Capítulo 9

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     Fernando serviu o amoço em dois lugares na mesa, pegou de seu cofre uma garrafa de vinho, depois disso subiu até o quarto de Ana. Bateu na porta.

      — Posso entrar? pergunta Fernando.

       — Entre. diz Ana.

       Fernando entrou no quarto, Ana estava encostada na parede olhando a chuva pela janela.

       — Me desculpe Ana, não fiquei chateada por uma discussão sem necessidade.

       —Eu não estou chateada, não com você Fernando. — Ana olhou para ele tristonha.

      — Que bom, porque fiz muita comida para uma pessoa só. Ele fala sorrindo para anima-la.

       — Está me convidando para almoçar? — demostrando surpresa.

      — Se não for incomodo. Não quero comer sozinho.

      — Pensei que quisesse ficar sozinho.

      — Se eu estivesse sozinho estaria quebrando coisas ou bebendo, ou talvez os dois. Ele estende a mão para ela Por favor?

       Ana se surpreendeu com a atitude de cavalheirismo dele, então aceitou sua proposta, Fernando sentiu-se muito bem quando ela segurou em seu braço, com isso desceram as escadas novamente e então ele a levou até a cozinha.

       — Não está digno de um hotel cinco estrelas, mas... ele puxou a cadeira para ela Eu me esforcei.

       — Obrigada.Ana se ajeitou na mesa, se assustou quando Fernando abriu o vinho — Eu imagino que deve estar delicioso.

       — Obrigada diz Fernando, depois de servir as duas taças de vinho Saúde! dizem um ao outro em um brinde.

       Os dois não tomaram mais do que uma taça, somente para degustação, depois do almoço Fernando estava secando a louça enquanto Ana lava, seus corpos lado a lado em atrito, conversaram sobre o passado e deram risada relembrando momentos bons, estavam em trocas de olhares e suspiros constante, quando acabaram, Fernando e Ana se encaravam sorrindo, seus olhos tinham um brilho, o mesmo brilho de quando estavam juntos, assim como a sensação que sentiam de que devem continuar juntos, Ana se aproximou de Fernando, secou as mãos na mesma toalha de mesa que ele segurava.

        — E eu não iria encontrar o Franco hoje, iria ver a Jeniffer. Eu disse que vou trabalhar até domingo. Depois de secar as mãos ela se afastou achei que precisava dizer. Ana saiu andando novamente.

       Fernando sentiu uma emoção ao escutar isso, seu corpo luta contra sua mente para não sair correndo atrás dela e a beijar aqui mesmo nessa cozinha, sem ter que dar explicações ao mundo apenas dizer o quanto a ama e sente sua falta, ele se segura para não leva-la a seu quarto e mostrar o quanto ele precisa dela, quando se dá conta já está sem folego e Ana já não está mais no mesmo cômodo que ele. Ana sentou-se no sofá, pegou um livro, o mesmo que Fernando estava lendo, ela lembrou exatamente do cheiro dele que estava sentindo agora a pouco, sua mente mostrou exatamente Fernando a pedindo para almoçar com ele, sentiu o arrepio de quando ele pegou em sua mão hoje cedo, sentiu tudo o que seu amor lhe proporciona o misto de sentimentos que faz ela se sentir no céu, sentiu como se as mãos de Fernando estivessem abraçando sua cintura, sentiu aquela respiração, aqueles lábios a beijando, Ana buscou uma almofada para apertar tentando aliviar a tensão que sentia, nesse instante Fernando passava pela porta da cozinha, bem ali atrás dela ele está quase na biblioteca, o olhar que ele lançou a ela dizia que estava pensando o mesmo, Ana perdeu o ar quando ele entrou e deixou a porta aberta, nenhum dos dois consegue explicar o porquê desse fogo que os consomem, mas eu sei, é o amor, a paixão a flor da pele, é a alegria e a felicidade a um cômodo de distância, nesse instante ninguém sabe explicar o que é certo nem errado só nos deixamos sentir.

SENTIMENTOS DISTINTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora