15. Saco de pancada

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PENSAMENTOS QUE KEVIN

SERÁ QUE O CULPADO DE TUDO ISSO SOU EU? SERÁ QUE PISEI NA BOLA COM TODOS? SÓ QUERIA ENTENDER, POR QUÊ TODO MUNDO ME FAZ SE SENTIR INSUFICIENTE, CULPADO E MALVADO.

PRECISO ENCARAR A MINHA MÃE CHORAR TODOS OS DIAS ORANDO EM VOZ ALTA, CLAMANDO POR UMA CURA EM MINHA VIDA. E SE FOR EU O CULPADO E O CAUSADOR DE TODA DOR NA MINHA FAMÍLIA? E SE TALVEZ EU DEIXASSE DE EXISTIR? SERIA MENOS UM PESO NA VIDA DELES. NÃO SUPORTO VER A MINHA MÃE CHORANDO TODO DIA E SABER QUE EU SOU O MOTIVO, PELO JEITO QUE TODOS MEUS PARENTES ME OLHAM, COMO UMA MALDIÇÃO, COMO O CAUSADOR DE TODA A DOR, E O MEU PAI... ELE PARECE NEM SENTIR MAIS NADA POR MIM, ELE ME RISCOU NA SUA LISTA, BEM... ELE DISSE QUE EU JÁ NÃO SOU SEU FILHO, E CÁ ESTOU EU... TALVEZ PAGANDO TUDO QUE EU CAUSEI, TALVEZ EU MEREÇA.

MAS... DÓI, E NÃO PARA. ENTÃO O QUE EU DEVO FAZER PARA NÃO SER MAIS O CAUSADOR DE TANTA DOR AS PESSOAS PRÓXIMAS A MIM?

EU ACABEI SOZINHO, SEM CONSEGUIR ALCANÇAR O MEU SONHO DE SER POETA, SEM A ESCOLA, SEM O MEU NAMORADO E SEM... A MINHA MELHOR AMIGA. EU ACABEI LITERALMENTE SOZINHO, E TUDO PORQUE SOU BICHA... COMO ELES CHAMAM. TALVEZ EU FOSSE UM ERRO. TALVEZ EU DEVESSE DEIXAR TUDO PARA TRÁS. DEIXAR ESSE MUNDO PARA TRÁS.

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Era de noite, por volta das 19 horas e o Kevin ainda não estava em casa, ele mal tinha coragem de encarar mais as pessoas de casa, ele tinha medo de estar em casa, ele tinha medo das pessoas, ele tinha medo de tudo, e de todos. Ele ficou apenas sentado na areia da praia, observando as ondas do mar e a sentir a brisa com milhares de pensamentos a sua volta. O seu coração estava em pedaços, seus olhos vermelhos de tanto chorar, ele ficou escrevendo no seu diário vezes sem conta, derramando algumas lágrimas nas folhas.

Ele guardou o diário na sua mochila, e foi andando saindo da praia. Foi caminhando pelas ruas calmas, vazias e silenciosas.

Sem movimento algum, do jeito que ele queria, ele não conseguia mais sorrir, como se lhe tirassem tudo de mais valioso na sua vida, ele apenas sentia tudo, dor, tristeza, raiva, angústia, aflição, ansiedade, ele não se reconhecia.

Kevin entrou por um corredor escuro que dava para sair numa outra rua, próxima de sua casa, e foi caminhando e no final do corredor ele    começou vendo um homem segurando algo em sua mão, e aos poucos que ele andava a sua visão foi ficando mais clara e ele conhecia aquela pessoa, era o Matt, o ex namorado da Becca. Ele carregava um porete.

- Kevin, Kevin - disse o Matt encostando para ele, enquanto o Kevin tentava ignorar e continuando a andar porque sabia que daria problema - Você não me ouviu ? - Matt agarrou no braço dele e o jogou contra a parede e o Kevin ficou imóvel no mesmo instante com o seu coração quase saindo pela boca - Você mexeu com a pessoa errada sabia?

- O que foi que eu fiz pra ti Matt? - Kevin perguntou na maior calma sem conseguir mais gritar.

- Você bateu na pessoa errada, sua bicha - ele gritou e logo o Kevin percebeu que ele se referia a sua ex amada Becca - E agora Você vai pagar.

Matt levantou o porete e deu o primeiro no seu braço e o Kevin gemeu de dor, depois deu várias vezes na perna e ele caiu no chão gemendo de tanta dor, e o Matt parecia não ter piedade e continuava a lhe dar com o porete por todo o corpo, nas costas, nos braços, nas pernas.

- hoje você é o meu saco de pancadas. Talvez assim aprenda a não tocar numa mulher, e quem sabe se tornes num macho - Matt continuava a dar-lhe com o porete e no final tirou o pinto pra fora das calças e começou mijando por cima dele o que era a coisa mais nojenta, e de seguida foi se embora.

E lá ficou o Kevin, deitado no chão frio e completamente molhado com o xixi do Matt.

- Kevin - chamou o Louis chegando perto dele - Você está bem?

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