v i n t e • e • s e t e

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•Melissa•

    Após nos despedirmos, Lucas vai para o quarto de Henri e eu sigo para o nosso. Separo as minhas coisas em cima da cama e vou tomar outro banho, já que Tina havia derrubado sua bebida em mim na lanchonete.

    Quando acabo, saio do banheiro e avisto Lucas adentrando no quarto com uma cara confusa. Logo o mesmo levanta a cabeça percebendo minha presença, e desce o olhar pelo meu corpo, coberto apenas pela toalha.

    Continuo meu caminho até a minha cama onde meu pijama estava, mas sinto mãos fortes em cada lado da minha cintura. Logo seu corpo cola no meu, e sua respiração quente bate no meu pescoço. Arrepio e ele percebe, pois sinto seu sorriso em minha nuca, enquanto ele distribui beijos pelo mesmo. Suspiro e o encaro.

    —Acho que você não precisa disso—ele sussurra no meu ouvido, retirando minha toalha e me viro. Seus olhos descem mais uma vez pelo meu corpo, enquanto minhas mãos encontram seu caminho para de baixo de sua camiseta. Ele então me beija, e logo o resto de suas roupas se vão.

***

    Quando faço menção de ir para minha cama, Lucas me segura novamente, olhando sério nos meus olhos.

    —Dorme comigo?—ele pergunta e eu o encaro surpresa. Sem saber o que responder, fico apenas alternando o olhar entre minha cama e Lucas, até que ele me puxa e caio em cima do mesmo. Rindo, procuro seus olhos, que já estão fixos em meu rosto.

    —Eu...—começo sem saber o que dizer. Respiro fundo, ainda o encarando—Eu nunca dormi com ninguém—confesso—tipo, dormir mesmo sabe?—sussurro, abaixando a cabeça envergonhada.

    Logo depois sinto sua mão em meu queixo, levantando meu rosto. Olho bem em seus olhos mel, que possuíam um brilho diferente. Sem dizer uma palavra, ele cola seus lábios nos meus delicadamente, e logo me põe ao seu lado, nos fazendo deitar abraços.

    A princípio fico tensa sem saber o que fazer, mas logo sinto a mão de Lucas em minha cintura e seus dedos fazendo círculos em minha pele, me acalmando de um jeito inexplicável.
Deitada ali, penso no porque de nunca ter deixado ninguém se aproximar assim. Eu nunca tive um trauma com um namorado, mas já vi tantas amigas sofrendo por isso, que acho que acabei criando uma barreira e nunca deixei ninguém passar, já que assim tecnicamente não me machucaria. Mas, se estava tão bem assim antes, porque agora estou com uma grande vontade de dar o braço a torcer?

    —Eu também não—Lucas diz do nada em meu ouvido, me tirando de meus pensamentos. Viro a cabeça procurando seus olhos, confusa—O que você disse sobre nunca ter dormido com ninguém—explica ele—Eu também não—diz me encarando.

    Não o respondo e me encaixo melhor em seus braços, fechando os olhos e deixando de lado minhas incertezas, aproveitando o momento. Apenas por uma noite.

***

    Na manhã seguinte, acordo com um despertador tocando sem parar. Olho para o lado para ver Lucas dormindo tranquilamente apesar do barulho. Minha mão automaticamente vai para seu rosto, na intenção de tirar o cabelo caído no mesmo, mas paro com a mão no ar quando percebo o que ia fazer.

    Não. Eu não me envolvo emocionalmente com ninguém, e estou bem assim. Repito isso em minha cabeça até soar convincente, e quando isso acontece, retiro minha mão de perto do rosto irritantemente perfeito do moreno a minha frente. Porém, antes de meu braço estar longe, uma mão o agarra, levando-a de volta para seu rosto. Quando elas pousam em sua bochecha, seus olhos se abrem, e ele me encara com aquela cara de sono.

    —Bom dia—diz ele com aquela voz rouca de quem acabou de acordar.

    Depois de um tempo o encarando sem reação, um sorriso surge de seus lábios. Levanto, caminhando em direção do banheiro, assustada com a sensação que apenas um sorriso dele me causava.

***

—Obrigado por me deixar ter o prazer de tê-los em minha aula!—Sr. Ryan diz quando passamos pela porta da sala. Dada a uma...pequena distração enquanto nos arrumávamos, Lucas e eu acabamos nos atrasando para a aula de matemática.

—De nada Ryan—Lucas responde sorrindo, para depois me puxar para o fundo da sala.

No caminho avisto Lara e aceno para a mesma, que o devolve com um sorriso tímido. Quando finalmente sento na última cadeira vazia, Bruna se vira me encarando.

—Já que escolheu ir por esse caminho, espero que saiba jogar—diz ela com um sorriso no rosto, para depois virar para frente novamente. Rindo, me estico para frente de forma que minha boca fique perto de seu ouvido.

—Ah, eu sei jogar. A pergunta certa é se você sabe perder—termino e me acomodo em minha cadeira novamente, observando Bruna ficar tensa, e Lucas nos encarando sem entender nada do que se passara.

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