Onde a Coisa Começa a Esquentar
Falar de magia é super fácil, existe muita gente que fala. Com meia hora de navegação na rede ou lendo obras ocultistas, você verá relatos de coisas fantásticas que as pessoas fazem por aí. Um garoto de 15 anos que tem um dragão elemental de estimação. Uma garota recém saída da puberdade que diz invocar legiões de seres dos planos inferiores a um gesto da mão. Há também os que dizem ser capazes de paralisar com o olhar, ler mentes, advinhar o futuro, viajar no astral, quebrar qualquer feitiço e chupar cana e assoviar ao mesmo tempo. A questão é: eles falam muita coisa, mais poucos ensinam, de forma prática e objetiva, como outros poderiam repetir os feitos.
Uma das primeiras regras que resolvi seguir como ocultista foi essa: nunca dar bola para quem diz que faz mas não ensina como faz. Ou seja, nunca dar valor a quem diz que matou a cobra mais não mostra o pau. Esse tipo de pessoa quer apenas ser admirado, não passa de um vampiro psíquico, passei a dar prioridade a livros que ensinam na prática como alcançar os mesmos níveis de poder que seus autores (como por exemplo, Magia Prática, de Franz Bardon) e isto rendeu resultados incríveis na minha evolução como magista.
Tendo por base o que foi exposto, nada mais óbvio em um livro de iniciação à magia que uma enumeração dos conhecimentos e habilidades básicas que você precisa para ser um praticante. Então vamos aos ingredientes do bolo:
1. Mente aberta: é impossível se tornar um magista real e alcançar a plenitude dos objetivos de um mago sem possuir uma mente aberta. Ou seja, uma condição mental neutra que avalie os resultados antes de julgar, que não negue algo por preconceito sem antes analisar. O vizinho disse que tem um dragão em seu quintal? Vamos dar uma olhada e verificar antes de chamá-lo de malucão.
2. Percepção, interação e manipulação energética: existem diversas energias em ação na natureza e no universo, magia é a arte de lidar com elas. É imprescindível para ser um mago o estudo e a prática no sentido de aprender a perceber estas energias agindo, interagir com elas e manipulá-las quando se fizer necessário.
3. Conhecer as ciências ocultas: as chamadas ciências ocultas são o estudo das energias não reconhecidas ou que estão fora do alcance das ciências tradicionais. Sabemos a imensa evolução da ciência nas últimas décadas. Saímos de seres que achavam que a terra era plana para promissores colonizadores do espaço e devemos tudo isto à ciência. Entretanto, ainda há forças no universo que nossa ciência tradicional simplesmente não está apta a explicar completamente com a utilização do método científico, como por exemplo os mecanismos dos oráculos, as energias elementais da natureza, a astrologia e muitas outras. É tolice achar que apenas o que a ciência tradicional estuda é verdadeiro, porque a própria ciência está em constante evolução, está sempre descobrindo novas coisas e se aperfeiçoando. Segui-la como dona suprema da verdade é querer colocar na ciência uma coroa que ela mesma nunca reivindicou para si.
4. Autoconhecimento: o quarto elemento necessário ao ocultista é o autoconhecimento. Se magia trata do desenvolvimento do ser, é impraticável falar em tal desenvolvimento sem antes falar em ciência exata da natureza e das necessidades de tal ser. Quem você é? Para onde vai? De onde veio? O que está fazendo aqui? São perguntas que nunca devem sair do repertório de nenhum ocultista ou magista, sob pena de perder-se no meio do caminho e acabar por sequer lembrar porque estava caminhando. Astrologia, numerologia, meditação, estudo de vidas passadas, são todos instrumentos que conduzem ao autoconhecimento, explore-os.
5. Investigar realidades alternativas e outros planos: existem relatos em escritos espirituais, ocultistas, religiosos e até científico acerca da existência de universos paralelos, mundos espirituais, mundos mentais e coisas do tipo. Sabedores de que caso existam todos estes planos, eles estão em harmonia com o nosso, é imprescindível que o ocultista procure investigar a existência dos mesmos com o intuito de verificá-la e interagir quando for o caso.
6. Manutenção de um Diário: A memória humana é uma coisa falha. Embora as práticas magísticas costumem melhorar este aspecto, se faz necessário atentar para o registro de suas atividades mágicas e ocultistas com dois objetivos principais: que você possa verificar com exatidão que caminho percorreu e como evoluiu no decorrer do tempo e para que suas experiência possam vir a ser úteis no desenvolvimento de outros magistas no futuro. Hoje em dia existem muitas possibilidades além de um diário escrito, você pode ter até um blog ao invés de um grimório pessoal, por exemplo. O importante é registrar.
Existem outros elementos necessários ao ocultistas, mas todos podem ser desdobrados e enquadrados em algum dos quatro acima referidos. Sem maiores delongas, partiremos para a parte prática deste livro, onde procuraremos realmente ensinar o leitor como desenvolver tais elementos e efetivamente se tornar um magista.
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Vias Ocultas - Um Manual de Iniciação à Magia
SpiritualVias Ocultas é um guia para iniciantes em magia. Escrito em linguagem leve e utilizando toques de humor o livro procura fornecer ao ingressante no mundo mágico e ocultista um conjunto de ferramentas que o possibilite desvendar esse novo mundo com se...