Capítulo 6 - ''Vamos brincar?''

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John Walker


''Eu vou contar para vocês. Todo mundo tem segredos, todo mundo conta mentiras, e todo mundo está na mira, até não sobrar ninguém. Todos permaneceram calados após meu pequeno discurso. Em seguida permaneci concentrado na pista.''

Porra! Minha visão está ficando embaçada, acho que me dediquei demais a essa maratona, mas não me arrependo.

Por alguns segundos grudei os olhos e abri rapidamente ao perceber o carro saindo da rota e com os gritos do pessoal:

— Johnnn!!! Presta atenção na estrada cara! — Exclamou Bryan com os olhos saltados.

— Você está bem John? — Questionou Dianna.

— Sim, sim. Só estou um pouco cansado, hoje o dia foi bastante cansativo pra mim. — Disse enquanto passava a mão esquerda nos olhos. — Acho melhor você dirigir Daisy. — Falei freando o carro e descendo em seguida.

— Tudo bem, sem problemas. Vem aqui pro banco de trás. — Ela falou abrindo a porta e trocando de lugar comigo.

Ao sentar no banco de trás fechei os olhos involuntariamente. Segundos depois escutei minha própria voz falando:

''Assassinos não são como exterminador do futuro, que atira em 30 policiais dentro de uma delegacia de polícia. Não. Ele é um lobo, esperando que um de nós se desgarre do rebanho. A sobrevivência em um banho de sangue é simples, é só não perambular sozinho.''

— ONDE ESTÁ A LIZZIE?? — Abri os olhos e gritei assustando todos que estavam no carro.

— Calma cara, a Lizzie está em casa, ela não foi a maratona... — Bryan disse em tentativa de me acalmar.

— Não. Não é isso. O que ela te disse quando você perguntou o motivo dela não ter ido à maratona? — Questionei preocupado.

— Ela disse que estava se arrumando e que logo chegaria, mas porquê?

— Pelo simples fato dela não ter chegado. Isso não passou pela sua cabeça?! Eu ouvi você reclamando do barulho, o que aconteceu? — Perguntei ainda mais curioso. Inclinei meu corpo me aproximando mais de Bryan e de Daisy no banco da frente.

— Ah, era só o alarme do carro da mãe dela que tinha disparado.

— Ué, mas a mãe da Lizzie não tinha viajado? — Questionou Maria.

— A Maria tem razão, a mãe da Lizzie viajou, o carro alarmando não poderia ser o da mãe dela. Ela está sozinha em casa, temos que ir pra lá, ela pode estar correndo perigo! — Exclamei em alto tom. — Vamos ajudar ela. — Disse dando um leve toque no ombro de Daisy.

— Vou ligar pra ela enquanto isso. — Dianna disse pegando o telefone em sua bolsa e discando o numero. — Só chama, ela não atende.

Puta que pariu Lizzie!

******

Alguns minutos depois chegamos na casa da Lizzie. Todos desceram do carro e correram até a porta da frente.

No mesmo momento meu celular vibrou. Senti e peguei o mesmo que estava no meu bolso e olhei a mensagem que era de um número desconhecido:

''Se vocês entrarem a Lizzie morre! Então vamos brincar?''

Logo abaixo da mensagem havia uma imagem da Lizzie amarrada em uma cadeira na garagem.

— NÃO ENTREM!!! — Gritei ainda olhando o celular.

— Como assim? — Questionou Maria se aproximando de mim com os outros.

— Alguém me mandou essa mensagem, acredito que é o assassino, ou assassina. — Falei mostrando o celular para todos.

Eles ficaram sem reação durante alguns segundos. Era notório a preocupação estampada em seus rostos. Naquele momento eu me concentrei para pensar em alguma solução. Enquanto me concentrava o suor descia no meu rosto. Nervosismo. Mas tenho que manter a calma.

— Puta que pariu! O que vamos fazer? — Questionou Bryan dando um leve surto acompanhado de um pulo e um soco no ar.

— Calma! o John está pensando em algo, vamos deixar ele se concentrar. — Dianna falou tentando acalmar Bryan que não parava de olhar para a casa de Lizzie.

Eu não posso ficar um pé atrás do assassino, nunca! Um verdadeiro Serial Killer está preparado para ser surpreendido a qualquer momento pelo bando de jovens que querem salvar alguém que está em apuros. Então eu não posso fazer o provável. Preciso de algo infalível. O assassino com certeza tem uma bela visão da gente aqui, e qualquer movimento é perceptível por ele, então preciso de uma pequena distração. Mas ainda tem ''um porém'', ele não pode perceber que estamos tramando algo. Irei fingir que estou digitando e falar o plano para todos, assim ele pode pensar que estou dizendo o que digito.

— Gente, não tenham nenhuma expressão ou reação, finjam que eu não estou falando com vocês. Irei dizer o plano e fingir que estou digitando algo pra ele. — Falei enquanto digitava uma mensagem. — Preciso que o Bryan vá até à porta e tente arrombar. Se ele estiver lá dentro vai se assustar e tomar alguma decisão, mas podem ter certeza que ele não irá matar a Lizzie de imediato, como eu sei?! Por que assassinos gostam de brincar connosco! Sempre! Então peço que você Bryan..não arrombe a porta, mas finja que está tentando arrombar. Enquanto isso a Maria vai dar a volta na casa agachada e tentar ter visão da Lizzie. Dianna irá sair no carro e ir pedir ajuda. Ficarei encarregado de entrar pela janela após uma confirmação do local pela Maria. Ok? — Completei olhando para o celular e enviando uma mensagem para o número desconhecido sem muito sentido.

Logo em seguida todos concordaram com a cabeça e a Maria virou pra mim e disse:

— Vamos conseguir!

E me abraçou.

Após o abraço todos se posicionaram e foram fazer suas ações para seguir o plano. Caminhei até o lado da casa para ter uma visão melhor da Maria, que iria me passar a informação do local da Lizzie, caso ela conseguisse ver. Me posicionei e esperei o sinal de Maria. Sem demora a mesma sorriu e apontou para a janela do quarto sinalizando algo.

Corri imediatamente até Maria e vi Lizzie amarrada em seu quarto.

— Ai, Graças a Deus! — Disse tentando abrir a janela mas sem sucesso. — O desgraçado trancou de proposito.

— Tem a porta dos fundos, tenta por lá, é bem escondido, ele não deve ter nem chegado até lá. — Sugeriu Maria com tom animador.

— Ok, não tira o olho dela por favor! — Falei e me retirei dali caminhando até a porta dos fundos.

Ao chegar lá peguei no trinco e percebi que a porta estava destrancada e tentei correr para dentro da casa mas fui interrompido por uma armadilha com corda que prendeu meu pé e me deixou de cabeça pra baixo.

— Merda!! — Gritei por impulso e logo levei a mão a boca com uma falha tentativa de não chamar atenção.

Minutos depois o Bryan chegou onde eu estava e tentou me puxar.

— Calma! Eu vou te tirar dai.

— Vai atrás da Lizzie, ela está no quarto amarrada, depois você me solta, corre! — Sussurrei franzindo a testa.

— Tá bom, tá bom! — Bryan disse saindo em direção ao quarto.

Alguns minutos se passaram desde que o Bryan saiu em direção ao quarto e a preocupação surgiu. Qual será o motivo da demora? A porra da minha perna está doendo pra caralho! A todo momento olhava pra perna e tentava desatar o nó, mas sem sucesso. Logo escutei um grito de desespero seguido de choro, parecia ser da Lizzie.

— Pessoal? O que está acontecendo aí? Bryan... Lizzie?? — Gritei pro eles preocupado.

Logo depois dos meus gritos Bryan surge com Lizzie agarrada em seu pescoço e chorando bastante.

— Ela se foi John...e por minha culpa. — Lizzie disse enquanto as lagrimas rolavam em seu rosto.

— Como assim? Ela quem gente? Me tirem daqui!!! — Falei desesperado e me balançando de um lado para o outro.

— Precisamos sair daqui AGORA! O assassino matou a Maria. — Bryan disse aparentando não estar acreditando naquilo.

— Tem um canivete no meu bolso, pega e me tira daqui rápido!

Bryan pegou o canivete no meu bolso e começou a cortar a corda que não se rompia facilmente.

— Puta que pariu! Essa corda é resistente pra caralho! — Resmungou Bryan.

— Ele pensou em tudo, dessa vez ele foi mais inteligente. Filho da puta!

Bryan ainda estava cortando a corda e eu escuto barulhos de pegada.

— Anda logo! Tem alguém vindo.

— Eu estou tentando, calma, calma! — Enquanto ele gritou as cordas se romperam e eu cai no chão mas levantei rapidamente. — Temos que ir agora, vamos! — Ao me virar dou de cara com o namorado da Ashley.

— O que está acontecendo? — Ele perguntou aparentemente curioso.

— A Lizzie estava presa e o assassino matou a Maria. — Bryan disse se aproximando junto a Lizzie.

— Então vocês precisam sair logo daqui! — Disse o cara.

— Espera, mas o que você está fazendo aqui? — Questionei bastante desconfiado e olhando em seus olhos.

O nervosismo em seu olhar foi bem fácil de ser notado.



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