Capítulo 16
Minha TPM estava a mil e o infeliz do cachorro da vizinha não parava de latir desde às 7 da manhã. Tentei ignorar, colocando meu som num volume que não desse pra ouvi-lo, mas o porteiro me disse - educadamente - que alguns vizinhos estavam reclamando.
Será que se eu pedisse para o porteiro, ele mandaria a minha querida vizinha diminuir o volume do cachorrinho poodle dela?
Olhei para o relógio umas cinco vezes, sem motivo algum. Acho que eu estava começando a ficar louca, mudando de canal insistentemente - já que nada me agradava - e olhando para o meu relógio do gato Félix, que mexia o rabinho para lá e para cá.
Bufei, tentando achar uma posição mais confortável para ficar em minha cama, até que quando eu achei uma, a campainha tocou.
Vitória, Erick, Louis, Gabriel ou Bruno eram minhas únicas opções para alguém que poderia estar lá, afinal, os únicos que não eram anunciados (a não ser que eu peça para qualquer um ser avisado). Olhei pelo olho mágico e vi Gabriel parado, olhando para algum ponto qualquer. Sorri de canto, abrindo a porta.
- Boa tarde. - ele sorriu, entrando em meu apartamento e me dando um beijo na 'trave', como dizem por aí.
- Boa tarde. - eu respondi, fechando a porta e sentando ao lado dele no sofá. - O que te trás em minha casa? - perguntei, esticando os pés em cima das pernas dele.
Gabriel viu minhas meias de dedinho e riu.
Desde que cheguei do trabalho, tomei um banho e me enfiei nas roupas mais quentinhas e confortáveis que eu tinha. Ainda bem que eu estava apresentável.
- Estava dando uma volta e passei por aqui e resolvi descer! - ele deu de ombros - Como foi de trabalho hoje? - ele perguntou, levando a mão até um dos meus pés, fazendo massagem. Senti um pouco de cócegas, mas ignorei.
- Não fiz nada de interessante hoje, mas essa semana já vão sair os modelos outono-inverno, então, semana que vem será bem corrido, muitas fotos para escolher. - fiz careta e Gabriel riu dela. Fiquei pensando por que ele realmente estava em casa. Meio furada essa desculpa dele de ‘estava passando pela sua casa.’ - Quer alguma coisa para beber ou para comer? - perguntei, vendo-o negar com a cabeça. Joguei meu corpo no sofá, virando os olhos.
Odeio gente indecisa!
Por mais que eu fosse uma.
- Sabe quem foi na loja ontem, sem saber que era minha loja? - Gabriel virou-se para mim, enquanto sua mão entrou em minha calça e ele começou a fazer carinho em minha canela.
- Não. - mordi a boca para não rir das cócegas que estava sentido com a mão dele ali.
- A Alyson! - ele disse, entusiasmado e eu o olhei com a sobrancelha arqueada.
Eu realmente não gostava daquela...
Flashback
- Gabriel, Gabriel, Gabriel. - saí correndo por entre aquelas pessoas da minha escola, com medo de que a qualquer momento eu poderia escorregar e me espatifar no chão. Encontrei Gabriel embaixo do toldo vermelho sangue que tinha em uma parte do colégio. E, bom, ele estava agarrado em uma menina.
- Oi, Bella! - ele sorriu, colocando a cabeça um pouco para o lado para me olhar. A menina que estava com ele me olhou com uma cara bem feia.
- Gabriel, por favor, me leva para casa. - fiz a maior cara de dó e, para minha sorte, os pingos da chuva começaram a aumentar. Ele não iria me deixar ir a pé até minha casa! - Bruno foi embora mais cedo, Vitória e Erick não vieram e ela não atende ao telefone! - comecei a bater o pé insistentemente. - O taxista que eu tenho o número também não atende. Por favor.
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Além do Limite
RomanceEu tinha certeza que a flexibilidade era o forte dele. E eu amo homens flexíveis. Eu sabia por que era obrigada a ouvir sua namorada (a qual eu tinha uma enorme antipatia) falar sobre as noites amorosas que eles tinham. Broxante. Não sei por que a...