Encantada

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A minha viagem pra Los Ângelos estava perto de acontecer. E eu estava muito animada mas ao mesmo tempo muito nervosa, até porque eu não saía das asas dos meus pais e ir pra outro país sozinha estava me causando calafrios. No dia da viagem minha mãe fez um bolo pra mim de chocolate com a cauda mais doce que ela tinha feito na vida, acho que para mim não esquecer o quanto era bom os bolos dela. Meu pai estava calado, e ao mesmo tempo inquieto, derrubando tudo que via pela frente de tão nervoso.
— eu vou ficar acordado a sua viagem toda, esperando você chegar lá e me dar notícias! — disse ele com um tom de preocupação maior que o normal.

—Pai! São 13 horas de viagem! Relaxa! Não tem o que dar errado. — disse tentando o confortar.

— Voce acha que vou conseguir dormir Isabella? Nem me pagando! — ele disse roendo as unhas.

— Fica tranquilo, pai corujão! vai dar tudo certo. — falou minha mãe passando a mão sobre o rosto dele.

Eu precisava estar no aeroporto as 19:00 pro check in. E já eram 17:30.

— Eu vou acabar me atrasando! Vamos logo!

— Conferiu tudo Isabella? Seus documentos? Suas coisas importantes? — disse minha mãe arregalando aqueles belos olhos verdes claros.

—Sim! Fica tranquila. Vamos! — falei olhando minha bolsinha só pra dar mais conferida em tudo.

— Isabella, tem Wi-Fi no avião? Pra você ficar falando comigo? — disse meu pai.

— Não! — falei de maneira direta sem perceber, até porque não queria ficar a viagem toda respondendo meu veio. — Ah, quer dizer, não sei.

— Deve ter sim! Um trem caro desse não ter. — falou ele.

— Pai, mesmo que tenha o sinal deve ser péssimo, porque que eu saiba não tem torre encima do oceano, ou algo parecido. — disse.

— Vamos gente! Ela tem que fazer Check in ainda. — falou minha mãe.

Chegamos no aeroporto e quem estava lá? Caio César. Sim meus pais avisaram ele no meio do caminho que estava indo.

— Isso é um adeus Bellinha? — disse ele me encarando com aqueles olhos puxados.

— Af! Odeio que me chama assim, Caio! Não sou cachorro. E são so 2 meses!

—Sei lá, vai que você decide ficar lá de forma ilegal? — falou ele

—ah, Eu vou atrás dela com a corporação toda da polícia! — respondeu meu pai.

— Aí pai, até parece. — virei os olhos. — Daqui dois meses tô aqui de novo, enchendo o saco de vocês. — os abracei e pude notar os olhos deles enchendo de lágrima.

— Minha bebê cresceu mesmo. — respondeu ele com uma lágrima molhando seu lábio e o semblante de orgulho.

— Cresceu! E tá linda e idependente. Vai filha, aproveita. — falou minha mãe me envolvendo em uma abraço.

Me despedi deles sem nenhum pouco de lamúria, até porque seriam apenas dois meses. Ia passar voando. Fui em rumo a uma pequena dose de mudança da minha vida, esperando que eu vivesse coisas antes nunca vividas, até quem sabe um novo amor. Mas esse último desejo eu tenho pensado que era bom deixar pra lá. Eu tinha me apaixonado por um famoso com quase 50 milhões de seguidores, acho que fiquei com medo do o que destino podia me reservar. Se apaixonar pelo o que agora? Pelo professor ? Chega de amores impossíveis e cheio de dores.
Entrei no avião com um certo medo, mas fiquei tão animada que o medo foi mero figurante diante de viver uma experiência tão única quanto voar em meio às nuvens. Me aconcheguei na poltrona. O piloto começou a dizer coisas que na hora o medo virou protagonista. O avião decolou, e pude ver a cidade de cima. Nessa hora senti uma satisfação enorme tomando conta de mim. Eu com apenas 19 anos viajando sozinha, crendo que dali em diante coisas novas surgiriam para mim.
Chegando em Los Ângeles, a terra dos astros e famosos, uma das cidades mais lindas que eu já tinha visto pela internet e filmes e eu estava louca pra conhecer tudo. Era Sexta Feira, e minha aula começaria na segunda. Saindo do portão de desembarque, encontro uma família um tanto simpática com um sorriso de orelha a orelha, o pai chamado, George e a mae chamada Amanda, um menino chamado Kyle de 12 anos, e uma menina da minha idade chamada Bárbara. Os escolhi justamente por causa dos rostos simpáticos nas fotos e na entrevista  que fiz com eles, não teve como não se apaixonar por dois pais que disseram deixar Bárbara livre, sair, curtir e aproveitar a vida. Eles seguravam um cartaz escrito; "Isabella Garcia" E eu fui em direção a eles em passos lentos pois estava muito tímida mas ao mesmo tempo também sorria porque precisava ser simpática com a minha temporária família.

—Oi, Isabella! Estávamos ansiosos com a sua chegada. — disse George com um sorriso amarelado e os dentes levemente tortos.
— Eu tambem! Prazer em conhecer vocês. Finalmente — disse.
— Como foi a viagem? — disse Amanda. — Deixa a gente ajudar com as malas! — ela disse já pegando minha mochila das costas, e Kyle que até então estava quieto, me ajudou com a mala de rodinhas. Eu queria dizer que não precisava mas eles foram mais rápidos em ser tão solícitos.

— Ah, foi ótima. O avião era muito confortável. — respondi.

— Que bom. — falou George. — Então vamos?

Fomos caminhando, e minha "irmã" veio ao meu lado meio tímida e disse:

— Oi, seja bem vinda a Família.

— Obrigada... Nossa eu estava tão ansiosa pra chegar. — respondi.

—Nos também estávamos. Contratamos até uma diarista pra ajudar a gente a deixar a casa impecável. — falou ela caminhando com as mãos no bolso.

—Ah, não precisava. — respondi sorrindo.

— É a primeira vez que recebemos alguém assim, estamos animados. — falou Amanda e eu sorri.

Chegamos na casa, típica de Los Angeles, e tipicamente americana, sem cerca, com aquele ar de que estou em algum filme de adolescente. A sensação de estar ali foi inigualável. Meu local do curso seria a uns 20 minutos dali e eu estava animada pra começar, mas mais que isso, eu queria conhecer toda a cidade. Adentramos a casa que tinha uma faixa escrita 'bem vinda' e vários balões roxos. A casa era muito aconchegante e tinha realmente um ar de que eu estava participando de alguma sitcom, e que há qualquer momento ia sair risadas ao fundo. Eles diziam o quanto estavam felizes comigo ali e nunca em 19 anos me senti tão querida assim por outras pessoas. Na cozinha tinha cupcakes na bancada, e eles fizeram questão que eu experimentasse um, pois eles fizeram todos em conjuntos. Eles pareciam família de comercial de tão perfeitos, me deu até um pouco medo. Experimentei o cupcake e foi a coisa mais gostosa que provei na vida. Me desmanchei em elogios.

— É o melhor cupcake que provei em toda minha vida! — dizia com a boca suja de glacê.

— Experimenta os outros, tem de amendoim, cereja, chocolate, framboesa. Fizemos tudo pra você. — falou Amanda.

Eu estava vivendo um sonho? Pois parecia que era um sonho ser tão bem tratada assim. Logo após me acabar nos cupcakes, Kyle e Barbara me levam no andar de cima para que eu fosse até o quarto deixar minhas bagagens, e conhecer onde eu ficaria. No quarto de Bárbara, óbvio. O quarto era todo roxo, com milhares de coisas grudadas na parede, medalhas, fotos, bandeira, pôster de cantor, enfim parecia um arsenal de coisas. Tinha também uma cama grande e outra de solteiro encostada na parede. Ela queria me dar a cama grande mas eu fiz questão de deixar pra ela. Comecei a notar as medalhas, e perguntei do que era, ela respondeu que era Ginasta Artística, ganhava muitos campeonatos , até o momento que torceu o pé e não conseguiu mais praticar. Lamentei. Eles me deixaram sozinha para que eu pudesse guardar minhas coisas, numa parte do guarda roupa que ela deixou pra mim. E enquanto ia desfazendo as coisas, encontro a foto minha e do Tom na Comic Con, e estava dentro do meu casaco. Comecei a fuçar a a minha mente procurando como que essa foto estava ali. E lembrei que após a comic con, em um dia que eu fui ao cinema sozinha, e eu e ele ainda conversávamos, eu levei a foto comigo para que eu sentisse que ele estava ali comigo também. Me senti a pessoa mais idiota do mundo por ter feito isso e pensei em rasgar a foto, mas comecei a ser inundada de memórias de quando eu e ele conversamos que não consegui. Lembrei do dia que ele dormiu em meio a chamada de vídeo, pois já era muito tarde em Londres, e eu fiquei por horas admirando ele dormir. Até adormeci também. Meu celular amanheceu descarregado mas achei tão fofo ele ter ficado acordado por mim e pegado no sono sem querer desligar a chamada. Acho que foi bem aí que percebi que estava muito apaixonada.

7 dias com você. [ TOM HOLLAND ]Onde histórias criam vida. Descubra agora