Divinação e Oráculos

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Os oráculos estão presentes à milhares de anos na história da humanidade. Estão presentes em diversos tomos antigos. A maioria das pessoas os enxergam como instrumentos a serem manipulados apenas por portadores de poderes especiais. 
Muitos ocultistas subestimam os oráculos, dizem não acreditar neles ou julgam todos os seus praticantes charlatães. Isso é um engano de proporções tão grandes que causa enorme tristeza ver alguém que está caminhando na senda oculta desprezar tais intrumentos de autoconhecimento.
As chamandas “mancias” se apresentam em formas tão diversas uma das outras que poucos  fazem alguma associação entre elas. Que relação existe entre o tarot e as borras de café? Entre as runas e os búzios? Entre moedas, pedras, dominós, folhas de chá, chamas de velas, bacias de água e demais instrumentos utilizados em oráculos? 
O que diferencia o praticante ocultista de oráculo do não ocultista é exatamente essa visão. O ocultista estuda os oráculos em sua raíz e sabe que todos eles estão ligados e possuem uma função comum. 
Qual seria essa função? Explicar ela é ao mesmo tempo ensinar uma técnica de oráculos. É um assunto para um livro inteiro, então aqui será dada uma explicação básica, uma chave para que o aspirante a magista tenha um ponto de partida para iniciar seus estudos. 
Você já deve ter ouvido falar da roda de samsara, a grande esfera da vida na qual estamos fadados a girar até a iluminação ou ascensão. O fato é que diversas doutrinas nos falam do caminho do homem no mundo. A própria natureza nos mostra que funciona em cíclos. As estações do ano, o nascimento, crescimento e morte e várias outras coisas servem como exemplos óbvios disso. 
Se a existência humana segue ciclos, ao mapearmos tais ciclos podemos prever o que se passou antes e o que virá a seguir, analisando uma situação presente. É mais ou menos assim que funciona o tarot. Este oráculo pode ser visto como um livro que contra uma história. A história do louco, que representa o homem. Cada carta conta um pedaço dessa história, compreender todo o ciclo dos 22 arcanos maiores e em seguida uní-los aos arcanos menores para compreender o ciclo completo é uma chave de autoconhecimento poderosissíma. 
Através do tarot, você pode pegar uma questão sua ou de outra pessoa e definir em que ponto do trajeto do louco ela está, de qual ponto saiu e para qual ponto irá em seguida. Isso pode ser utilizado para questões amorosas, financeiras, espirituais, vidas passadas. Enfim, tudo que diz respeito à vida do homem está de alguma forma retratado na história do louco. 
E como então relacionar o trajeto do louco com borras de café ou folhas de chá? Simples, conforme dito na abertura do capítulo, tudo na natureza é cíclico e tudo está interligado. É uma tolice humana enorme achar que sua existência é regida por leis diferentes das que regem a vida dos animais, dos vegetais e o reino mineral. A natureza é una e estamos nela inseridos, não somos melhores nem piores que nenhum outro dos seus componentes. Estamos, portanto, submetidos às mesmas leis. 
O mesmo ciclo da vida humana se reflete na vida dos insetos, dos peixes e dos grandes répteis do passado. Também se reflete na energia dos minerais, das árvores e das águas. É possível então, enxergar o caminho do homem, o caminho do louco em qualquer manifestação da natureza.
Você pode abrir sua mente para extrair respostas oraculares ou de divinação de folhas caindo das árvores, de pássaros voando no céu e da forma como a água de um riacho circunda obstáculos descendo uma montanha. 
A partir do domínio das técncias de interação elemental, você irá treinar a interação com outra energia: a energia da malha do tempo, presente em tudo e em todos. 

Exercícios de Divinação e Vidência:

1. Entre em estado meditativo e sem pressa e sem grandes anseios deixe sua mente voar para um local calmo, como uma cachoeira. Observe a água da cachoeira caindo em sua mente e concentre-se para ouvir o que ela pode estar lhe falando. Anote para futura referência.
2. Após realizar o exercício anterior. Passe a adotar no dia-a-dia a prática de parar diante de qualquer evento da natureza. Folhas caindo, pássaros voando, o fluxo de trânsito da cidade. Pare e concentre-se, tudo isso está inserido nas malhas do tempo e submetido às mesmas leis universais. Abra sua mente, que mensagens esses eventos estão te passando? Anote para futura referência.
3. Poste-se diante de uma vela acesa, uma bacia de água com fundo escuro ou uma pedra transparente. Deixe sua mente mergulhar dentro deles e abra-a para captar quaisquer mensagens que estejam neles gravadas. Procure testar os três objetos em dias alternados. Anote os resultados.
4. Após conseguir resultados com as três técnicas acima, passe a fazer questionamentos. Pegue uma questão sua ou de alguém, para a qual queira uma resposta e poste-se diante de algum evento da natureza. Observe-o e visualize sua mente inserindo dentro dele a sua questão. Se tiver dificuldade em visualizar, faça uma inserção física, por ex: escreva a pergunta em um pedaço de papel e jogue o mesmo em uma bacia de água, observando as ondas que o papel forma na água e os padrões que segue ao se molhar (forma alternativa: queime a pergunta na chama de uma vela). Mantenha sua mente receptiva para captar as respostas.

Oráculos não são uma coisa fácil. Para obter resultados com estas técnicas é recomendando antes já ter resultados com a técnica de interação elemental. A energia da malha do tempo é mais sutil que as energias elementais da natureza, portando, precisa de um maior refinamento para captá-las. 
No mesmo sentido, não queira partir para o item 4 sem ter solidificado as práticas na sequência dos itens 1, 2 e 3.

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