“Não romantize as lágrimas de sangue”, se lembram?
Por favor, não romantize as lágrimas de sangue.
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Invada a morada do meu peito e supra todo o vazio de lá. Me preencha com seus sorrisos e suas promessas falsas, me diga todas as mentiras que quiser, eu vou acreditar em você. Eu vou olhar nos seus olhos e me deixar ser cada vez mais sua e menos de mim. Caramba Joon, só me deixa te tocar. Só me deixa te sentir, te segurar, manter você perto. É como se fosse uma pílula que me vicia; eu tomo uma e instantes depois preciso de outra. Preciso de você, de novo e de novo, e não ligo se for tarja preta e eu não tiver receita médica.
Minhas mãos estão tremendo, meus pés não estão no chão e minha cabeça dói. Me sinto como se não fosse ninguém, como se eu não tivesse voz, como se o céu da Terra perdesse sua cor. Eu já não era mais eu, então tomava outra pílula de você.
Sou uma dependente de merda.
Amo você. Meu Deus, e como amo você. Mas Joon, se você pudesse entender o meu medo de te querer ter tanto até não poder ter mais eu mesma, talvez você fosse embora.
Corte minha pele e a minha carne. Veja que eu sangro. Veja minha dor, veja que eu estou aqui gritando seu nome. Me veja, além da minha pele e meus ossos. Me escute. Ouvi dizer que estou doente. Ouvi dizer que não há cura. Ouvi dizer que vou morrer.
Quando acontecer, apenas segure minha mão e minta que me ama. Dói menos. Depois, abra outra cartela, me dê outra pílula. Me deixe anestesiada, morrendo lentamente, da forma mais suave que seus beijos puderem tocar minha pele. Minta para o sol, diga a ele que um dia eu também brilhei forte.
Vejo esse machucado no seu lábio inferior e contorno sua boca. Entrelaçados na cama; chove muito lá fora. Seus lábios estão vermelhos e seus olhos estão marejados. Escuto batidas dentro do seu peito, o coração está tão acelerado quanto o meu. A mancha do meu batom ainda suja um lado do seu rosto. As cobertas ainda tem nosso cheiro. Compreendo então que ao morrer, doeria demais tudo isso ser só uma mentira.
Sou uma dependente de merda.
Talvez eu esteja mesmo doente. E quem sabe eu chegue a morrer, de fato. Mas dane-se tudo isso, porque no fim, ao abrir os olhos, vou saber que a morte é mais bonita com você por perto.
A chuva ainda cai lá fora. Seus lábios vermelhos ainda grudam na minha pele, e desde o momento em que fixei meus olhos nos seus e minha respiração entrou em um compasso com a sua, eu soube que cairia em falso. Então deixe a chuva lá fora inundar nossos corpos, tá? Deixe ela sussurrar nossos nomes e descobrir nossos segredos; falar tudo aquilo que queremos ouvir. Deixe a chuva se misturar ao fogo e fazer fumaça. Deixe seu coração pensar que ele ama, e acreditar que vou viver.
E que seja válido todos os meus jeitos de morrer por você.
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Que Seja Válido • Joon
FanfictionEle tocou a versão mais crua de mim. Não existe história a ser contada, não existe perdão a ser pedido. Só existe sangue para suar na carne, e uma pele bêbada e solitária pedindo o abraço dele de volta. Talvez seja por isso que eu morri de mim mesma...