Detalhes de um crime - nunca confie em gravatas-borboleta

ADEUS, DISNEY DAVIS

Capítulo 37: Adeus, Disney Davis

Amar alguém era tão complicado assim? O que você faria se tivesse que abrir mão da pessoa que você ama para salvar a vida de outras? Eu seria egoísta de pensar que poderia ter Disney para mim enquanto pessoas morreriam por aí.

Estava voltando no tempo nesse exato momento. Estava invadindo a linha temporal de Disney Davis. Estava voltando para aquela noite em que tentava cometer um crime pela sua primeira vez.

Às dez horas de uma sexta-feira movimentada eu havia levantado do chão de uma boate em Londres.

As pessoas em minha volta acharam que eu caí de bêbada. Após uma ajuda para levantar eu disse que estava bem. Quando caminhava para a entrada, um garoto me chamou atenção. Ele estava com uma roupa bonita e uma linda gravata-borboleta. Olhava para os lados, como se estivesse procurando alguém.

Caminhei até ele.

— Procurando por alguém, garoto?

— Não, eu... — Ele parou quando me olhou.

— O que foi? — Perguntei.

— Você é linda.

— Charmoso como sempre. Bom, esse não é um lugar para você. Que tal irmos lá fora para gente conversar um pouco?

— Eu tenho que...

— Sequestrar uma garota?

— O que você disse?

— Não é assim a gíria dos garotos de Londres?

— Não!

— Mas, enfim, vai recusar o meu convite?

— Não, claro que não.

Acompanhei Disney até lá fora. Meu coração partiu ao ver que Hector me via como apenas uma desconhecida. Eu sabia muita coisa sobre ele, mas ele não sabia nada de mim.

— Qual o seu nome?

— Ellie Noble, e o seu?

— Hector Davis.

— Já te disseram que você tem cara de Disney?

— Não! — Disse ele, soltando uma risada.

Reparei em um carro estacionado do outro lado da rua. Havia um homem nos observando. Surpreendi-me quando reconheci quem era.

— Bom, Hector, eu vou ser direta. Está vendo aquele carro ali atrás? — Disse, apontando para o carro onde vi Harry na janela.

— Sim.

— Ele é de um homem que trabalha para o seu pai. Ele é muito perigoso e pode até tentar matar você.

— O que você disse? Você conhece o meu pai?

— Digamos que sim. Bom, Hector, é complicado te explicar isso, mas eu sei da máquina do tempo no porão do seu pai.

— Você é da polícia?

— Não, mas eu preciso do endereço da sua casa e que me diga exatamente como chegar até a máquina para que a polícia possa ir lá.

— E por que eu faria isso? É uma máquina do tempo!

— Posso te contar um segredo? — Disse, aproximando-me do seu ouvido.

— O.k. — disse ele quando sussurrei algumas coisas em seu ouvido.

Ele se surpreendeu com o que disse.

Assentiu.

Disney retirou do bolso um papel e uma caneta. Ele anotou o endereço e como chegar à máquina.