Capítulo 22
Acordei meio atordoada e levei um susto ao ver aCarol ao meu lado na cama, mas logo a noite passada veio a tona na minha cabeça. Olhei pro relógio que marcava 13h17min. Meu estômago já estava fazendo contato com o mundo exterior, mas antes de pensar em qualquer coisa, eu tinha assuntos pra resolver. Troquei de roupa e deixei um bilhete pra ela, avisando que era pra ela ficar quietinha em casa.
É, quem diria que um dia eu ia dispensar alguém pra ajudar a Carol com algo.
Logo que saí, sintonizei meu carro na rádio que eu sempre ouço, o que me fez lembrar que era dia 31, já que o locutor estava falando sobre o ano novo. Passei em um café perto do meu prédio e comprei algo pra comer e beber, antes que meu estômago resolvesse ter vida própria. Do café até a casa doGabriel parecia uma eternidade, fui batucando com os dedos no volante no ritmo de cada música que tocava.
Estacionei o carro de qualquer jeito e me arrependi de sair de dentro dele, que estava quentinho, sendo que eu não estava devidamente agasalhada para o tempo. Bati na porta de Gabriel e esperei que alguém atendesse, mas foi em vão. Bati mais três vezes e nada. Resolvi ligar.
- Alô? - ouvi sua voz do outro lado da linha.
- Onde você tá? - perguntei. – Aliás, o que você tem na cabeça? Encontrei sua namorada aos prantos na porta da minha casa!
- Carol tá com você? Onde você tá? To indo pra loja e...
- Me espera lá então! - desliguei o telefone, indo até o carro. Entrei, jogando o celular no banco do passageiro e dando partida.
- Pensei que a Carol estivesse com você. Cadê ela? - foi a primeira coisa que ele disse quando me viu entrando pela porta da loja.
- Oi pra você também, Gabriel - sorri cínica, colocando minha bolsa em um balcão próximo, me encostando e cruzando os braços. - A Carol tá em casa, deve tá dormindo ainda uma hora dessas. Ela me pediu pra conversar com você.
- Ontem eu saí, mas achei que voltaria logo, daí encontrei o Louis. Meu celular acabou a bateria e eu meio que não me importei em avisá-la que eu ia demorar - ele disse sem graça. - Quando cheguei em casa, ela não tava lá e ainda largou o celular em cima do sofá. Pensei que ela tivesse com a irmã...
- Você nunca vai deixar de ser um adolescente, né? - neguei com a cabeça, sorrindo de lado. - O que você veio fazer na loja no último dia do ano? Pensei que era pra estar fechada.
- Vim pegar uns documentos. - nós ficamos um tempo em silêncio. Fazia tempo que eu não conversava com Gabriel.
- Olha, Gabriel, eu vim aqui pra conversar com você e quero total sinceridade. Não quero que você fale meia dúzia de palavras pra fingir que tá tudo bem e amanhã tudo isso acontecer de novo. – Ele me olhou, franzindo a testa, mas sem falar nada, me deixando prosseguir. – Eu também não quero chegar com más notícias pra Carol.
- Então, você quer ouvir que eu a amo, que tudo isso foi só uma brincadeira, um passatempo e todas essas coisas que mulher nenhuma quer ouvir?
- Não, eu queria ouvir que a gente tem que parar com isso porque tá mexendo com o sentimento de outras pessoas que não têm culpa de nada – dei de ombros – mas nunca achei que você fosse capaz de falar tudo isso, então, é, foi só um passatempo.
- Sou capaz de muitas coisas se você quiser!
- Gabriel!
- Eu to brincando, Bella. Tá, tudo bem, você tá certa e eu vou ser totalmente sincero. Nós realmente confundimos esse desejo um pelo outro com outras coisas e realmente envolvemos pessoas que não mereciam! – Desejo. Tava aí uma palavra que podia definir tudo aquilo – Eu amo você, Bella, mas é do mesmo jeito que você me ama, que eu amo a Vick, até o Erick, Bruno e Louis. – ri da cara que ele fez ao dizer que ama os amigos.
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Além do Limite
RomanceEu tinha certeza que a flexibilidade era o forte dele. E eu amo homens flexíveis. Eu sabia por que era obrigada a ouvir sua namorada (a qual eu tinha uma enorme antipatia) falar sobre as noites amorosas que eles tinham. Broxante. Não sei por que a...