E que os jogos comecem

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Aquela tarde Hinata acordou com um estranho sentimento de não pertencimento. Sentia que estava em um lugar onde não a cabia, vivendo uma vida que não era sua. Os primeiros meses de seu casamento com Naruto haviam sido maravilhosos. Claro que ela sabia que ele nunca a amou com a mesma intensidade e devoção que ela entregava a ele, mas sabia que ele tentava com todo o coração se entregar cada vez mais a ela. Porém pouco tempo após a sua nomeação a hokage algo havia mudado. O desejo por ela já não era demonstrado tão frequentemente e nem mesmo o esforço de ter tempo pra ficar com ela era sincero. Parecia que ele sempre buscava uma forma de se afastar e vê-la o mínimo possível.

Pensando nisso se levantou e foi tomar um banho, parou diante do espelho e começou a analisar a imagem que via refletida. Seu rosto continuava o mesmo, a pele clara, o rosto delicadamente desenhados, profundos olhos cor de pérola, longos cabelos azulados descendo como cascata pelas costas parando um pouco acima do quadril, o corpo pequeno e bem torneado, com proporções perfeitas para a sua estatura. Era sem dúvidas uma mulher sexy e atraente. Ainda assim não conseguia a atenção e principalmente o coração do homem a quem tanto amava. Entrou debaixo do chuveiro torcendo para que a água lavasse mais que seu corpo, lavasse também sua alma e os pensamentos que frequentemente a assombravam. Depois de um longo banho, se secou ainda de frente ao espelho, fez uma maquiagem sofisticada, olhos esfumados em tons marrons, delineados de preto, com muita máscara nos cílios, um blush suave e um batom carmim contornando os lábios carnudos dando ainda mais o formato de coração que ela tanto amava. Vestiu um lindo vestido tubinho cor de escarlate com um cinto largo na mesma cor marcando a cintura, um sapato de salto e uma clutch ambos da cor preta.

Seguiu para o prédio do hokage para fazer um convite surpresa ao marido. O levaria pra jantar no mesmo restaurante em que ele a pediu em casamento, sorriu com a lembrança do que sentiu naquele momento. Estava disposta a conquistar o amor de sua vida todos os dias se fosse necessário.

A medida que avançava pelas ruas pode perceber os olhos desejosos sobre si, e mesmo um pouco tímida por toda a atenção que estava atraindo, pôde ter certeza de que agradaria seu amado marido. Ledo engano! 

Ao chegar no prédio estranhou o fato de não haver ninguém guardando o lugar, mas não levou em consideração afinal seu marido, o hokage, era um dos ninjas mais fortes de todo o país do fogo e quem sabe do mundo todo. Mas algo no fundo da sua alma gritava que havia algo errado. Diminuiu o passo, como o peito subindo e descendo em uma respiração controlada. Chegou em frente a sala principal.

_ Byakugan!

Nessa hora sentiu as forças abandonarem seu corpo. Suas pernas a levaram para a porta, mas suas mãos não respondiam ao comando de girar a maçaneta. A única coisa que funcionava eram seus olhos com o byakugan ainda ativo vendo a cena mais devastadora que seus olhos já tinham visto, pelo menos era o que estava pensando naquele momento. Mas o pior ainda estava por vir.

Sala do hokage

Naruto estava sentado na sua cadeira virado para a janela, em seu colo uma mulher que lhe beijava com volúpia e intensidade, os dedos da mulher envoltos nos fios dourados de seu cabelo o puxando para dentro do seu beijo. As mão do hokage deslizavam pelo corpo feminino que estava em seu colo, estava inebriado pelo perfume que ela exalava. Nada mais importava, ninguém mais importava! Separaram-se  quando o ar faltou, mas continuaram com o corpo imóvel, se encarando em um desejo animal e irracional. Segundos depois ela se levanta, dá alguns passos e se vira novamente para olhar para o objeto do seus devaneios. Olhando para aquele homem a quem nunca amou mas que desejava ardentemente, sorriu maliciosamente.

_ Não me olha assim Sakura! Ou te faço minha aqui mesmo nessa mesa. Falou Naruto com a voz rouca embargada de luxúria.

_ Outra vez, você quer dizer. Ela jogou a cabeça pra trás e sorriu, afinal não seria a primeira vez que seu homem a faria mulher naquela sala.

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