Capítulo 7

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Aquela reunião definitivamente não era o que eu esperava. As coisas tinham saído um pouco do controle, mas no fim tudo ainda correu bem. E eu tinha uma certeza, maior em meu coração agora do que em qualquer outro momento:  Eu faria de tudo em meu alcance, a até fora dele para conseguir colocar aquele projeto em curso.

Eu me sentia completamente aliviada por aquela reunião ter passado, mas ao mesmo tempo tinha medo de não ser exatamente o que o Sr.Rudolf  Bachinni esperava da minha pessoa. E realmente, não esperava ser escalada para o trabalho voluntário... O meu visto permitia que eu tivesse praticas voluntárias no Reino Unido, mas eu não imaginei que poderia utiliza-lo em uma situação tão peculiar como esta.

Eu saia pelas portas da frente, quando me deparei com um garoto de cabelos acobreados, e bochechas rosadas sentado no chão. Paddy! 

Eu havia dito a ele para me esperar, porque achava que a reunião não iria demorar tanto, mas na verdade foi mais longa do que havia imaginado...E ele ficou ali me esperando. Eu teria que dar mais de 20 Euros para aquele garoto agora.

Quando me aproximei, ele levantou o olhar do chão e se levantou gesticulando com os braços:

-Achei que fosse ficar lá mais um tempão! Quase fui embora sabia? Só não fui porque dei a minha palavra que a levaria de volta, e sou um cavalheiro.

Aquilo me sobressaltou. Achava que Paddy não se importaria em ir embora, e se ficasse, iria ser pelo dinheiro que prometi a ele, mas não que fosse ficar por se importar com alguém que nem ao menos conhecia. 

-Ah... Desculpe rapazinho, mas acho que consigo voltar sozinha para casa. Quem não devia ficar andando por ai sem supervisão era você. Quantos anos tem? 7?

Eu sorri para ele, o seguindo na direção da rua, quando ele respondeu com um belo sorriso de volta:

-Na verdade eu tenho 9. Todo mundo confunde. -Ele revirou os olhos- Mas essa não é a questão: Aposto que não sabe como foi parar no parque, e provavelmente vai demorar até se encontrar e conseguir voltar para casa. E eu sempre ando sozinho, o tempo todo. Na verdade, eu ando mais com os meus irmãos. Somos em quatro. Tem o Noah, que é o mais velho, na seguida vem os gêmeos, que são bem legais, mas eles não tem poderes de gêmeos...

Eu o interrompi no meio da sua falação, para tentar acompanhar a sua linha de raciocínio:

-Espere: Poderes de gêmeos? Tipo os pressentimentos e coisas do tipo?

-Isso mesmo. Uma vez eu joguei uma bola no Jack, sem querer... mas quando perguntei ao Will se ele sentiu alguma coisa ele falou que tinha que fazer de novo para ter certeza. Claro que não fiz, porque o Jack me mataria.

-Parecem ser bem amigáveis os seus irmãos.-Disse ironizando um pouco, mas no fundo achava que podiam ser legais mesmo.

Passamos várias ruas conversando sobre os irmãos de Paddy, e eu até contei um pouco sobre a minha vida também. Mas na verdade, eu queria conversar com Paddy sobre outra coisa. Que era um pouco incomoda, mas que precisava de atenção:

-Paddy, se não for um  incomodo, eu gostaria de falar sobre o que aconteceu no parque mais cedo...

Ele corou e desviou o olhar. Os pés começaram a mexer e ele colocou a mão no bolso.

-Não foi nada, sério.

Mas estava nítido nos olhos dele, que aquilo não era uma coisa para se dispensar. No Brasil, eu fui voluntária em várias instituições de caridade, e vi de tudo: crianças que não tinham nada para comer, crianças que tinham de tudo mas sempre achavam que faltava algo, crianças que precisavam tanto se sentir amadas, e crianças que tinham amor por todos os lados. Vi muitos casos de bulling, e sabia por experiencia que deixar isso de lado não era uma opção. 

Perfeitamente AlinhadaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora