CAPÍTULO 16

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DEAN

Ao ver Anna naquele vestido, as palavras simplesmente sumiram, as pessoas a minha volta pareciam nem existir, era apenas ela e eu. Uma música lenta se iniciou, criando a oportunidade que eu precisava. Tirei-a para dançar e acabo percebendo todos os olhares em nós, mas eu não dou a mínima. Anna estava com as mãos geladas, dava para notar seu nervosismo de estar ali, coloco uma das mãos em sua cintura, aproximando ainda mais os nossos corpos e ela sorri. A beleza de Anna me deixava imaginando como seria acordar ao lado dela todos os dias, eu queria aquela mulher ao meu lado. Ela era tudo que eu queria e precisava.
— Obrigada. — Disse Anna me tirando dos meus pensamentos.
— Pelo o quê?
— Você me elogiou e eu não respondi. — Ela fala timidamente. Colo nossos rostos.
— A maneira como esse vestido veste em você, incrível... mas nada se compara quando você está sem ele. — Sussurro com as nossas testas coladas e ela sorri.
— Bobo!
Me inclino para beijá-la, quando de repente Victoria aparece fazendo um escândalo desnecessário.
— Quem é ela? — Victoria pergunta descontrolada.
— Essa é Anna, minha namorada! — Respondo firmemente e todos parecem chocados. Os jornalistas pareciam abutres desesperados por informações sobre isso.
— Namorada? — Meu pai fala bem irritado. — Explique-se Dean!
Olho para Anna. Sua respiração estava ofegante, percebo que apertava a parte de baixo do vestido nervosamente. Até que David se mete, lembrando que ela era garçonete, deixando um clima ainda mais desconfortável.
— Uma garçonete? Você preferiu uma mísera garçonete?!  — Victoria se exalta olhando para Anna. — O que você tem hein, que eu saiba garçonetes recebem gorjeta... quanto você recebeu para transar com ele!?
— CHEGA VICTORIA! — Grito.
Anna sai correndo e eu tento ir atrás dela, mas ela entra num táxi. Então sou obrigado a voltar para aquele baile estúpido, assim que coloco os pés no jardim, meu pai vem até mim furioso.
— No que você está pensando? Uma garçonete como namorada ao invés de Victoria, uma mulher no seu nível. Está querendo destruir a sua reputação... — Ele falava com um desprezo na voz.
— Não fale da Anna, o senhor não a conhece! — Me imponho e ele se surpreende com tal atitude.
— E nem pretendo, afinal, está na cara que ela é apenas uma interesseira que está de olho no seu dinheiro!
— Otávio por favor, aqui não é lugar para resolvermos isso! — Minha mãe intervém preocupada.
— Quero você em casa amanhã... — Ele fala tentando controlar a raiva. — Você já me irritou demais hoje, Dean!
— Fica bem, maninho! — Lisa me abraça e os acompanha.
David vem até mim com uma expressão de deboche, bem a cara dele pisar na ferida.
— Qual é irmãozinho, uma garçonete na nossa família?! — Debochou. — E mais uma vez, você é o do contra. Ainda prefiro Victoria.
— Ah é... então case você com ela! — Digo e saio daquele lugar.

Andrew e eu chegamos em casa e eu me jogo no sofá, as coisas saíram totalmente do meu controle. Anna passou por uma humilhação sem tamanho e eu não vou deixar que ninguém se meta com ela, Anna se tornou importante demais e eu não vou abandoná-la agora.
— Preciso achar a Anna, tenho que falar com ela urgentemente! — Digo me levantando do sofá e começo a andar de um lado para outro preocupado.
— Já falei com a Stephanie, parece que a Anna está na casa dos pais e não quer ver ninguém. — Conta Andrew e eu bufo.
— Que merda! — Grito atirando um vaso contra a parede.
— Se acalma, Dean! — Andrew intervém preocupado. — Mantenha a calma, Anna precisa de você calmo!
— É nela que estou pensando, eu...
— Você a ama, cara. — Andrew fala e eu me sinto confuso. Mas ao mesmo tempo sinto que realmente pode ser amor.
    Tomo um banho e deixo a água levar toda tensão que havia no meu corpo, mas parecia não adiantar. Só me vem as imagens de Anna sendo humilhada, ela estava tão linda e feliz ao meu lado e vê-la com os olhos marejados, num beco sem saída, ouvindo coisas que a ofendia diretamente. Prometo a mim mesmo que nada e nem ninguém iria desrespeitá-la novamente.

Acordo no dia seguinte ainda mais cansado, não havia pregado o olho a noite toda. Vou para a empresa e meu humor não estava dos melhores, entro na minha sala e peço para não ser incomodado de jeito nenhum.
As horas se passavam e eu estava inquieto, não consigo me concentrar no trabalho. Chamo Denise e peço que ela ache Andrew e o mande vir na minha sala.
Não demora muito para que ele apareça na minha sala.
— Faça tudo que estiver ao seu alcance e ache Anna! — Peço e ele assente.
— A casa dos pais dela fica perto do Central Park, vou apenas pedir o endereço a Stephanie. — Fala e eu agradeço.
    Depois de alguns minutos, ele vem e me entrega o endereço. Saio do escritório às pressas e vou até a casa. Quando chego ainda reluto para tocar a campainha, depois de um tempo crio coragem e toco. Então um homem de meia idade abre a porta.
— Quem é você? — Perguntou.
— Me chamo Dean Campbell. — Respondo. — Eu preciso muito falar com a Anna, por favor.
— Você é o tal que a família humilhou a minha filha?! — Ele pergunta fechando a cara.
— Infelizmente, mas eu preciso falar com ela. Por favor, me deixe vê-la. — Imploro e ele parecia bem irritado. Até que uma mulher também aparece na porta.
— Clark, deixe o rapaz entrar. — Ela pede calmamente.
— Amanda, por favor. Nossa filha já foi humilhada o suficiente.
— Pai... — Anna aparece e eu começo a ficar nervoso. — Deixa que eu falo com ele.
— Tem certeza, querida? — Amanda pergunta e Anna assente.
— O que você quer, Dean? — Perguntou Anna cruzando os braços.
— Quero te pedir desculpas por ontem, eu nunca imaginei que aquilo poderia acontecer e eu nem sei o porque de tudo aquilo. — Falo cabisbaixo.
— Porque perdemos a cabeça e fomos longe demais. — Disse ela com os olhos marejados. — Não deveríamos ter levado isso adiante.
— Não fala isso. Eu sabia muito bem o que estava fazendo, até porque eu tenho certeza do que eu quero! — Digo firme.
— O que você quer, eu nunca vou poder ser! — Exclamou.
— Eu não me importo com nada do que pensam, eu conheço seu caráter e... eu estava prestes a te pedir em namoro!
— Não há nada de comum entre nós e agora que tudo está feito não há o que dizer. — Anna falava e eu não sentia convicção em suas palavras.
— Eu sei que podemos não ter nada em comum socialmente, mas eu não ligo se você é uma garçonete ou qualquer outra coisa. Anna, eu estou apaixonado por você!
— Como é que é? — Perguntou surpresa com o fato. — E Victoria... ela...
— Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu para me apaixonar por outra pessoa... — Falo nos aproximando e a expressão dela muda. 
— Dean, vai embora... eu preciso ficar sozinha. — Ela fala ainda com as nossas testas coladas, tento me aproximar mais, mas ela entra de novo.

 — Ela fala ainda com as nossas testas coladas, tento me aproximar mais, mas ela entra de novo

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Volto para a empresa, mas obviamente estava sem cabeça para o trabalho. Até que sou tirado dos meus pensamentos quando meu pai entra na minha sala, furioso.
— Você vai me explicar a história dessa garçonete AGORA!

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