INVESTIGAÇÕES

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Capítulo 24: Investigações

Acordar é o gesto mais simples que um ser humano pode fazer. Acordar é tão simples e natural quanto piscar. Durante todo o seu tempo de vida, você acorda todos os dias, ou várias vezes durante o dia, e você nem se importa com isso, a menos quando você quer dormir mais, porém a verdadeira essência do "acordar" acaba meio despercebida para os amantes da rotina. Se você acordou hoje, repense e agradeça esse ato, talvez amanhã você pode não repeti-lo de novo.

Às nove horas eu estava de pé. A escola estava de luto pela morte de Charlie. Eu aproveitaria o dia para seguir com as minhas investigações no caso.

Beatriz Santos era a melhor amiga de Amanda Amorim, e eu estava dirigindo nesse exato momento para lá. Liguei o som e coloquei o meu pen drive. Apertei o play e me deleitei na música Playing God da banda Paramore.

Durante o caminho pensei e repensei sobre aquele beijo. O único beijo. Kyle e eu não tocamos mais no assunto. Depois de algumas horas tudo voltou ao normal de novo, como se nada disso tivesse acontecido. Continuamos como melhores amigos, mas de certa forma o jeito que olhamos um para o outro mudou. Isso com certeza havia mudado. Ele me olhava com desejo, às vezes com firmeza, outras vezes com um olhar bobo. E eu, percebia todos esses olhares porque não parava de olhar para ele também.

Chegando à casa de Beatriz, toquei a campainha. Uma garota de cabelos cacheados atendeu a porta.

— Olá, você que é a Beatriz Santos?

— Sou eu mesma.

— Prazer, detetive Katherine, eu posso conversar um pouco com você?

— Claro, entra.

Entrei em sua casa. Aquela que presumi ser a mãe dela chegou na sala para ver quem havia entrado em sua casa. Acenei e dei um sorriso. Beatriz me convidou para sentar.

— Você aceita alguma coisa?

— Eu estou bem, obrigada.

— Então, Katherine, não é? O que quer saber?

— Creio que já deve saber por que estou aqui. Você deve ter passado por isso por várias vezes, até porque você era a melhor amiga de Amanda, então... desculpe estar tocando nesse assunto.

— Tudo bem.

— Qual foi a última vez que você viu Amanda?

— Duas noites antes de ela cortar os pulsos.

— Certo, e vocês conversaram por mensagem durante esses dois dias que não se viram?

— Sim, conversamos.

— E ela parecia normal?

— Parecia.

— Digo, as mensagens dela, o jeito que ela escrevia, algum áudio, o tempo de resposta...

Amanda se surpreendeu. Creio que nenhum jornalista tenha feito aquela pergunta para ela.

— Na verdade, ela estava errando muito as palavras, e Amanda era boa com a gramática. Ela não chegou a mandar áudio e ela estava demorando sim a responder.

— Interessante.

Anotei isso no papel.

— Outra pergunta, Amanda usava drogas?

— O quê?

— Ela usava drogas?

— Não.

Detalhes de um crime - nunca confie em gravatas-borboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora