Lee Yojin vai ao café Young.

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(decidi colocar as datas nos caps, para que a linha cronológica fique mais clara, já que a fic alterna entre passado e presente de forma inconsistente)

Fevereiro de 2021.

- A realidade era muito diferente de quando éramos crianças, sempre pensamos que a vida é mais fácil, por mais realista que tentamos ser.

Jimin estava mais uma vez sentado na sala da doutora Lee, desta vez muito disposto a falar sobre qualquer coisa. Era fevereiro e as coisas começaram a esquentas pouco a pouco em Seul, a biblioteca finalmente estava aberta e Jimin tinha entretenimento para os longos meses em que ficaria ali.

- Você sabe sobre o amor, doutora? - a medica corrige a postura na cadeira em que se sentava, repentinamente desconfortável. - Na China, existe um mito, lenda, algo assim... as pessoas acreditam que a alma gêmea delas está ligada à um fio vermelho no mindinho.

- Você acredita nisso, Jimin?

- Sim, ou não. - Fala o menino confusamente. - Eu não acho que exista um fio vermelho-me ligando a alguém, sabe...

Naquele momento, com um sol vivido passando pela janela, Jimin estende a mão sobre suas cochas, olhando atentamente o seu pequeno mindinho.

- Se alguém estivesse do outro lado do meu fio vermelho... eu queria que fosse o Gguk.

Faz um certo tempo desde a última vez que Jimin falou algo a respeito do mais velho, a doutora Lee, entretanto, não se manteve muito parada em sua arduosa pesquisa, por mais que todo o seu trabalho tenha se mostrado em vão a pouca informação que descobrira sobre Jeongguk. Jimin parecia a única fonte sobre ele, e a mais confiável também.

- Como Jungkook era, Jimin?

- Você se refere a personalidade dele?

- Sim.

Há uma pausa relutante. A expectativa era muito bem disfarçada pela doutora, Jimin suspirou muito profundamente logo em seguida.

- Ele achava que era muito esperto e astuto. - Jimin começa. - O Gguk é muito bobo, no geral.

- Você falou uma vez que ele tinha tatuagens... como as pessoas ao redor de vocês reagiam a isso?

Houve mais silencio, desta vez não era ensurdecedor e Yojin não se sentia desesperada por algo. Ambos estavam calmos e relaxados, e talvez aquela fosse a primeira vez que estavam tendo uma conversa franca. Com reais avanços.

- O Jungkook era muito fácil de se ler as vezes, mas ele sempre escondia demais. - Park ri, como se tivesse lembrando de uma piada interna. - Ele costumava achar que eu era bobinho e que devia me proteger... não acho que ele tava errado assim, sabe, mas vendo agora, quem precisava de proteção era ele...

- Você sabe para onde ele foi, Jimin? - a psiquiatra pergunta com delicadeza.

Jimin mais uma vez fixa seu olhar mórbido no quadro atrás da doutora, o sorriso obliquo que carregava a figura quase caricata, para Jimin, era um fotoshop muito mal feito de Jeon, mesmo que as chances de realmente ser ele seja muito próximo a zero.

Há uma certa tristeza sentida pelo mais novo. Ele olha para a doutora lee como alguém olha para um pobre cachorrinho inocente.

- Eu não faço a mínima ideia de onde ele possa estar, doutora. - Ele finaliza, com um tom seco.

As coisas são do jeito que são quando se trata de sentimentos repreendidos por medo ou ódio. Jimin sentia ódio e medo, muito homogêneo a tristeza, ele sentia que vivia uma utopia naquele lugar.

A Pessoa Que Você Foi  {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora