Capítulo 16

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Acordei com a pele arrepiada e gelada, embolada em lençóis e percebendo que estava nua e sozinha na cama. Tentei me mexer e tudo doeu, minhas pernas, meus braços... E eu sorri lembrando o motivo para estar assim. Me senti uma pervertida, mas de um jeito bom, afinal eu fiz o que fiz com o meu marido. Sentei com dificuldade e olhei ao redor, eu não me lembrava do momento em que fui parar na cama e nem que horas e quanto tempo eu havia dormido.

- Chris? Chris? – chamei me espreguiçando. Sem resposta. – Christian – chamei de novo me obrigando a levantar, pegando um roupão felpudo na poltrona ao lado da cama e o vestindo.

- Acordou a Bela Adormecida – Christian disse me assustando e eu me virei na direção da sua voz. Ele estava com a roupa de ontem, mas sem o colete e a gravata, e tinha duas sacolas em uma das mãos.

- Pensei que você tinha fugido – brinquei fazendo bico, amarrando o roupão na altura da minha cintura.

- Jamais – respondeu se aproximando, colocando as sacolas na cama e me puxando para um abraço apertado, cheirando e beijando meu pescoço, e eu me encolhi toda. – Fui atrás de roupa pra você e pra mim, aproveitei e pedi pra trazerem nosso café que na verdade é mais do que almoço – disse rindo depois de me beijar.

- Que horas são? – perguntei com os olhos arregalados.

- Deve ser pouco mais de uma da tarde – Chris respondeu brincando com o laço do roupão. – Sabe, você fica tão mais bonita e sexy sem roupa... – disse tentando puxar o laço, mas segurei suas mãos e as afastei de mim.

- Não, senhor. Eu estou morta de fome e toda dolorida – respondi sorrindo e me afastando um passo para trás.

- Você lembra por que está toda dolorida, amor? – perguntou se aproximando, me encurralando na porta de vidro da sacada, um sorriso sacana no rosto, uma mão de cada lado do meu corpo, apoiadas na porta.

- Eu não estava tão bêbada para esquecer – respondi mordendo o lábio, fazendo carinho em seu peito coberto pela camisa, sentindo minha intimidade reagir às lembranças.

- Vem tomar café antes que eu te deixe mais dolorida ainda – ele disse encostando a testa na minha e eu não consegui conter o gemido que saiu alto demais. Ele nem tinha encostado em mim e eu já estava toda mole.

- Você tem um problema sério para resolver depois do café – respondi agarrando sua camisa e engoli seco, abrindo os olhos e encontrando seu olhar faminto me encarando.

- Você não me ajuda a me controlar – Chris reclamou e se afastou bufando, me fazendo rir.

- O que você trouxe pra mim? – perguntei indo até a cama e olhando as sacolas de papel que ele havia trago e achando a minha.

- Roupa, conversei com a Jessy e ela separou algumas peças de roupas nossas e me encontrou pra entregar – respondeu sacudindo os braços e as pernas. – Eu ia comprar, mas fiquei com receio de trazer algo que você não gostasse ou que não servisse – continuou fazendo a mesma coisa.

- O que você está fazendo? – perguntei sentada na cama, tirando as roupas da sacola e vendo o que Jessy tinha mandado.

- Tentando me livrar da vontade de não deixar você comer – respondeu indo atender a porta quando o serviço de quarto bateu.

Fiquei rindo sozinha, olhando as roupas. Jessy tinha mandado um short e uma calça jeans, uma camiseta branca em gola V, uma blusinha de alcinha, uma sandália, um tênis e dois conjuntos de lingerie. E um bilhete que me fez rir alto.

"Você tem muita coisa pra me contar e me explicar. E eu não garanto te perdoar".

- Você ainda está rindo de mim, Maite? – Christian perguntou voltando para o quarto, cruzando os braços.

Amigos Com Direitos (Chaverroni)Onde histórias criam vida. Descubra agora