16. Trágico

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A hora chegou e o Kevin já estava pronto para a saída com o seu pai, ele estava tão magoado por dentro, mas tentava sorrir e não ser muito negativo, ele tentava ver uma esperança no fundo do túnel, ele começou achando que essa saída com o seu pai poderia ser o recomeço de alguma coisa, talvez seu pai voltasse a ser amoroso com ele, pois ele estava se enganando cada vez mais.

- Kevin - gritou a Melissa lá de baixo - Seu pai está a sua espera no carro.

Kevin preparou uma mochila com uma garrafa de água e colocou o seu diário que jamais deixaria, então ele desceu as escadas e a sua mãe entregou uma marmita pra ele.

- aqui está o seu lanche - ela disse - caso sinta fome. Já me sinto tão ansiosa com essa saída de pai e filho - ela pegou no rosto do filho - Eu vou orar muito que você volte um homem em condições após essa saída.

- A mãe nem sabe pra onde vamos - Kevin afirmou.

- mas eu confio no seu pai - ela parecia confiante demais.

Kevin apenas abanou a cabeça e foi andando até a porta, parou e olhou para atrás.

- Espero que saibas que ... Apesar de tudo, eu te amo mãe - ele disse essas palavras que soou tão estranho, num momento muito estranho e a sua mãe não entendeu o motivo dele dizer isso, ela apenas sorriu mas não disse que sentia o mesmo, o que realmente o Kevin queria ouvir de volta, mas já que não teve uma resposta ele foi até o carro onde estava o seu pai a sua espera, e lá foram eles no carro a uma velocidade normal.

- pra onde vamos pai? - Kevin perguntou curioso.

- Surpresa filho - ele disse com as suas palavras que soavam uma certa alegria, o que o Kevin já não sentia a meses, sentiu que o seu pai o respondeu com um pouco de amor que ele já não sentia a tempos.

- Não será algumas das coisas que me fazem se sentir magoado, não é pai?

- Não começa Kevin, eu só estou na certeza que depois disso... Você verá que... Ser gay, não é pra ti.

Kevin já começou odiando essa suposta saída, seu pai parecia empolgado de mais, e transparecia muita emoção o que fazia o Kevin ficar numa certa dúvida.

- Pai - Kevin chamou num tom calmo.

- O que foi Kevin?

- O pai me ama? - Kevin perguntou num tom meio triste.

- Por quê essa pergunta?

- Só... Por curiosidade.

- então guarde essa curiosidade Kevin.

Ele abanou a cabeça e não tocou novamente no assunto.

Depois de uma hora de viagem, eles chegaram ao destino, e era uma cabana no meio do nada, num pequeno campo, sem vizinhos, muito silêncio, sem pessoas ao redor, sem nada. Kevin ficou se perguntando se seriam mais uma das terapias de libertação, ou talvez um exorcismo mas dessa vez distante de todos.

- pai, que lugar é esse? - Ele perguntou olhando para a cabana apartir da janela do carro.

- O lugar que fará você se arrepender de ter escolhido ser gay - ele disse com firmeza - Desça do carro.

Kevin desceu do carro e em seguida o seu pai que foi andando a frente e o Kevin o seguia.

Damien chegou até a porta da cabana e abriu, entrou e o Kevin fez o mesmo, e... Era uma cabana normal, porém... Estava vazia, sem mobílias, sem pessoas, sem nada, apenas duas portas que com certeza seriam quartos.

- pai o que estamos fazendo aqui? - Kevin perguntou mais uma vez.

E o seu pai não respondeu, abriu uma das portas e entrou, era um quarto, não continha nada além de uma cama no centro, uma cama arrumada, Kevin seguiu o seu pai.

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