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A TEORIA DO SUICÍDIO

Capítulo 20: A teoria do suicídio

Eu nunca parei para pensar que viagens no tempo seriam possíveis até minha melhor amiga viver esta experiência. Recentemente, Ellie Noble constatou que havia viajado no tempo juntamente com seu irmão após assistirem um vídeo da briga dela com Maggie há alguns anos. Eu cheguei a ver o vídeo depois que Ellie me contara o que aconteceu. E realmente ela e Nickolas estavam lá, encostados no muro, bem no fundo. E na sexta-feira um homem viajara do futuro para matar Disney. Eu não sabia se ficava pasma com o cara que viajou no tempo ou com o fato de que Disney estava na lista de morte de alguém.

Sempre desconfiei que havia alguma coisa errada com ele. Seu ar misterioso e seu nome, principalmente agora que sabia que ele era alvo de alguém, provavam que eu estava certa o tempo inteiro. Hector Davis não era uma pessoa confiável.

Eu estava voltando para minha casa. Passaria lá para tomar um banho e pegar algumas coisas para dormir na casa de Ellie. Quando cheguei, topei com a meu irmão mais velho sentado no sofá. Apenas o cumprimentei e passei direto para cozinha, onde minha mãe estava.

— Como Ellie está? — Perguntou ela.

— Ela está melhor.

— Seu pai saiu para vistoriar aquelas redondezas, para ver se acha algum vestígio do ladrão que assaltou vocês.

— Então quer dizer que eu não vou vê-lo hoje de novo?

— Por que diz isso?

— Eu vou dormir na casa de Ellie, e meu pai está fazendo ronda, então significa que não o verei novamente — disse, entristecendo o cenho.

— Não faça essa cara. Você sabe que depois que a filha do delegado morreu, seu pai teve que dobrar o serviço, já que o delegado quase não comparece na delegacia.

— Tudo bem. Eu aguento esperar para vê-lo. Eu queria conversar pessoalmente com ele, mas vou falar com você mesmo, ele deve ter contado alguma coisa para você. Meu pai disse se houve mais um suicídio na cidade?

— Ele chegou a comentar algumas coisas rápidas, mas como estava apressado, ele não deu muitos detalhes.

— E sobre a paradoxal?

— Dois homens foram abordados e disseram ter usado nesta semana.

— Sorte a deles que não morreram ainda. O amigo do Kyle quase morreu na quinta-feira. Foi parar até no hospital.

— Você descobriu alguma coisa?

— Desculpe, mamãe, mas essas informações eu só posso dizer para o meu pai. Eu sinto muito. Não me leve a mal, é só um hobbie. Eu vou tomar um banho — disse, virando-me.

— Kath — chamou ela — você é brilhante, minha filha, mas toma cuidado com isso.

Sorri para ela.

— Cuidado é o meu sobrenome — brinquei.

Há poucos dias, Amanda Amorim apareceu morta misteriosamente no quintal de sua casa. Seus pulsos estavam cortados, o que provavelmente causara sua morte. A teoria então seguia como suicídio. Desde aquele caso da garotinha, meu pai sempre colocou muita confiança em mim. Eu já solucionei vários casos para a polícia, e sendo assim, tinha passe livre no necrotério no Hospital de Vale Dourado. Eu sempre investigava os corpos em que o motivo da morte tivesse sido de origem duvidosa ou estranha. Eu estivera lá quando liberaram o corpo de Amanda para análise. Seus pulsos estavam realmente cortados, o que de certa forma pareceu realmente um suicídio. E essa teoria continuou a seguir. Amanda fazia o uso de drogas escondida da família até certo tempo. Depois que perdeu a vergonha na cara, começou a usar descaradamente. Um suicídio para uma pessoa drogada parecia plausível. A ideia de que ela se matara era mais bem aceita depois que soubemos que ela era uma usuária de drogas. E a teoria do suicídio ficou ainda mais forte.