CAPÍTULO 08

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DEAN

Passamos mais alguns dias no Caribe e assim que voltamos tratei de agilizar a minha mudança para Nova Iorque. Meu pai queria fazer a festa de apresentação em três semanas, então deixou tudo nas mãos da minha secretária, Denise. Eu não me envolvi muito na organização da festa, estava focado nos meus projetos para a empresa e em fechar o contrato do meu novo apartamento. Eu não era de aparecer na mídia, sempre fui o mais reservado da família, por isso o burburinho sobre a presidência passar para mim está crescendo, as pessoas sabem quem é Dean Campbell mas não viram o meu rosto, agora eles teriam a chance.
      Minha mãe me liga, convidado a mim e Andrew para um jantar hoje a noite e eu aceito.
— O que será que esse jantar significa? — Perguntou Andrew meio desconfiado.
— Não faço a menor ideia do que significa, mas eu espero apenas que seja um jantar em família. — Digo com um pingo de esperança.
— Conhecendo a sua mãe, pode ser sim um jantar agradável, já seu pai e David... pode não ser tão agradável assim. — Andrew debocha e eu sorrio.
— Só indo para saber. — Murmuro sem ânimo.

Deu a hora do jantar, então fomos para a casa dos meus pais e sou recebido com um abraço de Lisa. Ela me olha meio nervosa.
— Pela sua cara, esse jantar é uma furada. — Andrew fala e eu respiro fundo.
— Victoria e Jonas estão aqui! — Lisa conta e eu passo a mão no cabelo nervoso.
— Isso é sério? — Digo irritado. — Quem teve essa ideia absurda?
— Dean...
De repente, Victoria aparece e eu tento não transparecer a minha frustração em vê-la ali.
— Victoria, pensei que ainda estava no Caribe. — Digo com um sorriso meio falso.
— Resolvemos tudo por lá e agora meu pai e eu viemos para Seattle à convite do Sr. Campbell. Depois iremos para sua festa de apresentação em Nova Iorque. — Victoria explica.
— A festa será em algumas semanas, não precisava se esforçar tanto nisso. — Falo e ela sorri.
— Não foi nada, eu sou rápida assim mesmo. — Ela fala e volta para a sala de jantar.
— Boa sorte, cara. — Andrew debocha e eu reviro os olhos.
— Você vai precisar, maninho. — Lisa concorda.
       Vamos para a sala de jantar e todos me olhavam e eu estranho a situação. O jantar seguia com meu pai e Jonas conversando sobre negócios, minha mãe e Lisa conversavam com Victoria. Minha cabeça ainda estava no Caribe com Anna, aquela mulher não sai da minha cabeça e pensar que não vou vê-la mais me deixa um pouco para baixo.
— Então, quando vamos fazer esse noivado acontecer? — Jonas fala e me tira dos meus pensamentos. Me pego analisando as expressões de todos. Andrew quase engasgou com o vinho, Lisa mordiscava os lábios de nervosismo, minha mãe parecia mais nervosa ainda mas não parecia contente com o comentário de Jonas. David sorria debochado enquanto tomava mais um gole de vinho. Meu pai era o mais difícil de decifrar, a mais animada naquele lugar era Victoria.
— Como é que é? — Pergunto finalmente quebrando aquele silêncio constrangedor.
— Pensei que seria bom que os negócios não fossem apenas de amizade e sim de família. — Jonas explica e eu acho totalmente ridículo.
— Eu acho uma ótima ideia. — Meu pai concorda, me deixando ainda mais chocado.
— Com licença, mas é da minha vida que estamos falando. — Interrompo tentando não me irritar ainda mais. — Eu não quero me casar por negócios, muito menos com alguém que mal conheço. Victoria, sinto muito pelo constrangimento mas preciso ir embora.
Me levanto indo até o meu carro, Andrew aparece e entra no carro. De repente, meu pai bate no vidro bem irritado. Mas se ele está com raiva, eu estou fervilhando.
— Você enlouqueceu? — Ele grita. — No que estava pensando ao dispensar a filha do seu maior investidor?
— Estou pensando na minha vida! — Respondo firme. — Pode controlar seus negócios, mas quando eu assumir a presidência em Nova Iorque, saiba que não se meterá nos meus negócios!!
— Dean, eu o coloquei onde você está...
— E eu fiz os negócios crescerem ainda mais, então não pense que só por ser meu pai tem o direito de controlar a minha vida pessoal! — Grito o interrompendo, fazendo com que ele ficasse ainda mais irritado. Ia saindo com o carro mas ele barra minha passagem.
— Você não me dá escolha, Dean! — Ele explode. — Ou você sai e conhece melhor a Victoria ou pode dar adeus a presidência da Campbell's!
Sou pego de surpresa com essa ameaça, sabia que meu pai era capaz de tudo pelos negócios, mas não que venderia os filhos para conseguir o que queria.
— Agora você desceu o nível, pai! — Digo com raiva e acelero o carro, saindo daquele lugar.

Chego no meu apartamento e eu pego um vaso e o lanço contra a parede de tanta raiva. As vezes penso em desistir da presidência da Campbell's de uma vez por todas e começar do zero, porém, preciso da condição e da importância da empresa para colocar meu projeto em prática.
— Fica calmo, Dean! — Andrew fala preocupado.
— Ele não tem o direito de fazer isso! — Digo me jogando no sofá, bufando de raiva.
— Não, não tem. Mas você tem que se acalmar e se manter firme, é do futuro dos nossos projetos que estamos falando aqui. — Andrew reforça. — Tenha um encontro com Victoria e depois caia fora, infelizmente é o jeito.

...

As semanas se passam e nesse meio tempo sair com Victoria estava sendo desgastante. A maior parte do tempo pensava nas poucas horas que passei com Anna no Caribe. Ela não era fútil e aquilo me fazia não tirá-la da cabeça, eu queria ter ficado mais tempo com Anna. Sou tirado dos meus pensamentos quando Victoria me puxa para mais uma loja e eu não vejo a hora daquela tortura acabar.
     Meu telefone toca e agradeço por ser Andrew, me dizendo que iríamos mais cedo para Nova Iorque. Desligo e sinto um alívio.
— Eu vou precisar ir embora. Andrew avisou que precisam de mim no escritório em Nova Iorque. — Expliquei a situação e ela não gosta muito.
— Tudo bem. Nos vemos na sua festa, então? — Pergunta meio cabisbaixa.
— Claro que sim. — Digo sem ânimo. Dou um beijo em sua testa e saio daquela loja o mais rápido que posso.
Eu nunca desejei tanto ir para Nova Iorque como hoje e espero que não precise ver Victoria depois dessa maldita festa.

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