13°

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- Eu não sabia o que você mais gostava, então acabei vendo algumas receitas de panquecas e fiz, espero que tenham ficado boas- O moreno falou de pressa, quando viu que o garoto sorria olhando pra si, cujo provavelmente estava sujo com farinha no rosto e no avental rosa do outro.
- Pra mim está ótimo, normalmente eu nem costumo tomar café em casa- Jimin sorriu, se acomodando na cadeira e mordendo uma das panquecas docinhas.
Ambos aproveitaram bem a companhia um do outro, conversaram sobre coisas do dia a dia, até Jimin lembrar sobre a noite passada.
- Jungkook, você não tinha algo pra me dizer?- O garoto estava lavando a pequena louça que tinha.
O corpo grande do homem estremeceu, ele não precisava contar, Jimin nunca descobriria, porém não gostaria de começar algo com uma mentira. A hora era essa.
- Eu preciso que você sente e me escute, não me interrompa, apenas me escute Jimin- O loiro mudou a feição, largou o pano que estava em suas mãos, sentando na cadeira a frente do moreno.
- Você é casado?- Jimin falou rápido, seus olhos já brilhavam, Park sempre foi muito sensível e dramático.
- Não, eu não sou casado, Jimin, só me escute tá bom?- Jimin concordou olhando o homem ajeitar a postura.
- Você lembra que no nosso primeiro contato eu falei que meus métodos eram diferentes dos do meu pai, certo?- Jimin apenas concordou.
- Bom... Meus métodos são se aproximar da pessoa, deixá-la confiar em mim, então eu poderei verdadeiramente diagnóstica-la, eu nunca iria conhecer sua família se você não me considerasse um amigo, você consegue me entender?- Jungkook olhou para o loiro que o observava atentamente.
- Você quer me dizer que, fingiu ser meu amigo, pra saber a verdade?- Jimin mantinha o olhar no Jungkook, que respirava fundo e concordava com a cabeça.
- Porquê não me contou antes Jungkook- Jimin mantinha seu olhar fixo ao do outro.
- Eu fiquei com medo, e ontem eu queria contar, mais você não deixou- Jeon nunca havia se sentindo assim, seu coração estava disparado, tinha medo que Jimin nunca mais olhasse pra si.
- Nós estamos ficando a um bom tempo, você poderia ter falado comigo antes, você se perdoaria?- Jungkook negou. O silêncio predominou o ambiente todo, um suspiro rápido do mais velho foi o único som que escutaram.
- Me desculpa Jimin, me perdoa, eu juro pra você, que no momento que começamos conversar no nosso primeiro contato fora do escritório eu comecei a sentir algo diferente, o que acontece ontem foi real, foi algo bonito, eu realmente sinto algo muito forte por você, eu...- Jimin ergueu o dedo, fazendo com que o outro se calasse.
- Eu preciso me arrumar pro serviço, se me der licença, eu vou ir me vestir- Park se levantou, deixando o outro sentado sozinho, os pensamentos do homem estavam a mil, seu coração agora parecia que iria parar a qualquer momento, a angústia de não saber o que o garoto pensava sobre isso, o estava deixando doido.
Alguns poucos minutos foram o nescessário para que Jimin já estivesse na sala, podendo encarar o homem que estava parado na sua frente.
- Pega, essas são as tuas coisas- Jimin estendeu blazer preto junto com uma carteira e as chaves do carro.
- Jimin...- Seu coração doeu, por mais que soubesse que deveria ser tratado assim, já que ali, ele tinha sido o único que errou.
- O que foi? Isso não era o combinado, que você me levaria no meu serviço hoje?- O loiro sorria, enquanto Jungkook com os olhos já com lágrimas, se encontrava completamente perdido.

3 dias atrás (Hospital)

- Moça com licença, eu vim visitar um paciente- Jimin havia chegado a recepção do grande hospital.
- Oi, qual seria o nome do paciente?- A menina de cabelos curtos e castanhos perguntou olhando para o computador a sua frente.
- Ele se chama Jeon Jihung- Depois de ganhar um crachá de visitante e pegar o elevador até o 5° andar, Jimin chegou até o quarto 47.
- Com licença, senhor Jeon- Park abriu a porta do quarto, vendo o homem mais velho deitado na cama com um xícara na mão.
- Pequeno Park, quanto tempo- O Jeon mais velho sorriu ao ver menino que se apressou para o ajudar a sentar.
- Já faz um tempinho sim, como o senhor está?- Park tratou de sentar em um poltrona branco do lado da maca.
- Eu sou velho, com uma doença terminal, e eu realmente não poderia estar melhor- Mesmo fraco, o mais velho fazia piadas e sorria, o homem sempre foi assim.
- Fiquei sabendo que meu filho está cuidando de você, ele sempre fala de você quando vem aqui, sabia?- O homem sorriu, encarando o garoto.
- Bom... Estou sabendo agora, não achei que eu fosse tão importante assim pra entrar na conversa de pai e filho- Jimin sorriu também.
- Eu sempre falei pra ele, que você era diferente, você era um menino bom, e mal compreendido, eu sabia que ele se apaixonaria antes de tentar alguma tática de psicólogo com você- Por mais que o loiro ficou surpreso com a parte de se apaixonar, sua mente ficou na tática de psicólogo.
- Que tática é essa senhor Jeon?
- Ele iria ficar próximo de você, iriam sair, beber e se conhecer, mais bem no fim, desde o primeiro encontro de vocês fora do consultório, ele já havia começado a gostar de você, ele veio todo assustado me perguntar o que poderia fazer- No fundo Jimin se sentiu usado, de um certo modo, mais a pergunta era que se realmente Jungkook estava sendo sincero consigo.
- Como vou saber se ele não está apenas brincando comigo?
- O faça chorar, ou pelo menos tente, Jungkook só chora por mim, a última vez que ele chorou por outra pessoa foi quando era criança e sentia falta da mãe, e ele não gosta de chorar na frente de ninguém, jogue o jogo dele Jimin, vire o jogo a favor de você, meu filho é bom, ele só não sabia como te desvendar, já que cuidar do seu caso foi meu último pedido- Jihung tossiu, fazendo o loiro lembrar que o mais velho não sairia daquele hospital.
- Senhor, o horário de visita está sendo encerrado, por favor, me acompanhe- A mesma mulher da recepção aguardava na frente da porta.
- Tudo bem senhor Jeon, eu gosto de jogar esse tipo de jogo, logo logo eu venho pra lhe contar o que aconteceu, tá bom?- Jimin sorriu e seguiu a mulher, no elevador sua cabeça girava, ele poderia ficar bravo, se pensasse que tinha sido usado, mais também no início de tudo isso, ele também considerou Jungkook como um jogo, ele não poderia julgar o homem pelo o que ele mesmo tentou fazer.
Tudo mudaria, se Jungkook derrubasse pelo menos uma lágrima.

(...) Agora.

- Isso é loucura- Jungkook enxugava as lágrimas que ainda escorriam pelo seu rosto.
- Não precisa mais chorar, eu não estou bravo- Jimin entregou um lenço branco para o homem que parecia uma criança chorona.
- Eu fiquei com medo Jimin, e-eu nunca me senti tão perdido assim, quando você foi entregar minhas coisas, eu quase tive um infarto- O homem usou e lenço e respirou fundo, para que se acalmasse e parasse de chorar.
- Eu sei que fui cruel, mais você mereceu Jungkook- O loirinho ria, da cara de bravo que o outro fazia pra si.
- Então, estamos bem?- Depois de se acalmar. Estar de bem com o Jimin era tudo que ele queria.
- A gente só vai estar bem quando me levar pro serviço, estou atrasado Jungkook- O loiro pegou na mão do outro, que segurava suas coisas, inclusive a chave de seu carro.

(...)

- Chegamos- Jeon falou estacionando o carro na frente do serviço do garoto.
- Eu vou indo- Jimin rapidamente se inclinou deixando um selinho rápido nos lábios do mais velho.
- Espera- Jungkook o puxou para um beijo mais intenso.
A cintura do garoto era apertada a cada movimento provocado pelo beijo.
- Jungkook, eu estou cinco minutos atrasado- Mesmo ofegante, Jimin sorriu ao escutar um suspiro do outro.
- Eu prometo nunca mais mentir ou esconder as coisas de você- Jungkook segurava a mão esquerda do rapaz, enquanto o encarava.
- Eu acredito em você- Jimin sorriu e saiu do carro todo sorridente.
O automóvel preto logo começou a andar e ali não muito distante, Jaebum observava tudo, com desprezo e raiva.

Meu querido psicólogoOnde histórias criam vida. Descubra agora