Capítulo Três - Risadas e um bom café da manhã

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  Notas iniciais: Os primeiros capítulos são como flashbacks, por isso as datas, acho importante deixá-los aqui antes de entrar em 1988.

Palavras: 1560
Aviso ou gatilho: nenhum

Longe de Hawkins, 26 de dezembro de 1986

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Longe de Hawkins, 26 de dezembro de 1986.

Dois dias após o Natal. Mike dormia tranquilamente na cama de Will, que dormia num colchão não tão confortável sobre o chão, por insistência. Mike tentou mas Byers conseguia ser tão teimoso quanto o melhor amigo quando queria. No quarto ao lado, Jane descansava também. Um sono perturbado com memórias de Brenner, Kali e Hopper, mas isso era assunto para outra hora.

William, com o cabelo recém-cortado, roupas trocadas por causa do banho matinal, com quinze anos completados, desenhava com um lápis marrom escuro, rabiscando o que deveria ser o cabelo de Michael. Estava tão concentrado em terminar antes que o garoto despertasse, que não escutou o barulho que a cama fazia quando se mexiam nela. O papel foi puxado de suas mãos por outras rápidas. Um Mike sonolento e com olheiras — não dormia bem há meses — analisou o desenho com o máximo de atenção que seu corpo proporcionava naquele momento. Abriu a boca em um bocejo, espreguiçando o braço livre.

— Observar os outros dormindo é falta de educação, Will. — a voz rouca pelo fato de ter acordado não fazia nem 10 minutos tirou William do choque de ter sua obra retirada de suas mãos sem mais nem menos. Ele piscou, as bochechas queimando como nunca.

— Mike! Me devolve! Não era pra você ver isso. — se ergueu pra pegar, sem sucesso. O braço de Mike era muito longo.

— Isso é pior ainda! Não tenho privacidade mais! — zombou.

— Meu Deus, eu te odeio. — Will se ergueu mais um pouco, e Mike imitou, ficando de pé na cama e Will, no colchão. A diferença de altura era humilhante, assim como o pulo que o menor deu para alcançar, provocando risadas em Wheeler — Não é brincadeira, Mike.

Ele continuou rindo, o braço direito esticando o papel colorido no ar e o outro braço sobre a barriga, tentando controlar o riso solto. Will aproveitou a distração para subir na cama e puxar o desenho. Se soubesse que cairia com o amigo, jamais teria feito aquilo. Mas o destino era assim: traiçoeiro e apreciador de piadas cruéis.

Um dos pés de Will, ao sentir a maciez do colchão da cama, escorregou e Mike, tendo uma melhora considerável nos reflexos ao entrar no time da escola para melhorar as notas em educação física, o segurou pela cintura. Não foi o suficiente, porém. O outro pé também deslizou e ambos foram pro colchão jogado no chão.

Mike e Will se entreolharam por instantes e então começaram a rir, sem se importar em estarem colados ou com as sensações que ambos sentiam na ponta do intestino. Um vazio em Mike e uma ardência em Will. Não eram inocentes mas gostavam de fingir que eram. Aquilo funcionava nos anos 80.

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