Capítulo 2

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Já fazia umas duas semanas que eu tinha voltado de viagem, estava novamente na vida louca de strip-tease. Brincadeirinha, eu sou fotógrafa. Eugenio e eu trabalhávamos juntos, eu fazia as fotos e ele as filmagens. Estávamos em uma festa de casamento e, por mais que fotografasse casais se casando praticamente todos os finais de semana, além dos pré-wedding, eu ainda me emocionava ao ver tão nítido o amor que os unia. Não que fosse um sonho me casar, na verdade, não era, mas eu achava lindo de ver e ter o privilégio de eternizar aqueles momentos para eles.

Naquele sábado, tínhamos esse casamento durante o dia e uma festa de quinze anos a noite. Chris estava com a gente, quando ele não estava trabalhando, ia nos ajudar com as fotos. Era divertido quando ele nos acompanhava, ele era criativo e fazia sucesso entre as convidadas.

- Ei, preciso de ajuda – Chris disse se aproximando, seu tom de voz calmo não condizia com o olhar assustado. Já estávamos na festa de quinze anos e eu estava fotografando os detalhes da mesa do bolo.

- O que aconteceu? Você parece assustado – perguntei o olhando de relance e voltando minha atenção para a mesa.

- Você precisa fingir que é minha namorada – ele disse tentando agir com naturalidade, mas o ouvi engolir seco.

- Namorada? Eu? – perguntei descrente e o olhei com as sobrancelhas arqueadas.

- Tem umas crianças tentando me atacar, Maite – ele disse demonstrando desespero e eu não consegui segurar o riso. – É sério, Perroni! As amigas da aniversariante ficam tentando me agarrar. Eu tentei ser educado, falei que não de todas as formas possíveis e elas ficam atrás de mim. Tive que falar que você é minha namorada, mas mesmo assim elas não saem do meu pé. Foi difícil despistar elas pra vir falar com você – contou segurando a câmera com certa força e ansiedade.

- Eu te ajudo se você parar de tentar destruir minha câmera. Isso é caro – concordei e ele suspirou soltando a câmera que ficou pendurada em seu pescoço. – Ótimo.

- Obrigada – Chris disse e me abraçou pela cintura, me dando um selinho. – Me abraça, droga. Elas estão olhando – ele resmungou quando não reagi e eu o abracei pelo pescoço, rindo e balançando a cabeça.

- O que está acontecendo com vocês dois? – Eugenio perguntou parando ao nosso lado, as sobrancelhas franzidas.

- Estou fingindo ser namorada do Chris para as amigas da aniversariante pararem de tentar agarrar ele – contei e dei outro selinho nele, o soltando e sorrindo. Eugenio riu alto.

- Ah, não, Christian! Você está com medo de umas menininhas de quinze anos? – Eugenio zombou.

- Mano, eu tenho vinte e sete anos, imagina se eu dou mole ou uso de força pra afastar elas e os pais me acusam de pedofilia ou agressão?! – Christian argumentou e Eugenio ponderou. Eu sorri divertida.

- Ao trabalho, queridos – mandei empurrando os dois que se afastaram. Eugenio zoando com Chris que virou a cabeça e me mandou um beijo, me fazendo rir.

Foi aí que começou a passar pela minha cabeça a ideia de uma amizade colorida, mas eu ainda não tinha coragem suficiente para propor algo assim. Eu não podia negar que eu era louca pra ficar com Chris desde quando nos conhecemos, mas a amizade foi tão boa desde o início que eu nunca tive coragem de tentar mudar nada, mesmo que ter a iniciativa para ficar com alguém nunca foi problema para mim. Mas o era o Christian, meu melhor amigo, que me contava quase em mínimos detalhes quando saía com alguém e vice-versa. Balancei a cabeça e voltei ao trabalho, fotografando detalhes, convidados e a aniversariante que estava uma verdadeira princesa.

- Você é mesmo namorada dele? – alguém perguntou de repente e eu virei assustada.

- Oi? – perguntei sem entender.

Amigos Com Direitos (Chaverroni)Onde histórias criam vida. Descubra agora