Capítulo 18
Ouvi uma música alta que começou a tocar e eu não consegui identificar de onde vinha. Parecia que estava embaixo de mim. Levantei bruscamente, ficando sentada na cama, mas minha cabeça começou a rodar e senti várias pontadas, fazendo com que eu me deitasse de novo. A música parou por alguns instantes, mas voltou logo em seguida. Será que eu tava ficando louca?
Comecei a rodar pela cama a procura da música e olhei embaixo da cama, encontrando um celular que tocava e girava, enquanto uma luz acendia conforma a música tocava. Peguei o mesmo, e na tela piscava um 'Sam'. Arqueei a sobrancelha, não reconhecendo nem o celular, e nem a tal Sam, mas resolvi atender.
- Alô? - falei e uma voz feminina falou do outro lado.
- Alô? É do telefone do Bruno? - a voz perguntou e eu estranhei. Bruno? Tirei o telefone da orelha e o olhei. É, parecia com o dele.
Mas por que o celular dele estava na minha casa?
O que eu fiz noite passada?
- Sim, é sim. - respondi, dando de ombros. Se não fosse o mesmo Bruno, que se dane.
- Você é o que dele? - a voz perguntou de novo. Que pessoa curiosa, credo.
- Irmã - disse a primeira coisa que veio a minha cabeça. -, e ele não está agora, foi até a padaria. - sorri, percebendo que funcionou.
- Tudo bem, você pode avisá-lo que a Samantha ligou para confirmar nossa baladinha hoje? - fiz um barulho estranho com a boca e concordei com a menina, apenas pra ela não ficar ligando e ligando. Samantha, é? Sei.
Criei coragem e levantei da cama, sentindo a cabeça uns 20 quilos mais pesada, e quase caindo por um canto qualquer do quarto. Seja lá o que eu fiz, devia ter bebido muito, porque não me lembrava de nada. E eu só queria lembrar como o celular do Bruno havia ido parar embaixo da minha cama.
Para falar a verdade, eu tinha uns flashes onde ele aparecia, mas não sei dizer se é real ou tudo imaginação da minha cabeça 20 quilos mais pesada. Sabe, acho que eu devia parar de beber. Não que eu beba todos os dias, mas às vezes eu exagero um pouquinho.
Tomei um banho rápido, me livrando de toda aquela sujeira, que não é uma sujeira em si, mas bem, me sinto suja quando bebo e acordo de ressaca no dia seguinte. Nada que um banho não renove. Enquanto me trocava, escolhendo uma roupa muito confortável, já que, obviamente, eu iria ficar em casa. Aposto que a minha carteira está vazia, não seria louca de sair de novo no sábado e gastar mais dinheiro - já que minha ressaca era das fodidas, devo ter fodido com meu dinheiro também, pra conseguir a ressaca, certo? - meu estômago roncou muito alto, mas muito alto mesmo, que eu até assustei. Resolvi por colocar um short de malha e uma das várias blusas que eu tinha de quando fui para a Disney. Presente dos pais de Carolina de aniversário para ela e eu de brinde, claro. Blusas muito boas aquelas, afinal, quantos anos eu já não havia ido para lá? Uns cinco talvez...
Ao colocar o short, percebi uma mancha roxa, quase gritando de tão berrante em minha perna. Meu Deus, o que eu fiz?
Forcei meu cérebro enfraquecido no momento, para ver se lembrava de algo, mas foi a pior coisa que fiz, já que meu pequeno esforço me rendeu uma leve tontura. Fui em direção à cozinha, para procurar algo que alimentasse meu estômago e o fizesse parar de pedir por socorro, mas no caminho, encontrei meu pote de vidro, onde eu guardava balinhas, todo espatifado no chão. A mesinha onde ele ficava estava meio torta e as coisas que ficavam em cima, um pouco fora do lugar.
Acho que encontrei onde meti minha perna.
E realmente preciso parar de beber.
Fui até a cozinha, largando o celular do Bruno em qualquer canto por ali e fui até a geladeira. Meus olhos brilharam quando vi um pacote de batata em palitos no congelador. Peguei o mesmo, já sabendo o que ia comer e deixei que o óleo esquentasse pra que eu começasse a fritá-las, mas alguém resolveu me interromper.
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Além do Limite
RomanceEu tinha certeza que a flexibilidade era o forte dele. E eu amo homens flexíveis. Eu sabia por que era obrigada a ouvir sua namorada (a qual eu tinha uma enorme antipatia) falar sobre as noites amorosas que eles tinham. Broxante. Não sei por que a...