024 | Era tudo imaginação.

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Abro os olhos sentindo uma forte pressão no meu braço esquerdo

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Abro os olhos sentindo uma forte pressão no meu braço esquerdo. Meu corpo dói, parece pesado e consumido pelo mal estar. Lentamente, olho para baixo, vendo-me coberta por um lençol azul claro, fino e aparentemente macio.

As batidas do meu coração aceleram quando percebo que estou num quarto de hospital. Cenas de todos os momentos que já vivi, da infância até a adolescência, começam a se passar pela minha cabeça. Um misto de sensações percorrem por mim. O que eu faço nesse lugar?

— Ela acordou.

Mesmo com as perguntas já pensadas e formuladas pelo meu cérebro, não consigo abrir a boca para emetir uma única palavra.

— A senhora consegue me ouvir?

Apenas assinto. Estou imóvel, em choque.

— Espere um minuto. — Ela se retira.

Me sinto perdida e abandonada. Sinto que não fui suficiente para quem eu mais amava e que por esse motivo tive meus sentimentos feridos.

Aos poucos vou fazendo a junção dos acontecimentos. Aos poucos vou lembrando não só da minha vida sozinha, mas também com a minha família e com todos os outros. Algo me trouxe aqui. Eu posso sentir que alguma coisa que eu fiz me trouxe aqui.

"Ainda quer o divórcio?"

"Será possível que não entendeu nada do que eu disse"

"Você merece alguém melhor do que eu."

"É você quem eu amo. E quem deve pedir perdão sou eu, fui fraca."

"Não, você não tem culpa. Nada do que aconteceu é sua culpa. Foi toda minha. Eu acabei com tudo, com a nossa felicidade. Estaríamos em casa, felizes, com a nossa princesinha, se não fosse pela minha estupidez."

"Eu passei mais de 30 dias implorando para que você acordasse. Eu não me importo mais com o que aconteceu... Eu te perdoo."

"Pensei que fosse te perder para sempre."

"Você nunca vai deixar de ser o meu..."

Estremeço com o som da porta se abrindo.

— Eu senti tanto a sua falta... — Ouço uma rouca voz ecoar pela quarto. Ao escutá-la, sou liberta dos milhares de pensamentos que me fizeram perder em devaneios.

O que vejo não me assusta, apenas faz-me querer observar atentamente. A tensão que antes arqueava minhas sobrancelhas acaba. Era dele que eu precisa lembrar.

— Eu fracassei.

Permaneço estática.

— Do que você está falando? — Pergunto quase sussurrando. Meus olhos pouco piscam.

Eu não consegui te salvar. — Se agacha do meu lado da cama e segura minhas mãos.

— Me salvar do quê?

adolescente 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora