Estava eu mais uma vez entediada com a minha vida. Analisando-a sem parar, me fazendo crer que nunca aconteceria nada de interessante nela nem aqui nem na China.
Eu já estava de fato me conformando de que eu sempre seria a garota mediana. Mediana na altura, era mediana com as notas da escola, mediana com os garotos, mediana com numero de seguidores no instagram. Adivinham? A beleza também mediana.Eu nunca seria feliz totalmente. E sim sempre feliz, na média.
Era um domingo chuvoso e tedioso, muito tedioso por sinal. A única coisa que eu tinha em mente era revirar meus olhos em busca de algum filme na netflix, ou de alguma serie que eu nao tenha visto - eu vi todas -. Eu sempre fui de poucos amigos. A minha vida aos 19 anos nao estava la grandes coisas. O meu eu de 12 anos com certeza, definitivamente deve estar muito magoada comigo, pois ela imaginava que aos 19 já estaria no auge; teria um carro para dar roles, vários amigos, e já ate estaria morando sozinha num apê decorado do meu gosto.
Mas a vida real ela pode ser bem dura. Com 19 anos estou eu de frente para um notebook, sem amigos de verdade, sem festinhas, sem namorado e morando com meus pais. Isso só é bom por um lado, pelo menos nao estou gravida aos 19. E nem tem como, a palavra namoro passava longe de mim. Nao que eu nao quisesse mas como já dizia algum poeta ou pensador por aí: Quem nao é visto nao é lembrado, certo? E eu fazia de tudo para nao ser vista. Pois a minha sina era fazer a estranha diante de meus familiares, chorar escondido com a pressão de ser igual meus primos que são abençoados de terem pais com poder aquisitivo alto e que passaram em primeiro lugar no vestibular. E ter a amizade só de uma pessoa da sala do curso para me poupar de estresses desnecessários.
E a propósito, eu sou desenhista. Sim. eu faço desenhos, de todo tipo, crio personagens, ilustrações, caricaturas, reproduzo imagens, eu desenho tudo que me der na telha. Eu amo desenhar, na real essa é um dos meus principais talentos apesar de achar que sou mediana até nisto, mas outra coisa que eu amava fazer e ninguém sabia era cantar. Os únicos que tinham conhecimento disto mas eu não levava em conta eram meus pais, apesar que só escutavam da porta do banheiro eu soltando algumas notas e cantarolando algumas músicas melosas enquanto me sentia num clipe. E recém completado 18 anos, foi quando meus pais indagaram: Tá na hora de você se profissionalizar em alguma coisa. Você já esta com 18 anos e não faz nenhum curso, o que deseja fazer? Enfermagem como sua mãe? Técnico em administração?..
Eu os olhei atônita pois nenhum desses cursos me representavam. Na real o sonho deles era que eu fizesse faculdade mas o curso de alguma coisa inicialmente já me ajudaria na procura do primeiro emprego e estavam de fato certos. Porém estavam erradissimos quanto a ao que eu queria. Eu não me via definitivamente sendo enfermeira. Odiava ver sangue e eles sabiam disso. E também odiava ficar vendo planilhas o dia inteiro. Então fiquei em dúvida entre desenho e canto. Mas na real o meu medo era a reação patética de meus pais:
"Nada disso da dinheiro Isabella!"
Mas eu não faria algo pra agrada-los ou algum curso pra conseguir uma profissão que em menos de 2 meses me veria infeliz. Eu queria aperfeiçoar meus traços como desenhista e cantar era o melhor hobbie do mundo mas a vergonha de mostrar esse meu lado falava mais alto, então eu disse na lata:
Desenho. Quero fazer um curso de desenho.
E por isso comecei um curso de desenho aqui em São Paulo onde moro e isso tem melhorado muito mais o meu poder para a arte do desenho. Meu professor, Pablo, é meu bajulador, ele é o único que acredita em mim, diferente dos meus pais que só sabem dizer que meus primos já estão assim ou assado, eu costumo dizer a eles que tudo tem seu tempo mas de nada adianta. E com a insistência de Pablo decido criar uma pagina no instagram para divulgar minhas obras. E de fato me deu até um certo reconhecimento, com dois meses já tinha mil seguidores e alguns comentários inspiradores. Raramente eu postava fotos minhas, sempre fui tímida para isso.
Na aula da segunda feira, Pablo decidiu que o desenho seria livre, e eu pensando no que fazer, olho o instagran em busca de inspirações e vejo Tom Holland e uma nova foto dele. Eu era muito fã dele, e também do homem aranha e principalmente do universo Marvel, amava de paixão desenha-los. Mas até então eu nunca tinha desenhado Tom Holland. E foi então que comecei, lápis e papel na mão e começo os traços do meu desenho, estava ficando perfeito. Deixo para terminar em casa com mais tranquilidade. E depois de mais uma hora finalmente ficou pronto.
"Tá muito perfeito, vou postar no instagran" Eu pensei.
Tirei uma foto do desenho e posto na pagina, decido marcar o Tom Holland, obviamente sabendo que ele nunca notaria meu desenho. Minha mãe me grita para jantar, e saio indo direto para mesa, me sento com meus pais que contam a vida deles num pequeno entusiasmo, e eu conto sobre a aula de hoje.
Volto para meu quarto e começo a arrumar as milhares de roupas espalhadas pelo chão, nem sequer me lembrando da foto que já tinha sido postada a umas meia hora. Quando noto meu celular começa a vibrar sem parar, era do instagram, muitas pessoas me parabenizando comentando no meu desenho e quando vejo, o próprio Tom Holland tinha comentado minha foto, ele disse:
Uou, que incrível! parabéns!
Estas três palavrinhas mexeram comigo. Essas palavrinhas foram suficientes para fazer meu coração saltar e parecer que eu ia ter um ataque cardíaco. Eu comecei a literalmente passar mal, quase disquei o 190, ou estava prestes a chamar minha mãe para me socorrer. Porém ela ia perguntar o motivo e eu ia ter que dizer que Tom Holland comentou minha foto e ela ia dizer "quem?" e ia revirar os olhos. Quis me poupar deste momento desagradável, ela nunca foi de ser muito deslumbrada com essas coisas. E por ser muito pé no chão não acredita no meu sonho de ser uma desenhista reconhecida. Ok. Volto a respirar mas ainda mentalmente surtando, eu fiquei com o celular nas mãos olhando fixamente pro seu comentário quase chegando a acreditar que era mentira. Mas não era, Thomas Stanley Holland tinha comentado minha foto, tinha o verificado azul, era ele!
Respondi:
"Estou ainda sem acreditar que notou minha obra, só tenho a agradecer <33"
Ele nem sequer curtiu ou respondeu, mas fiquei feliz para caralho que ele tinha notado. Tirei print e queria tattuar aquela momento. A única pessoa que me dei ao vislumbre de contar foi o Caio Cesar. Caio era meu amigo do curso que amava super herois. Quando eu contei ele surtou, ele se trata de um menino engracado porem introspectivo, nossas melhores conversas eram por whatsapp.
Fui dormir pensando no quanto fui sortuda de Tom ter notado o desenho que fiz com tanto carinho. Aquilo para mim tinha sido o auge de toda minha vida e acreditava fielmente que o mais próximo de sucesso que eu sentiria ou teria seria aquilo. Afinal, nada mais nada menos que o próprio Tom Holland tinha notado meu desenho. O desenho entre milhares dele que existe por aí na internet. Eu estava sendo a puta de uma sortuda.
Dias se passaram e eu comecei a ter uma paixao meio platonica por ele. Amava ficar babando nas suas fotos. Ou seja, comecei a me considerar uma fã.
Merda.
Eu odiava essa palavra. Sempre odiei ser fã de qualquer coisa que seja. Eu só gostava de admirar e de acompanhar os trabalhos mas nada doentio ou obcecado, não era do tipo fã service. Mas por Tom Holland foi inevitável.
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7 dias com você. [ TOM HOLLAND ]
FanficBella é uma garota de 19 anos que sempre viu sua vida estacionada. Sonhando com uma vida mais "agitada" e também com o dia que viveria um grande amor, só não passava pela sua cabeça que se apaixonaria por um ator bastante famoso. Ao mesmo tempo tend...