— Ela dormiu fácil. — Diz Bailey, fechando a porta do quarto de Lizzie.
Passei a tarde pensando no que aconteceu enquanto Sabina estava aqui. Precisei contá-la sobre os ocorridos nos meses anteriores sem ocultar qualquer tipo de informação. Eu não queria dizê-la, mas não podia mais omitir. Agora ela sabe de tudo, e prometeu não sair daqui até que as coisas sejam esclarecidas, e a justiça, em relação a Shivani e Ryan, seja feita. A mexicana foi embora há alguns minutos.
— Sabi a perturbou muito. Acho que ela estava com mais energia do que a Liz.
— Típico da Hidalgo. — Caminha até mim e abraça minha cintura.
— Como foi hoje com os garotos? — pergunto.
— O Lamar estava destruído e o Noah mais ou menos. Não fizemos nada demais, só trocamos uma ideia. — Rio fraco.
— Josh agora vai seguir o mesmo rumo que nós seguimos. Estou tão orgulhosa dele.
— Também estou... E por falar em rumo, lembro perfeitamente do dia que nos casamos e do dia que nossa filha nasceu. — Deposita um leve beijo nos meus lábios. — Foram os melhores de toda a minha vida.
— Os da minha também. — Devolvo seu beijo e me afasto, andando em direção à sala. — Bailey, posso te perguntar algo?
— Claro. — Me acompanha.
Sabendo que ele não pode ver minhas caras e bocas por estar atrás de mim, fecho os dois olhos e mordo meu lábio inferior, prendendo a respiração.
— Você não tem nada para me contar, né?
— Eu acho que não... Mas posso ter me esquecido. — Se aproxima. — Por que a pergunta?
Abro os olhos e relaxo os ombros.
— Não, nada demais. — Me sento no sofá.
— Certo. Eu vou tomar banho. Não aperta o play, tá? — Se refere ao filme na televisão.
— Eu te espero.
Me aconchego no sofá enquanto ouço o som do chuveiro sendo ligado. O apartamento não é pequeno, mas as paredes parecem ser bem finas aqui.
Pego meu celular.
Não fico 1 minuto deslizando o dedo na tela e ele começa a vibrar na minha mão. Céus, outra vez? Reconheço o número sem precisar analisá-lo. Gracie. Ela de novo. Joalin não tem sossego, e pelo jeito dificilmente vai ter. Me vejo passando pelo mesmo nervosismo que passei hoje mais cedo quando ele começou a tocar pela primeira vez.
Atendo ou não atendo?
Atendo.
"Unknown"
Joalin: Porra, o que você quer?
Unknown: Então quer dizer que a senhora salvou meu número?
Joalin: Não me prestaria a isso. Eu só estou muito bem atenta aos contatos que insistem em perturbar o meu juízo.
Unknown: Ainda bem... Sendo assim, já posso ir direto ao ponto.
Joalin: Não quero saber.
Unknown: Não quer saber dos encontros e das conversas que seu marido anda tendo comigo?
Joalin: Ah, faça-me o favor...
Unknown: Não acredita? Então pegue o celular dele e veja com seus próprios olhos.
Joalin: Eu confio no Bailey, não preciso disso.
Unknown: Ué, e o que tem demais em certificar-se de que está certa sobre o que pensa sobre ele?
Bufo.
Joalin: Tem razão... Verificarei.
Impaciente, levanto e pego o celular dele em cima da mesa, o desbloqueando em seguida. Entro no seu Whatsapp, mas não encontro nada além de grupos e contatos irrelevantes.
Joalin: Não tem nada demais aqui.
Unknown: Tem certeza? Procure com mais carinho, gata.
Assim faço, arrastando até o fim da lista. Continuo sem nada encontrar.
Unknown: E então... Achou?
Não aguentando mais a sua insistência, arrasto para cima e o ícone das conversas arquivadas desce. Há uma. Uma...
Unknown: Pelo silêncio deve ter achado... — ri sarcasticamente.
"Gracie"
Joalin: Achei.
Unknown: Que bom. E agora? Acredita no que eu digo?
Joalin: Não. — Respondo com um nó na garganta. — Não parece real. Alguém pode ter pego o celular dele e digitado tudo isso.
Unknown: Tudo bem. Se não acredita, abra o seu e-mail.
Joalin: Já chega, Gracie.
Unknown: Vamos, Loukamaa.
Ando até a varanda e coloco a chamada no viva-voz. Após isso, abro meu e-mail como pediu.
"Pdf"
Clico e fotos aparecem. Levo minha mão ao rosto, desacreditando e ofegando.
Joalin: Não... — meu coração se despedaça.
Unknown: Viu? Bailey não aguentaria ficar longe de mim. Ele fica como um cachorro faminto perto do meu corpo. Eu sou irresistível, você sabe disso.
As imagens são horríveis ao meu ver. Cada uma avassaladora, nojenta. Não consigo ao menos processá-las em meu cérebro. Eu estou desnorteada.
Unknown: Fiz questão de fotografar, sabia que você não acreditaria. — Ela ri vitoriosa. — Fizemos muito sexo enquanto você pensava que estava tudo bem, e nem preciso dizer, né? As fotos já esclarecem tudinho.
Desligo.
Cambaleio para trás colocando a mão na testa. Minha boca treme, meu corpo gela. Além da insuportável tontura, sinto uma forte ânsia de vômito. Estou extremamente enjoada e desolada. As lágrimas sem acumulam cada vez mais. Meu peito sobe e desce aceleradamente. A sensação é terrível. Tudo o que senti quando flagrei os dois naquele escritório voltou atingindo diretamente o meu coração.
Ele mentiu pra mim mais uma vez. Prometeu que não me machucaria mais e não cumpriu. Tocou suas mãos sujas de outra em mim. Eu sinto tanto nojo, tanto ódio. Fui preenchida de amargura, aversão. Eu fui tão tola por perdoá-lo. Quanta burrice. Sofri demais por alguém que não se importa comigo, apenas me usa e finge me amar.
Não, não posso mais ficar aqui. Nem eu, nem minha menina. Nós duas não podemos mais ficar sob o mesmo teto que esse mentiroso.
Quando retorno para a sala e fecho a porta da varanda, ouço Bailey desligar o chuveiro. Preciso ser rápida, ou então ele não me deixará sair.
Ando apressadamente até o quarto de Liz, abrindo sua porta. Ela começa a chorar muito alto, desesperando a mim, que tento sair sem fazer barulho.
— Gatinha, a Lizzie está chorando!
Não quero mais ouvir esse apelido. Não dá.
O enjoo aumenta ainda mais. Respiro fundo, me contendo para não colocar tudo pra fora. Seguro Liz com um único braço, e corro em direção a chave do meu carro.
— Joalin? — A porta do banheiro é destracada.
Coloco meu telefone no bolso e saio do apartamento sem olhar para trás.
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adolescente 2.
Fiksi Penggemar| Segunda temporada The Final Três anos se passaram. Após muito terem sofrido, Joalin e Bailey permaneceram fortes e conseguiram vencer o mal que os rodeava e atormentava de maneira cruel. Agora, chegou o momento de dizer boas vindas para uma...