7 dias com você. [ TOM HOLLAND ]

Desacreditada.

Eu estava controlando o volume do meu choro o máximo mas quando passei a lembrar dos inúmeros dias praticamente perdidos naquele centro, eu comecei a chorar sem me importar de parecer uma louca. Eu de fato estava me contorcendo por saber que todo meu esforço foi em vão. Aquela foi a maior dor que eu já havia sentido.

Minha mãe que aquele horário estava assistindo a novela no seu quarto que ficava ao lado do meu, enquanto meu pai por sorte estava na sala assistindo algum famigerado filme de guerra.

Ela ao ouvir minhas súplicas veio até meu quarto com a cara de que sabia que se tratava de alguma bobeira minha como ela costumava dizer. Mas desta vez ela se preocupou pois nunca fui de me descabelar tanto pra chorar. Eu estava tendo uma crise de ansiedade, coisa que eu achei ter superado com 17 anos. Mas sim eu estava com muita falta de ar.

Ela veio correndo até mim querendo entender. Colocando a minha franja da testa que estava toda suada e molhada de lágrimas pra trás.

— Bella! O que foi? — os seus olhos estavam arregalados mostrando preocupação.

E eu não conseguia falar. Não entendi porque fui ter uma maldita crise por causa disso mas definitivamente não foi nada legal saber que não veria o Tom depois de tanto esforço do caralho. 

— O que foi Isabella! — ela gritou. Ela estava nervosa e quando isso acontecia ela virava uma mulher de pavio curto.

— N-não I-intere-s-sa.— disse em meio ao choro pausado.

—Interessa sim. O que aconteceu? — desta vez ela falou mais calma.

— É que... — eu tentava dizer mas ela ia me xingar quando soubesse o motivo.

— Fala Isabella!

— Todos os ingressos da CCXP acabaram. — disse limpando as lágrimas na blusa.

—O que é isso? Aquele coiso que você comentou uma vez? — ela não entendia nada do mundo pop.

—Sim. — não conseguia a encarar, sabia que ela ia achar uma bobeira toda essa xorumela. — Eu trabalhei por dois meses e meio pra ajuntar dinheiro pra ir e quando finalmente consigo, eles se esgotaram.

—Calma. Tem certeza que acabou tudo? — minha mãe disse tentando ser a pessoa mais compreensiva do mundo. A olhei atônita. Ela tava entendendo que o motivo daquele choro era plausível.

— Sim. Olha! — indiquei a tela do computador onde mostrava todos os ingressos esgotados. Não tinha mais jeito pelo visto.

— Mas Isabella, por que isso é tão importante pra você?

—Porque sim. — só consegui dar está "ótima" resposta.

—Ok. Mas não tem todo ano? Ano que vem você vai.

—Não é tão simples assim mãe. Eu queria ir este ano pois o ator que eu gosto vai estar este ano e ano que vem eu não faço ideia. Eu trabalhei dois meses e meio pra isso. Você e o papai disseram pra mim correr atrás e pronto eu corri. Mas tudo foi por água abaixo. — disse deixando escapar mais algumas lágrimas. Não sei como eu não desidratei.

—Eu te entendo filha. Mas se acalma, pode ser que ainda há um jeito. O evento é final do ano né? — ela sabia pois já havia comentado muitas vezes sobre a CCXP pra ela, apesar dela esquecer e chamar de coiso, ela sabia que era em dezembro. — Até lá nos damos um jeito.

—Não tem mais jeito. Não tem! — eu me joguei na cama e coloquei o travesseiro na cara forçando um grito.

Nesta hora recebo uma ligação. Eu tiro o travesseiro do rosto e ao desbloquear a tela vejo que era Caio Cesar. Pensei em não atendo-lo e ficar chorando o resto do dia. Provavelmente ele ligara pra saber dos ingressos comprados. Mas o atendo:

Eu:

"Que foi?"

Cc:

Tá chorando Bella?

Eu:

Sim. Como sempre.

Cc:

Qualé! O que houve?

Eu:

Decepção. Mais uma pra conta. Nada novo sobre o sol.

Nesta hora minha mãe saiu revirando os olhos. " Ai essa Isabella"

Cc:

O que foi? Se anima mano. A gente vai pra CCXP.

Eu:

Não da mano. Os ingressos se esgotaram. Todos!

Cc:

Tá de zoas?

Eu:

Não.

Cc:

Porra mano. Eu tava crente que iamos juntos e que você ia ver o tom Holland.

Eu:

Pois é. Não me torture mais, não precisa me lembrar disto. Eu só sei que vou ficar em depressão até a CCXp do ano que vem e mesmo assim não vou mais sorrir porque a merda do tom não vai estar ano que vem, mas que caralho!

Cc:

Mas você não vai precisar ir ano que vem. Quer dizer se quiser vá, mas você pode ir este ano.

Eu:

Como assim? Eu te disse que se esgotou tudo essa porra.

Cc:

Porque eu já comprei o seu passaporte fofa. 4 dias, e com direito a tudo que se quiser.

Eu:

Como assim CC? Você fez isso?

Cc:

Fiz!

Eu:

Você tá falando sério? Me explica isso direito.

Cc:

Sim. Eu sabia que quando você conseguisse o dinheiro total já teria se esgotado então eu comprei faz um mês. Você vai!!!

Eu estava desacreditada e quando caiu a ficha eu agradeci imensamente o Caio Cesar por isso. Ele estava se tornando um puta amigo. Depois de desligarmos a ligação eu comecei a comemorar muito ao som de Zedd e Katy Perry- 365.

Eu ia. Eu ia. Eu ia.

Caio Cesar eu te amo! — gritei.

Caio era um menino meio japa, magricelo, 20 anos. E muito muito muito amigo. Aquele típico de amigo que fica na Friendzone e você não imagina sendo outra coisa. Nos demos bem logo de cara pois ele era tímido igual eu e também abobalhado. Mas também somos dois marrentões. Amamos falar palavrão, odiamos as mesmas pessoas e nao deixamos ninguém mexer com a gente de graça.
O sonho de Cesar ( eu o dei muitos nomes e apelidos: Caio Cesar, CC, Caio, Cesar, Cesinha, Cainhu, Caraio, Caio mais levanto: como está o contato dele do whats.) O sonho dele é ser um quadrinista de sucesso. Particularmente ele é muito foda nisto, ele já fez inúmeros super heróis e personagens dignos de filmes blockbusters. Porém ele ainda estava no começo da jornada assim como eu. Eu não tinha palavras pra agradecer esse filha da mãe.