deixa eu te falar.. todos estão esperando esse evento, amanhã tem que ser marcante, tem muita mais gente cotada pra ir esse ano, é quase o triplo das pessoas que foram ano passado, então me promete uma coisa mano, amanhã terá algo inédito, uma coisa jamais vista na maratona. — Bryan falou encostado nos armários.

— Já tenho tudo planejad... — fui interrompido por uma notificação no celular. Olhei ao redor e vi que todos também receberam notificação na mesma hora, observei o expanto das pessoas ao verem algo no celular e resolvi olhar em seguida.

— Droga!

— Quem será que fez isso? — Questionou Bryan.

— Todos menos o Gregory, mas talvez ele leve a culpa, por uma parte concordo, ele tem metade da culpa disso tudo.

O que foi exposto foi uma foto íntima da aluna Maria Ferraz, todos da escola receberam essa foto.

— Como assim? É óbvio que foi o Gregory, ele é o único a ter uma foto assim da Maria, eles já namoram a dois anos.

— O Gregory pode ser um cuzão, mas ele não explanaria a própria namorada dessa maneira. Creio eu que o Gregory enviou pra algum amigo de confiança, ou seja, o Peter. E o Peter enviou pra um amigo que enviou pra outro amigo e assim espalhou a foto. É típico deles mano. — Falei observando todos.

— Cara, como você pode ir tão longe assim em uma suposição?

— É o poder da observação cara, algumas coisas são fáceis de serem desvendadas.

Naquele momento a Maria passou correndo na nossa frente chorando e ignorando o Gregory, que corria atrás dela tentando pedir desculpas.

— Maria! Por favor! Não fui eu que fiz isso, por favor me escuta! — Ele virou com um olhar ameaçador pro Peter e sussurrou muito baixo a ponto de quase ninguém escutar. - A culpa é sua.

Daquela maneira confirmando toda a minha teoria. Mas isso não importava, a Maria precisava de alguém pra dar uma força, a maioria a olhava com olhar de desprezo e nojo, como se metade das garotas não fizessem coisa pior.

De longe vi o Gregory encurralar Maria na entrada do banheiro e tentar convencê-la a falar com ele.

— Me solta seu babaca! Você tá morto pra mim, MORTO! E quando souberem a verdade, vai estar morto para todos. — Ela disse empurrando seu braço que impedia sua passagem e se retirou dali.

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