DEAN
— De quem é o carro? — Pergunto sério e Andrew engole seco.
— Jacob Dripp!
O ódio percorre minhas veias com muito mais intensidade. Primeiro, ele ousa assediar a minha mulher e agora sequestrá-la com o meu filho na barriga e ele pagará caro por isso. Eu não estou conseguindo controlar a vontade de matá-lo com minhas próprias mãos.
— Sr. Campbell, Dripp não estava sozinho! — Josea fala e eu franzo a testa analisando cada palavra. — Victoria Vandort também estava no carro.
— Contate a polícia imediatamente e rastreie o carro! Quero a minha mulher sã e salva! — Mando e ele sai da casa dos pais da Anna.
— Eu vou matar aquela patricinha desgraçada! — Stephanie fala e eu junto as sobrancelhas.
Então Steph me conta sobre a ida de Victoria até a cafeteria para humilhar Anna, o que me deixa ainda mais irritado. E ainda se aliou com o desgraçado do Jacob. Eu juro que vou colocar os dois na cadeia.
As horas passavam e nada de notícia sobre onde Dripp e Victoria haviam legado Anna. Minha preocupação só aumentava até que meu celular toca e era o número de Anna. Aviso aos policiais e eles começam a rastrear com a ajuda de Andrew.
— Anna! — Digo e apenas ouço respirações descompassadas.
"Não, não!". A voz de Anna de desespero se sobressai na ligação e eu começo a entrar em desespero.
"Isso é por você ter tirado tudo de mim, seu desgraçado. Agora vou tirar tudo que você mais ama!". Jacob grita e eu ouço a voz de Anna abafada mas com um certo desespero, até que ouço um estralo.
"Fique quieta!". Disse Victoria.
— Deixe ela, seu desgraçado! — Grito com um certo desespero e eu ainda ouvia gritos abafados. Até que o celular é desligado e eu fico aflito.
— Consegui! — Andrew fala e eu vou até ele. — Consegui rastrear o celular da Anna, ela está num depósito perto do Central Park!
— A polícia já enviou viaturas ao local, já estão perto! — Josea avisa e eu saio correndo dali e vou até o meu carro, indo até o depósito. Abro o porta luvas e vejo que minha arma estava ali, logo a polícia estava ao meu lado.
Chego no depósito e me deparo com Anna no chão e Jacob chuta sua barriga com tanta força que a faz rolar para o lado. Ela fica inconsciente e eu corro até ela desesperado. Seu rosto tinha alguns cortes na testa, boca e bochecha. Jacob pega uma arma das mãos de Victoria e a empurra, mas antes que ele pudesse pensar em atirar em Anna, dou um tiro em sua perna primeiro e ele cai com tudo no chão. Enquanto a polícia prendia os dois, pego Anna nos braços levando-a até o carro.
— Delegado, preciso levar minha mulher para o hospital! — Digo bem aflito.
— Não se preocupe, Sr. Campbell. — Ele fala e eu corro para o hospital.Chego no hospital com Anna nos braços e com os nervos à flor da pele. Os enfermeiros vem até mim preocupados com aquilo, nessas horas é que eu agradeço pelo o peso do meu sobrenome. Eles trouxeram uma maca e eu ponho Anna lá.
— Por favor, salvem a minha mulher. Ela está grávida! — Digo enquanto seguia junto com eles para a U.T.I .
— Preciso que espere aqui fora, Sr. Campbell!
Disse uma das enfermeiras para mim. — Nós salvaremos os dois, é uma promessa.
Ela fala e entra com os outros enfermeiros e com o médico numa sala, então vou até a recepção. Os pais de Anna foram avisados, avisei a minha mãe e Lisa o que havia acontecido. Minha mãe me convence a contar ao meu pai pessoalmente que serei pai, mas que ele não vai conhecer o meu filho.
O mordomo abre a porta e meu pai junto com a minha mãe e meus irmãos, eu estava nervoso com o que aconteceria. Minha cara não era das melhores, eu estava preocupado com o estado de Anna e tomar uma decisão dessas não foi nada fácil para mim, mas não posso deixar que minha mulher e meu filho fiquem expostos a armações. Principalmente se meu irmão foi o culpado disso tudo estar acontecendo com Anna e meu pai com seus julgamentos e ambições me fizeram tomar essa decisão.
— Dean...
Meu pai fala surpreso ao me ver e pela primeira vez em anos, eu o vejo preocupado.
— Eu vim para avisar que Anna está grávida, mas ela e o bebê estão correndo risco de vida. Eu só vim dizer que se os dois sobreviverem e que se tudo correr bem, eles vão... meu filho não vai ter contato com o senhor ou com David!
Digo e vejo a expressão dele mudar.
— Eu vou ter um neto?! — Ele diz cético.
— Não queria sinceramente ter chegado a esse ponto de ter que impedir meu próprio pai de conhecer o meu filho. Mas Anna não mereceu nada do que aconteceu com ela! — Falo bem emocionado.
— Meu filho... — Meu pai parecia estar surpreso com a minha decisão.
— Eu preciso voltar ao hospital. Eu estou com as duas pessoas mais importantes da minha vida correndo risco de vida, por conta da sua queridinha, Victoria!Saio da casa dos meus pais, mais preocupado com Anna e com o bebê do que com a reação do meu pai. Assim que chego no hospital, o médico vem até mim e eu fico preocupado. Peço a Deus que tanto Anna quanto o bebê estejam bem, não suportaria perder nenhum dos dois.
— E então Doutor, como estão a minha mulher e o meu filho? — Pergunto preocupado.
— Está tudo bem com os dois, Sr. Campbell! — Ele me tranquiliza. — Inclusive a Srta. Adams já está no quarto, ela está dormindo mas pode acordar a qualquer momento.
— Posso vê-la?
— Pode sim. — Ele autoriza e eu vou até o quarto.
Entro e vejo Anna deitada imóvel naquela cama. Seu rosto estava com alguns ematomas, sua respiração estava estável. Mesmo naquele estado, ela não perdia a beleza e a elegância que tinha, assim que ela tiver alta, a pedirei em casamento.
Vou até a cama e a vejo dormir, passo a mão pelo seu rosto machucado e levanto um pouco a camisola hospitalar que ela usava e vejo sua barriga com um enorme ematoma roxo e a cena do chute veio à tona na minha cabeça. Eu vou fazer com que Jacob Dripp apodreça na cadeia.
Sento numa poltrona ao lado da cama e percebo que ela estava acordando, me coloco de pé às pressas e vou até ela.
— O bebê... Dean, o bebê... — Ela sussurra ainda fraca, tentando ficar sentada e assimilar as coisas.
— Ei,ei,ei... Calma meu amor, está tudo bem com o bebê! — Tento tranquiliza-la e faço com que ela continue deitada, então passo os meus dedos em seu rosto.
— O que aconteceu? — Perguntou confusa.Depois de explicar tudo para ela, sinto Anna relaxar um pouco. Ela pede desculpas por ter escondido a gravidez, mas eu não estava me importando com isso, afinal, eu entendo o que ela estava sentindo. Então eu conto que soube de David e que abandonei de vez tudo que se relacionava a Campbell's. Ela me olhava incrédula com tudo que havia contado.
— Eu não quero que você se afaste da sua família, eu nunca me perdoaria!
Anna explica e eu fico sem entender.
— Depois de tudo que aconteceu, você ainda quer a minha família ao nosso lado? — Pergunto confuso.
— Eu...
Anna ia falar mas fica atônita e seu olhar vai em direção a porta do quarto e eu acompanho seu olhar e dou de cara com o meu pai parado, nos olhando.
— Eu gostaria de falar com a Anna, por favor. — Ele diz sutilmente, coisa que é muito difícil de ver.
— Tudo bem, Sr. Campbell... — Anna fala gentilmente.
Devo confessar que estava nervoso e um pouco receoso com aquilo.
— Vou deixá-los a vontade! — Digo hesitante.
— Não precisa, meu filho. Eu gostaria que você ouvisse o que eu tenho para dizer. — Disse ele e eu peço que ele entre no quarto. — Eu sempre fui o tipo de homem que quer controlar tudo a minha volta e queria tudo do meu jeito e ver que Dean não seria como eu imaginava me deixou assustado e que eu pudesse perder minhas ações, então quis colocá-lo em rédeas curtas mesmo sabendo que ele nunca seria como eu. Apenas percebi o mal que causei a minha família quando vi meu primogênito causando esse horror na sua vida, Anna.
— Sr. Campbell, eu nunca quis o seu dinheiro. — Anna fala calma e devagar como sempre. — Eu amo seu filho e apenas ele... bom, e agora o nosso filho.
— Agora eu entendi, agora eu percebi que fiz muito mal a vocês. — Ele falava tão emocionado, que me surpreende. Eu nunca tinha o visto daquele jeito. — Eu espero que você possa me perdoar e não me tirar o prazer de ver o meu neto crescer.
— Eu nunca faria isso! — Anna diz e eu suspiro. — E é claro que eu o perdôo.
Anna pede ajuda para que possa ficar sentada na cama, então meu pai vai até ela e eles se abraçam.
Quem diria que um bebê poderia mudar as nossas vidas de um jeito tão surpreendente.
— E você, meu filho? — Meu pai pergunta virando o olhar para mim.
— É claro que eu perdôo, pai! — Digo e ele me abraça bem forte bem emocionado com a conversa.
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OPOSTOS
RomanceAnna é uma garota de vinte e quatro anos que faz faculdade de publicidade e trabalha como garçonete. Dean é um cara de vinte e seis anos que terminou a faculdade de administração e agora trabalha na empresa de tecnologia da família e logo assumirá a...