Cortina de Aço | Parte 14

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- Boa noite Erik.- falou indo na direção dele.

Espantado Erik pareceu perturbado quando ela ficou na ponta dos pés para beijar de leve seus lábios. Sentiu vontade de rir de vê-lo sem ação.

- Sirva algo para Djey Erik.- pediu Mylena. Enquanto isso Djey aproveitou para voltar rapidamente para perto de Mylena, assim não daria tempo para Erik fazer qualquer coisa em resposta a sua atitude.

- Gostaria apenas de um suco.- falou rápido. Não cairia na tolice de beber qualquer coisa alcoólica e depois acabar perdendo a cabeça. Para sua surpresa Erik pareceu adivinhar seu pensamento.

- Está com medo Djey?- perguntou ao entregar o suco.

- Deveria?- olhou-o de alto a baixo.

- Não me provoque garota.- falou em tom ameaçador e se afastando sentou no sofá confortavelmente.

- Vamos nos sentar no sofá também Djey.- pediu Mylena. Erik deu umas batidinhas com a mão no sofá indicando que sentasse ao seu lado. Djey semicerrou seus olhos em provocação e fingindo obediência fez o que indicara.

- Deve estar faminta Djey. Não é mesmo?- perguntou Mylena.

- Um pouco- admitiu.

- Pedi para Anne preparar algo para o lanche, ou você prefere esperar só um pouquinho enquanto o jantar fica pronto?

- Posso esperar também.- respondeu e nessa mesma hora chegou Anne com uma bandeja de pequenos sanduíches em suas mãos.

- Tem certeza que não quer comer alguns Djey? Você também Erik, como alguma coisa.- insistiu Mylena.

- Vou aceitar - falou Djey enquanto Erik seguia seu exemplo.

- Nos avise quando o jantar estiver pronto.

- Sim senhora.- falou Anne retirando-se.

Enquanto Djey e Mylena trocavam conversas, Erik olhava prestando atenção em tudo que dizia. Estava parecendo um detetive. O que ele queria? Começou a sentir um certo incomodo. Mylena não parava de falar contando toda a história da família, enquanto ela ouvia com olhos e ouvidos atentos. Mylena falou da casa, do quanto amava tudo aquilo e Djey teve que concordar com ela.

- Achei tudo aqui maravilhoso, desde os jardins assim como a casa também. É realmente linda.

Mylena estava encantada em conversar com Djey. Erik também tinha suas opiniões e conversava de modo animado.

Algum tempo depois jantaram e voltaram para a sala de estar. O tempo havia passado rapidamente e ao olhar para o relógio em seu pulso, viu que já passava das vinte e duas e trinta e no dia seguinte teria que trabalhar.

- Tenho que ir embora- falou segurando as mãos de Mylena.

- Fique conosco está noite querida- pediu Mylena.

- Não posso tenho que ir embora, amanhã tenho um longo dia no trabalho.

- Mas está muito tarde, me preocupo que volte sozinha a esta hora. Sei que mora longe, se não ficar terei que fazer meu neto levar você.

- Não é necessário- respondeu prontamente- Vim com meu carro e não posso deixa-lo aqui. Não fique preocupada Mylena, já estou acostumada a dirigir sozinha a noite. De modo algum quero deixa-la preocupada.

- Então fique- insistiu ele.

- Não há necessidade, posso ir tranquilamente.- mal acabara de falar ouviu um estrondo que vinha de fora da casa. A principio não discerniu o que era, mas logo soube do que se tratava. Anne entrou na sala avisando.

- Está caindo uma tempestade la fora.

Djey havia reparado nas nuvens um pouco escuras, mas achou que iriam acabar se dissipando.

- Agora mesmo que insisto.- repetiu Mylena triunfante- Fique  e vá amanhã cedo.

- Não vim preparada para isso- Djey suspirou meio a contra gosto.

- Não se preocupe com isso, ajeitaremos tudo para que se sinta confortável.

- Gosta de jogar Djey?- Erik perguntou.

- O que?- Djey perguntou sem entender.

- Baralho.- Erik a olhava sorrindo.

- Ah! Sim.- a principio achou que ele estava zombando dela e só então entendeu.

- Que tal nós três jogarmos um pouco?- Erik olhou para a avó e para Djey.

- Querido sua avó está exausta, vou deitar-me. Joguem vocês dois.- Mylena levantou e virou-se para Djey- Querida estou muito feliz que tenha vindo. Que esta não seja a última vez que veio nos visitar. Vou avisar para Anne preparar o quarto de hospedes e roupas adequadas para você.

- Eu agradeço por toda recepção e também fiquei feliz de estar aqui. Tenha uma boa noite e descanse bem Mylena.

Depois que Mylena se recolheu, Erik voltou a insistir.

- Vamos jogar Djey?

- Está bem, vamos.- concordou não acreditando no cansaço repentino de Mylena.

Foram agora para uma pequena sala de jogos. Ali jogaram algumas partidas enquanto ouviam o barulho da chuva e dos trovões. Riram um pouco pois ela perdia mais do que ganhava.

- Você parece uma menininha com essas roupas- falou ternamente.

- Não pareço, eu sou uma menininha- brincou ela.

Erik a olhava tão intensamente que fazia sentir-se nua. De repente parou de jogar e se recostou no sofá.

- Já cansou?- perguntou Djey no intuito de quebrar aquele clima.

- Sim. Já viu que horas são?

Djey olhou para o relógio e ficou espantada. Passava da uma da manhã.

- Meu Deus!- exclamou- Melhor irmos dormir, temos que trabalhar daqui a pouco.

Veio a sua mente o fato de não estar em seu apartamento.

- Venha, vou levá-la ao quarto de hóspedes.

Seguiram por um corredor extenso com muitas portas, no final parou na frente de uma delas e abriu entrando quarto a dentro. Ela o seguiu e pode ver uma grande cama de casal confortável. O quarto era aconchegante, tinha um closet enorme, duas pequenas luminárias sobre os cômodos ao lado da cama, que já estava posta com cobertores macios em tons de rosa com branco. Sentiu uma vontade enorme de deitar, estava exausta.

- Meu quarto fica logo em frente ao seu, se precisar de algo é só me chamar, venho correndo.- ele brincou mas, com um leve tom de verdade em sua voz.

- Está bem.- sorriu- Agora preciso deitar. Agradeço pela noite, foi ótima.

Estava sentindo uma vontade intensa de puxá-lo para si e abraça-lo. Precisava se controlar, no entanto, algo mais forte a impulsionou para junto dele e quando se deu conta já o enlaçava pelo pescoço trazendo o rosto dele para junto do seu, beijando levemente seus lábios. Diferente do beijo que ele lhe havia dado no coquetel, agora ele estava sendo beijado e ela estava sentindo o prazer de te-lo surpreendido, beijou-o com doçura enquanto suas mãos desgrenhavam os cabelos macios dele. Suas mãos deslizaram para o pescoço de Erik, descendo para as costas.

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