QUINZE | VELHOS TEMPOS

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O bar do centro continuava o mesmo lixo que eu me lembrava, as duas mesas de sinuca ficavam ao canto na parte menos iluminada do lugar, o que podia te dar vantagem se você soubesse conduzir o jogo, o balcão tomava conta da parte de trás quase que ...

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O bar do centro continuava o mesmo lixo que eu me lembrava, as duas mesas de sinuca ficavam ao canto na parte menos iluminada do lugar, o que podia te dar vantagem se você soubesse conduzir o jogo, o balcão tomava conta da parte de trás quase que inteiramente e quatro atendentes estavam distribuídos por ele para dar conta de atender os que se aglomeravam no balcão, as velhas mesas de madeira se distribuíam pelo lugar, e ao lado do velho toca disco estavam as maquinas antigas de vídeo game. Trevor estava sentado no balcão como nos velhos tempos, vi de longe seu antigo o brasão dos Soldiers MC desgastado com o tempo assim como o meu, e assim que me aproximei seu sorriso me lembrou nossos dezoito anos.

Trevor tinha crescido como todos nós, ele era dois anos mais velho que eu e Marie, seu cabelo loiro estava curto e bagunçado, seus olhos azuis tinha um brilho diferente ou talvez fosse a luz do bar que me mostrava seu piercing na sobrancelha me fazendo rir, lembrando do dia fomos fazer, foi o primeiro que tive no nariz, nossos pais surtaram, dava pra ver a tatuagem com o nome de seu pai no pescoço ainda descascando e algumas outras nas mãos, seu jeans rasgado com uma camiseta preta e o mesmo all star que ele foi no complexo do Sul aquele dia, e assim que parei na frente dele ele me abraçou, como fazia antigamente, Trevor era meu melhor amigo, e acho que nesses cinco anos nada mudou. Quando me soltou sentei ao seu lado e ele fez sinal para uma das atendentes que logo trouxe uma cerveja.

- Não é que Bella Stones realmente voltou para casa? - seu olhar era divertido.

- Aqui não é mais minha casa Trev. - respondi sorrindo

- Logico que não, aqui era a casa de uma menina perdida de 18 anos com cabelos castanhos curtos sem tatuagens e só um piercing no nariz, e com certeza você com esse cabelo rosa, tatuagens espalhadas e piercing's me parece mais coisa de integrante do Rebel's do Sul com certeza. - Trev respondeu debochando.

- Engraçadinho você né! - bufei

- Como está as coisas no complexo Bella? E Tom? - Seu tom virou o de presidente do Soldiers.

- Joe controla o complexo, Julie o apoia não sei o porque! Mas não está totalmente no controle dos integrantes, alguns confiam em mim e especulam que não voltei apenas por voltar. Tom liga todas as noites.

- Tom liga para saber se Joe ainda não te fez nada...

- Ele não pode me fazer nada sem levantar suspeitas, sabe disso, mas ele ainda não sabe do que sou capaz.

- Mas você foi fazer uma entrega, Luan gritou aos quatro ventos que você vai lhe pagar pelo tiro e o chute,como Joe não soube?

-Carther me encobriu, e Joe confia nele.

Trev me olhou com preocupação por 5 segundo e logo depois soltou um suspiro baixo, antes de pedir mais uma cerveja.

- Você confia no Dylan?

- Voce não? - meu olhar era preocupante pela primeira vez.

- Confio. Dylan é um bom homem pequena Bella, mas tem um passado obscuro como todos nós.

- Você ainda que se meter nessa merd* Trev? Aposto que os boatos que tudo que Joe toca ele destrói se espalharam.- perguntei por fim como uma Stones e não como amiga.

- Te jurei lealdade Bella aos dezoito anos, a você e depois aos Rebel' do Sul, o Sons é seu por direito. Os soldiers sempre foram aliados, a você e ao Dom, nunca ao Joe. - ele respondeu por fim

- Obrigada Trev. - foi tudo que eu disse.

Ele acenou com a mão e bebemos um pouco em silêncio, e depois rimos lembrando do passado, desde que cheguei aqui Trev foi a única pessoa com quem eu pude ser apenas a Bella, sem segredos e sem mentiras.
Quando vimos já estava tarde, dividimos a conta muito contra vontade de Trevor e por isso ele disse que me acompanharia até o portão do complexo e assim ele fez, como nos velhos tempos só que antes eram quatro motos e não só duas. Assim que entrei no complexo e sai da garagem, abri a porta do complexo vagarosamente a fim de não chamar atenção, subi as escadas mas parei no escuro, no meio dela, já era tarde e a luz da cozinha estava acessa e eu podia ouvir sussurros e vozes baixas, algo me lembrava um choro. Então vi Julie chorando com a mão no rosto, o pânico tomou conta de mim, e então vi Joe de relance fazendo o pânico se tornar ódio, e quando eu já estava perto do último degrau algo me puxou, o ódio já havia dado as caras, quando fui socar seu rosto, a mão dele me parou no ar, na minha frente estava Carther torcendo minha mão e me fazendo o sinal de silêncio.

- Sobe. - foi tudo que ele disse sussurrando.

- Não mesmo.

- Eu resolvo. Se você for lá, te protegi atoa.

Que porr*! Subi as escadas até o meio novamente e antes de eu chegar lá  Carther já estava na cozinha, ouvi ele perguntar o que estava acontecendo e Joe desconversar, vi Julie dando boa noite e limpando as lágrimas ao sair pela porta, então Carther disse algo sobre beber um copo de Jack  e levar Joe pro bar no salão, ouvi Joe o questionar o que fazia acordado e vi ele responder que foi ver Marie, Joe disse algo sobre não confiar nos Soldiers, e pensando bem ele não devia mesmo. Terminei de subir as escadas silenciosamente e fui para meu quarto, peguei minha mochila e coloquei as cartas dentro dela, peguei a arma ajeitei no cos  da calça. Desci pelas escadas novamente Joe já não se encontrava no bar e nem Dylan, abri a porta e fui pro fundo do complexo na parte da floresta que o cercava, tenho certeza que Joe não investigou todos os detalhes sobre Dom antes de matá-lo, 15 minutos andando por dentro da mata, achei o túmulo de pedras que guardavam o que sobrou dos meus avôs, ajoelhei na sua frente e passei a mão no procurando a tampa do bunker, na grama e assim que achei a puxei. Desci e ascendi a luz, tudo continuava igual a não ser pela poeira, a cama continuava ali, os papéis grudados na parede, os livros guardados nas prateleiras, era esquisito estar aqui sem meu pai, lembro de ser seu lugar secreto que eu descobri acidentalmente. Havia fotos coladas dele criança com meus avós, dele e de Tom, da construção do complexo, dele e Julie comigo pequena e havia uma foto do dia que Matt chegou. Sentei na cama e disquei o número de emergência.

- Bella? - Tom atendeu ofegante - Tudo bem?

Respirei fundo.

- Não sei Tom. Estou no bunker.

Tom respirou mais aliviado ainda sim sua voz era de alerta.

- O que aconteceu?

- Preciso de você aqui.

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