capitulo 11

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Faltava um dia para a entrega das flores no clube de teatro e o Kei não me deu uma posição sobre o que fazer. Sai de casa já nervosa e fui andando pela rua.

- bom dia para você também- o loiro disse se aproximando de mim, eu nem tinha visto ele chegar.

- me desculpa, bom dia- fiquei na ponta do pe e dei um beijo na bochecha do mesmo. - estou meio nervosa, não tenho mais flores para fazer o arco, vou entregar só as rosas ao clube mesmo. - respiro fundo e olho para o chão.

- não sei por que se preocupa com coisas tão banais- ele diz entre risos.

-voce não disse que já dar um jeito?- eu perguntei e o mesmo ficou sério. Logo, fez uma cara um tanto sedutora.

- talvez eu tenha te auxiliado, talvez eu só estivesse blefando. Nada é 100% certo. - ele continuou com aquele rosto que dizia " eu sou o homem mais lindo do mundo ".

- mas, eu não fiz nada pois fiquei contando com aquilo- eu fiz uma feição preocupada e logo voltei a atenção ao chão. O Yamaguchi logo chegou e fomos para a escola em silêncio, pela primeira vez.

Ao chegar eu fui direto ao clube de jardinagem, peguei as rosas e fui levando de 2 em 2 até o clube de teatro. Ao levar a primeira remessa, fiquei surpresa. O clube de teatro estava cheio de arcos de flores como aquele. Eu ia fazer um só para por na porta principal, mas deveria ter pelo menos uns 20 daquele. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu quis chorar.

- Maria, obrigada pelos arcos de flores.- o Yahiko disse se aproximando de mim.

- mas, não fui eu- eu disse e ele sorriu.

- ah sua boba, claro que sim. Algumas meninas trouxeram em seu nome. Enfim, quer que eu te ajude com as rosas? - o que? Meninas ? Mas não tem ninguém no clube de jardinagem além de mim. Quem faria esse favor ?

- não precisa, eu não tenho a primeira aula e acho que você tem muito serviço pela frente. - eu disse sorrindo

- Yahiko, me ajuda aqui com os refletores- uma menina gritou ele e ele foi.

Subi as escadas novamente indo até meu clube, pensando em que meninas teriam feitos tantos arcos e posto no clube a bem cedo. Entro no clube e pego mais dois vasos com rosas.

- imagino que tenha gostado- Kei estava em cima do muro do prédio olhando para o céu.

- Kei? O que ? - olhei para o mesmo confusa. Ele desce e para na minha frente.

- bom, não pense que vai sair de graça tá. Deu trabalho escravizar aquelas nojentas- espera, do que ele está falando?

- Kei , quem fez os arcos de flores ?- perguntei seria e ele respondeu.

- quem mais oras? As meninas que mexeram com você. Elas amassaram as flores da escola, que são patrimônio público. Então, elas pagaram pelo que fizeram. Só que com um pouco de juros. - ele sorri e vem em minha direção.

- você fez elas fazerem aquilo?- ele acenou que sim com a cabeça e eu abracei o mesmo - muito obrigada Kei. Por tudo que fez por mim.

- me solta, eu não fiz por você. Fiz pelo bem do governo japonês.- ele disse sério e eu soltei o mesmo.

- tá, obrigada mesmo assim. Vou ter mais cuidado ao trancar o clube.- saio de perto dele e vou até as rosas para levar até o clube de teatro.

- eu estou descendo, vou levar umas 4 dessas comigo.- ele pegou as flores e foi logo atrás de mim e fomos até o clube.

Enquanto íamos até o clube, as meninas apareceram e vieram falar comigo. O Kei estava no andar de baixo e eu estava longe dele. Ele é mais forte e mais rápido.

- ora ora, a puta está aqui carregando esse peso desnecessário, assim como sua existência.- a chefinha do grupo disse se aproximando de mim e eu fui andando até o clube, tentando me afastar ao máximo.

- olha, ela quer fugir chorando para o tsukishima- uma disse rindo alto.

- não, eu não...

- ela tá até gaguejando de medinho- a outra falou e tirou as flores da minha mão enquanto a outra me empurrou contra a parede.

- escuta aqui sua puta brasileira, você não vai roubar o meu tsukishima ouviu- ela estava apertando meu pescoço me fazendo ficar sem ar.

-eh, e.... - tentei falar mas logo minha visão ficou embaçada e eu não conseguia respirar.

- ora, parece que você gostou das flores afinal. Tem mais 12 no clube para você carregar para mim. - tinha alguém se aproximando mas eu não consegui ver direito. Ela me soltou e eu caí no chão tentando respirar.

- ts... tsukki? O que está fazendo aqui ? Você deveria estar na aula.- ela estava falando com o Kei, ele está aqui.

- olha aqui, eu já disse para você pegar as rosas que sobraram lá em cima. Por que você ainda está aqui?- ele disse em tom ríspido e assustador e ela foi correndo com as 2 amigas. - você está bem?

-sim...- eu estava recuperando o ar ainda mas logo consegui me levantar com o auxílio das paredes.

- vem- ele me pegou no colo e me levou até uma sala vazia. Me sentou em uma mesa e ficou olhando pra mim.

- o que houve?- eu perguntei meio assustada pelo olhar dele.

- não precisa ficar com medo. - ele se aproximou. - nunca teve medo de mim, por que começaria agora?

Eu respirei fundo e fiquei em silêncio.

-fecha os olhos- ele disse sério. - é difícil falar algo com você com essa cara de assustada.

Eu o obedeci e fechei os olhos. Senti a respiração do mesmo em meu rosto e logo senti seus lábios nos meus. Minhas mãos agiram por conta própria e seguraram no pescoço do mesmo e ele colocou suas mãos em minha cintura, apertando levemente. Comecei a dar uns gemidos baixos e ele percebeu e deu uma risadinha. Nos separamos depois de um tempinho.

- Kei, por que você não consegue se expressar?- ele virou o rosto.

- se eu soubesse o motivo, provavelmente não te contaria. - ele disse sério. - mas... Eu tenho uma vontade de fazer algo grande, longe daqui. Mas a sua presença me faz querer levar você para esse algo.

- uau, não acredito que fiz você se abrir- sorri e abracei o mesmo.

- você é mesmo única. Totalmente diferente dos padrões do Japão e tem a audácia de resistir aos meus insultos. - ele disse e eu sorri.

- agradeço os elogios. - na linguagem Kei, isso significa que sou uma ótima pessoa e faço ele feliz com a minha petulância.

- vamos sair, daqui a pouco temos aula. - ele disse e arrumou os óculos.

- quem olha de longe até pensa que você gosta das aulas.

- mas eu gosto.

- ser inteligente é diferente de gostar de estudar.

- esse seu jeito sarcástico até me impressiona. - ele sorri e me beija de novo.

- eu aceito. - na linguagem do Kei, isso significa um " quer namorar comigo ?"

- mas sem melosidade.

- tudo bem.


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Oi amores. Mais um capítulo para vocês.

Mudança Para O Japão ( Tsukishima)Onde histórias criam vida. Descubra agora