Capítulo 14

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- Você está com seu passaporte aí com você? – Christian perguntou enquanto andávamos abraçados de lado pela calçada, admirando a Torre Eiffel do hotel Paris que ficava de frente para o hotel Bellagio, depois que acabou mais um show das águas, eu tinha duvidas sobre como seria casar de repente assim, em Vegas.

- Não, só com a cópia, por quê? – perguntei virando o rosto para olha-lo.

- Pra casar, casar mesmo, precisamos dos nossos passaportes, mas se quisermos, podemos só fazer uma "renovação" de votos, porque não precisa mostrar nenhum documento – Christian explicou.

- Você está mudando de ideia, José Christian? – perguntei parando de uma vez e ele quase caiu. Segurei o riso.

- O quê?! Claro que não! Eu falei que caso direitinho quando voltarmos. Inclusive na igreja, se você quiser – ele respondeu assustado e eu ri o abraçando pelo pescoço e beijando-o, sentindo-o relaxar sob meu toque.

- Se você sabe dessas coisas, seu pedido não foi totalmente improvisado – falei afastando nossas bocas e admirando seus lindos olhos castanhos.

- Bom... sinceramente, eu pesquisei sobre isso antes de virmos, mas eu não sabia como fazer o pedido – Chris respondeu encolhendo os ombros.

- Sabe, eu acho que podemos ir atrás de uma capela por aqui mesmo, fazer a "renovação de votos" e usar um dos benefícios pra consumar nosso casamento em um dos hotéis onde ganhamos estadias – falei me referindo às coisas que ganhamos com as apostas nos cassinos, o puxando para mais perto, grudando nossos corpos. – Eu estou morrendo de saudade de você, do seu corpo em cima do meu, das suas mãos, da sua boca... – sussurrei com a boca pertinho da dele e o senti ficar com a respiração falha, a pele arrepiada e suas mãos apertavam minha cintura.

- Porra, Maite, nós estamos no meio da rua – Christian disse ofegante, os olhos fechados, a boca entreaberta.

- Se eu fosse você não demorava muito pra sair daqui comigo então – sussurrei me afastando e ele abriu os olhos. – Preciso de um banheiro, bebi demais – mudei de assunto, voltando a andar.

- Eu odeio você – Christian resmungou me alcançando, me fazendo rir.

Consegui achar e usar um banheiro, então, por fim, pegamos um táxi e pedimos para ir para uma capela onde pudéssemos fazer a renovação de votos, sem a necessidade de apresentar documentos originais, pois só estávamos com as cópias.

- Meu carro já sabe fazer o caminho para as capelas sozinho - o taxista disse rindo. – Tem várias aqui na Strip, mas para ir andando ia ficar um pouco longe – contou e Christian começou a tagarelar com ele sobre casais malucos que se casam assim, de repente.

Eu fazia parte de um desses casais e nunca na vida me imaginei em uma situação dessa. Como eu já disse, nunca foi um sonho me casar, mas quando eu imaginava isso, eu usava um vestido branco, longo, véu, grinalda e um buquê de tulipas e rosas. E não um vestido curto, de alcinhas, dourado e de paetê, nem com o cabelo todo desmanchado e a maquiagem já derretendo porque Las Vegas é terrivelmente quente. Eu estava me sentindo desidratada e meus pés estavam latejando por tanto tempo de salto.

Mas eu também nunca havia me sentido tão feliz, tão realizada e tão completa. Era a loucura mais incrível da minha vida. E, pensando bem, eu podia realizar em um futuro não tão distante o que eu imaginava quando pensava em me casar. De qualquer forma, eu estava vivendo e sentindo coisas que nunca imaginei e, por si só, isso era incrível e... Delicioso. E eu digo no sentindo de que eu estava realmente encantada com toda aquela loucura.

- Bom, vou deixar vocês aqui – o taxista disse e eu voltei à realidade. – A capela que mais procuram, é aquela, mas aqui tem várias, podem escolher tranquilamente – disse se virando para nos olhar, um sorriso simpático.

Amigos Com Direitos (Chaverroni)Onde histórias criam vida. Descubra agora