Cortina de Aço | Parte 21

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- Gosta daqui não é Erik?- perguntou ao ver ele relatar nostalgicamente parte da sua infância.

- Muito!- apertou-a contra si- Esse lugar me traz boas recordações e agora espero estar criando novas histórias com relação ao futuro.

Djey ficou meio em dúvida sobre o que ele realmente estaria falando. Erik beijava seu rosto e cheirava seus cabelos como se quisesse gravar na memória olfativa o seu cheiro inebriante.

- Seus cabelos são perfumados.- disse inspirando profundamente.

- Você como sempre é encantador Erik! Sabe exatamente o que dizer e quando dizer. Deve estar me achando uma boba, as vezes acho que estou cansando você falando o tempo inteiro.

- Não diga isso! Amo te ouvir, o que diz, sua voz. Já lhe disse isso antes não?

- Sim! Mas as vezes penso que é só por educação que fala isso.

- Acha mesmo que por educação diria que a voz do pato Donald é linda?

Djey não conteve o riso.

- Bobo, desse jeito me deixa sem graça.

- Mas, não é verdade?- ele ria junto- Você as vezes parece uma menininha, o que me faz sentir um velho perto de você.

- Que velho o que?- Djey se ajeitou melhor para ficar de frente para ele. Erik tinha uma mecha de cabelo que teimava em cair sobre seus olhos, um charme, ao mesmo tempo gostava de jogar para traz e ver como ela caia novamente. Na verdade, agora que percebeu que sempre fazia isso com os cabelos dele. Ele permanecia de olhos fechados enquanto ela passava a ponta dos dedos sobre suas sobrancelhas espessas, correu os dedos pela face se detendo nas covinhas que ficavam mais visíveis quando sorria. Os lábios fechados escondiam dentes perfeitos e brancos. Erik abriu os olhos cor de mel que pareciam mais claros com o dia ensolarado.

- O que você está pensando Djey?

- Estou memorizando seus traços. Tenho todos guardados bem aqui.- falou pegando a mão dele e colocando na parte frontal da cabeça- E também aqui.- levou agora até o coração.

- Você me deixa totalmente fora do ar quando faz isso.- Erik tinha dificuldade em esconder o seu desejo por ela.

- Por que continua sozinho Erik?- quando percebeu já havia perguntado.

- Não encontrei a pessoa ideal.- de repente Erik parecia uma ostra, ficou claro que não queria tocar no assunto. Por que isso agora? O que o deixava tão incomodado?

- E você Djey? Também não encontrou ninguém?

- Já namorei alguns rapazes, mas ninguém que me fizesse enlouquecer de paixão. Alguém que me fizesse feliz de verdade. Talvez ache algum dia.- disse isso olhando nos olhos dele procurando alguma reação, porém foi inútil. Parecia escondido atrás de uma cortina de aço. Erik não escondia seu desejo por ela, mas pelo jeito era apenas isso. Sentiu uma pontinha de tristeza, mas não deixaria que isso estragasse suas férias. Depois que voltasse pensaria em algo. De repente Erik puxou os cabelos de Djey para trás usando pouca força, com o objetivo de erguer seu rosto e beijar-lhe o pescoço, roçando a ponta da língua, subindo e descendo, do pescoço ao lóbulo da orelha. Ela estava completamente indefesa, sem ação, entorpecida.

- Acho que não vai precisar ir muito longe atrás do homem da sua vida- ele falou sorrindo com ar maroto.

- Você é mesmo petulante.- Djey quis ser sarcástica.

- Você é um amorzinho.- disse espremendo-a num abraço.

- Já você parece um gatinho manhoso.- ela também brincou enlaçando-o pelo pescoço.

- Não sei se você já reparou como é difícil ficarmos longe um do outro?

Era verdade. Já havia percebido isso, os dois pareciam ter um imã, atraídos um ao outro por qualquer motivo estavam conectados, ligados através de um beijo, um abraço...

Seria detestável ficar longe dele depois que partissem. Não queria pensar nisso, precisava aproveitar cada momento. Beijou-o com tanta intensidade que pegou-o desprevenido. Essa era a melhor parte, sentir que o surpreendia apesar da vasta experiência dele.

- Quer que eu me controle mas fica me provocando! Por que faz isso comigo Djey?- Erik a olhava ávido de desejo.

- Tudo bem Erik. Vou parar de provocá-lo. Pronto- Beijou-o mais uma vez, com menos intensidade. Levantou dali e puxou-o pela mão para que ele pudesse levantar.

- Melhor irmos não acha?- ela questionou.

- Concordo, está ficando tarde. Pegamos tudo e vamos.- Erik Estava calmo mas, um pouco distante.

Voltaram para casa em silêncio e quando chegaram ao chalé, cada um foi para seu quarto.

Por volta das dezenove horas todos se reuniram a mesa. Selena preparou os peixes que Erik havia pescado. Estavam deliciosos. Erik parecia ter voltado ao estado normal, Mylena estava alegre e após o jantar foram para a sala de estar ouvir um pouco de música. Erik tirou Mylena para dançar uma antiga valsa. Os dois dançavam lindamente. Djey, Selena e Douglas os observavam sorrindo.

- Ande logo Douglas! Tire Selena para dançar também.- Djey o incentivou e permaneceu no sofá enquanto vez ou outra bocejava. Estava cansada e sentia que aquela noite dormiria melhor.

- Dance com Erik Djey!- Mylena entregou o Neto para Ela- Estou cansada, vou sentar um pouco.

- Vamos?- convidou ele.

- Está bem.

- Dançavam a uma certa distância dando a impressão que temiam se aproximar mais do que o necessário, como se a qualquer momento fossem tomar um choque elétrico. Essa distância foi se quebrando aos poucos, seus corpos que pareciam dois imãs que se atraem, logo estavam colados um ao outro. Dançavam muito próximos, seus rostos colados, não precisava nenhuma palavra, o contato entre os dois era suficiente. 

Continuaram dançando um pouco mais e aos poucos foram decidindo que era hora de cada um ir para seu quarto.






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