7 dias com você. [ TOM HOLLAND ]

Nervosa

Thomas estava saindo com Alice há um mês afim de aliviar o stress e a tensão diante de algumas dificuldades que enfrentava na gravação de um novo filme, e com insistência de seus melhores amigos ele decidiu dar uma chance a bela modelo de 1 metrô e 73 e olhos claros. Alice era uma menina independente, amorosa, amiga pra todas as horas, de fato Thomas se sentia bem com ela. Ele só não imaginava que com um pouco mais de uma semana que ele saia com Alice, ele ia conhecer uma jovem meiga e um tanto ousada, que invadiu o seu camarim. Ele podia ter achado aquilo o cúmulo mas quando Bella abriu os olhos depois de ter um desmaio, ele sentiu ternura e inocência nos olhos da garota, algo que ele não via tão recorrentemente nas pessoas que tinha contato. Num ato um pouco quanto impulsivo ele a chamou pra jantar, apenas pra ser gentil, nada mais passava por sua cabeça, mas aquele olhar inocente e doce permaneceu em sua mente. Apos segui-las nas redes sociais de forma totalmente despretensiosa, até porque os desenhos da garota eram ótimos de verdade. Ele só não imaginou que ia passar a querer conversar com Bella todos os dias. A menina passou a ser como uma confidente de dias bons e ruins, tudo que acontecia com ele, ele contava a Bella, então assim eles estavam se tomando grandes amigos, mas a única coisa que ele não contava era sobre Alice. Não contou que um dia em meio a um filme que assistia com ela, ele respondia Bella. Não contou que Alice estava querendo algo mais sério, que ele até gostava dela. Não contou nada sobre ela, alguns fãs desconfiavam mas Bella não ficava fuçando sobre a vida do amigo, ela sabia que ele contaria a ela se ele tivesse algo com alguém. Mas quando Bella contou que estava apaixonado por ele foi como se os seus olhos tivessem sido abertos, pois ele começou a perceber que Bella não saia de sua cabeça, que ela era a primeira pessoa que ele queria contar sobre como foi seu dia, que era a pessoa que ele admirava o esforço de se dedicar a sua arte, que era a pessoa que não se importava com fama, com luxo, e com as coisas fúteis da vida. Ele parou pra refletir que Bella era o tipo de garota que ele não se importaria em passar algumas milhares de horas falando sobre constelações, sobre filmes dos anos 80 e 90 e sobre teorias da conspiração. Ele percebeu o quanto ela era inteligente e também ao mesmo tempo inocente, era como se Bella nao soubesse o quanto era uma menina sedutora, e que na sua idade ela podia ter quem ela quisesse.
Thomas lia e relia suas mensagens sem parar, afim de entender como aquilo foi acontecer, como em 10 anos de carreira isso passou a acontecer, pois mesmo que ele não se importasse em se relacionar com fãs ele sabia o quanto isso era perigoso e foi exatamente isso que ele veio tentando evitar ao longo do tempo, que uma fã se apaixonasse, mas ele também sabia que Bella era diferente, faziam semanas que eles conversavam e até então ninguém sabia disso.

P.O.V Bella

O dia em São Paulo estava um sol muito forte, típicos daqueles dias quentes de verão onde a vontade é de se jogar num piscina gelada e sair de lá quando anoitecer. O natal estava chegando e com ele mais uma angústia de imaginar mais um ano vindo, um ano totalmente novo e confuso que eu não fazia ideia do que fazer com ele, eu amo fazer planos mas simplesmente sou péssima em colocá-los em prática. Mas nada me atormentava mais que o medo de perder o Tom. Não é por se tratar de alguém famoso, nada disso. E sim porque conversar com ele todos os dias era a melhor coisa que acontecia comigo nos últimos anos. O medo de perder a amizade dele me deixou em extrema aflição fazendo até meus pais notarem, acho que até o Spike notou. Não conseguia mais focar em nada, eu fui pro meu quarto me deitei e encarei mais uma vez o celular, eu precisava falar direito com o Thomas. Ou deixava o assunto pra lá? Minha mente estava muito confusa. Já passava da uma da tarde daquele sábado ensolarado e minha mãe me chama no quarto:

—Vamos ao cinema? — ela disse e eu arqueei as sobrancelhas, fazia muito tempo que não saíamos juntas.

—Hoje? — respondi.

—Agora! Não me faça essa cara, eu sei que você ama cinema... Vamos, lembrar os velhos tempos. — dizia ela.

Eu entortei os lábios. Não estava com cabeça pra nada.

—Ah não sei....

—Nao aceito não como resposta! Vamos, você só fica em casa Bella, e eu sinto que você tá muito distante de mim. — ela me encarava.

É, assumo que eu e minha mãe éramos muito amigas e de uns anos pra cá não vínhamos conversando muito. Deu saudades.
Então concordei com ela e fui me arrumar, em meio a isso não parava de olhar meu celular na esperança de Tom me chamar. E nada.
Chegando ao shopping que já estava todo decorado com coisas natalinas, eu e minha mãe comentava como estava bonito.

—E o que esta havendo Bella? Você tá com a cabeça tão longe... Não conversa mais comigo e com seu pai. — ela dizia enquanto caminhamos até o cinema, que ficava no segundo andar do shopping.

Eu olhei torto pra ela.

—Foi o pai que mandou você perguntar?

—Me respeita Isabella! Você acha que eu não reparo na minha própria filha?

—Nao é isso, é que você tá tão ocupada com o trabalho e o encontro semanal das Mary Kay, que sei lá...

—Mas mesmo assim eu noto tudo que acontece com você sim. E eu não quero que você me esconda nada, tá? Eu tô sentindo você muito distante.

—Eu tô ótima boba! É que, eu só tô preocupada com meu futuro, só isso.

—Como assim?

—Eu tenho medo de ser um fracasso o resto da vida.

—E desde quando você é um fracasso?

—Eu sinto que o curso que eu fiz foi extremamente inútil.

Ela torce os lábios.

—É, você sabe que arte, ser desenhista no Brasil é muito difícil. Eu e teu pai te explicamos e te aconselhamos a pensar em alguma faculdade ou curso que desse algum retorno, mas você é cabeça dura.

—Mas eu sempre amei fazer isso desde criança, eu não me vejo sendo outra coisa.

—Agora você podia tentar alguma bolsa pra alguma faculdade... Fazer algo que possa te encaixar no mercado de trabalho.

—Verdade, andei pensando em direito. — falei.

—É um ótimo curso, filha! Você com certeza não vai ser um fracasso! — ela  põem os braços em meu ombro enquanto a gente caminhava.

Minha mãe apesar de não ser uma má  mãe, também era aquele tipo que não dava ouvidos pros seus sonhos, que sempre teve muito pé no chão e achava que a vida era como um fórmula, que você tinha que seguir ela certinha pra dar certo na vida. Depois de ver que ser desenhista era realmente muito difícil, a vontade de fazer algum outro curso invadiu a minha mente. E como sempre fui contra injustiças, cogitei fazer direito.
Enquanto o filme passava a única coisa que permanecia em minha mente era Tom. Era tão difícil esquecer aqueles olhos castanhos e aquelas mãos macias, aquele perfume amadeirado. Eu olhava de canto meu celular na esperança de aparecer o nome dele na minha tela de início, mas nada. Aquilo machucava, eu sentia que tinha perdido a sua amizade de vez.
E quando o filme já vinha acabando, meu celular acende. Ele tinha mandando uma mensagem, minha mãe manda guardar e eu estava me mordendo de ansiedade pra saber o que era.