Acordei com a cabeça e o corpo todo doendo. E uma claridade estranha que me impediu de abrir logo os olhos. Senti um corpo grande e quente enroscado no meu, uma respiração no meu cabelo e percebi que eu estava parcialmente deitada sobre alguém. Antes de abrir os olhos as lembranças da noite anterior surgiram como raios na minha cabeça e eu choraminguei. Eu tinha bebido demais, ao ponto de transar com o meu melhor amigo, mas não o suficiente para perder a memória. Ou talvez bêbados não percam realmente a memória.
- Mai? Você está bem? – Christian perguntou com a voz rouca e eu respirei fundo antes de abrir os olhos e dar de cara com aquele rosto lindo e aquela boca magnífica, se é que me entendem. Olhei ao redor antes de responder. Estávamos na cama dele, as cortinas estavam abertas. Lembrei que tínhamos ido para o quarto e que tínhamos brincado ali também, além do sofá, do chão, da parede...
- Minha cabeça dói... e o meu corpo todo também – sussurrei meio rouca também. Nos olhamos e rimos.
- Eu sempre quis, mas nunca imaginei que ia acontecer de verdade – Christian disse, uma das mãos brincando com a pele da minha cintura, fazendo eu ficar arrepiada.
- Compartilhamos do mesmo sentimento então – respondi sorrindo divertida.
- Como nós ficamos agora? Não quero que isso estrague a nossa amizade – Chris segurou minha cintura e me olhou nos olhos.
- Acho que amigos podem ter alguns direitos – mordi o lábio descarada e Chris riu.
- Todos os amigos? – perguntou semicerrando os olhos.
- Não, só alguns – respondi me soltando e subindo em cima dele, uma perna de cada lado e nossos corpos há milímetros de distância.
- E quais seriam esses direitos? Quem são os amigos envolvidos? – Chris perguntou entrando na brincadeira e eu sorri sentando no colo dele, nossas intimidades pressionadas. Suspiramos.
- Os amigos somos apenas você e eu – sussurrei me inclinando, minha boca raspando na dele. – Os direitos... Sexo escondido... – continuei rebolando devagar e ele suspirou outra vez.
- Um ponto importante... – Chris me segurou e me fez ficar parada. – Podemos manter relações com outras pessoas? Você é um tanto ciumenta, Perroni – zombou e eu mordi os lábios.
- Não é um relacionamento sério – respondi ainda mordendo o lábio, dessa vez não para provocar, mas por estar confusa mesmo.
- Acho melhor não termos nada com mais ninguém, questão de segurança para os dois – Chris disse e eu considerei. – Se ficarmos interessados em outras pessoas, conversamos e decidimos o que fazer – propôs e eu sorri.
- Perfeito – concordei me inclinando e o beijando. – Vamos continuar ótimos amigos, né? – perguntei me afastando e saindo de cima dele.
- No que depender de mim, nossa relação só vai mudar quando estivermos sozinhos entre quatro paredes – ele prometeu e eu ri.
- Ok então... – respondi. – Preciso ir ao banheiro – levantei e corri nua mesmo para o banheiro do quarto dele.
- Você é mais gostosa do que eu já tinha reparado, Perroni – Chris gritou quando fechei a porta e eu ri alto.
E foi assim que Chris e eu viramos amigos com direitos.
Deixa eu te contar como foi que nos conhecemos.
Eu não fiz faculdade, desde a adolescência eu queria ser fotógrafa, então meus pais começaram a comprar as câmeras que podiam para mim. E no meu primeiro emprego, com quinze anos, comecei a investir em cursos de fotografia. Conforme o tempo foi passando, fui me especializando mais, procurando cursos tanto na área de fotografia quanto em publicidade e propaganda, por mais que eu não quisesse de fato entrar na área, entender do assunto me ajudava a conseguir trabalhos legais e bem remunerados. Era mais fácil conseguir fotografar para uma revista de editora grande, por exemplo, se eu entendesse o que eles precisavam e soubesse dar sugestões que valiam a pena.
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Amigos Com Direitos (Chaverroni)
FanfictionEra para ser tão simples, apenas dois amigos fazendo sexo sem compromisso... Mas sempre tem quem vai contra toda a razão... E por que sempre é o coração quem tenta estragar tudo? Sejam bem vindos à fabulosa amizade colorida de Maite Perroni e Christ...