O Céu Estrelado Que Eu Dedico À Você.

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A doutora Lee observava atentamente todos os passos que a secretária do diretor do hospital, Leigh, dava pela sala apertada na qual trabalhava. Ela era uma mulher baixinha e rechonchuda, de aproximadamente trinta e quatro anos, não era casada e tinha dois filhos e um gato, vivia ao norte de Seul e sempre chegava meia hora antes do necessário para arrumar muito bem a agenda do diretor Kang, um homem de vinte e cinco anos que Yojin considerava um pirralho que ainda fedia a leite.

Lee fora a sala de Leigh pera revisar, novamente, arquivos de antigos pacientes. Nesse dia ela poderia muito bem estar em casa maratonando alguma série popular ou até mesmo gastando todo o seu tempo livre com um alguém qualquer. Todavia, ela estava decidida a investigar mais a fundo.

É claro que ela não tinha liberdade para fazer aquilo, investigar a vida pessoal de um paciente, ainda mais sem o consentimento de ninguém. Ela sabia que o seu dever se restringia a sala, onde atendia, contudo, quem, em sã consciência, ficaria parado diante de um caso tão interessante quanto esse?

Talvez todos os que são éticos e respeitam as regras. - A doutora Lee pensa alto.

De qualquer forma, a secretária Leigh volta com uma pasta fina, onde as inicias "PJM" estavam escritas em uma fitinha. A pasta azul escuro foi dada a Yojin com a promessa de que voltasse para os arquivos o mais rápido o possível, porque mesmo que Leigh não entendesse o que médica queria tanto com aquela versão dos registros e o porquê, a única contestação dada fora a advertência de que não esquecesse de devolver.

- Obrigada, Leigh. - Lee Yojin agradece cordialmente.

Os corredores vazios do hospital indicavam que provavelmente o café da manhã ainda estava acontecendo, então a mulher andou calmamente por entre os corredores, olhando atentamente para os enfermeiros que andavam pelo prédio e os pacientes que faziam fila na frente da pequena salinha que distribuía os remédios diários.

Ela viu Park Jimin sentado no canto da sala de estar. Ele estava com um caderno, que de primeiro momento Yojin pensou que fosse um livro, mas não, ele estava escrevendo, completamente concentrado no que fazia. Park Seojoon também estava lá, sentado ao seu lado, um pouco a frente, montando um pequeno e simples quebra-cabeça, também muito concentrado na sua atual tarefa.

A doutora Lee então escorou-se em uma parede, muito perto da saída que dava para o corredor do elevador, ela ficou observando por alguns minutos o comportamento dos seus pacientes, anotando mentalmente tudo o que achara relevante da interação singela que ambos tinham.

As vezes o mais novo perguntava algo para Seojoon, este que raramente virava a cabeça para fitá-lo, sempre muito concentrado no quebra-cabeça, mas nunca o suficiente para não responder Jimin. O garoto rosado escrevia lentamente, como se pensasse muito bem em cada palavra que colocaria no papel, também tinha o cenho franzido em concentração, com a língua levemente amostra, prensada nos lábios e ligeiramente inclinada para a direita.

Eles pareciam pessoas completamente comuns naquele momento, não pessoas que tem um passado complicado e muito obscuro, Yojin logo percebe.

Eles são pessoas normais.

E Além do mais, todos tem um passado complicado, de certa forma.

Ela logo parte em direção ao estacionamento, o dia frio e nublado não permitiria que o sol desse as caras, o frio inebriante deixava as pontas dos dedos descobertos da médica, gelados e hipersensíveis, o carro, estacionado em um canto distante, estava tão frio dentro quanto estava por fora.

A viagem calma da clínica até seu pequeno apartamento fora opulenta de pensamentos preocupados, ela tentava encaixar toda a informação que tinha até então.

A Pessoa Que Você Foi  {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora