Me Apaixonei Por Você Mais Uma Vez

Capítulo 20

Pegamos o primeiro barco de volta para o continente, ficamos uma hora e meia no máximo dentro do barco, Leo não trocou uma palavra comigo desde a noite passada. Chegamos novamente na cidade, fomos para o carro e logo depois para casa, eu ainda estava com sono e queria dormir mais.

Quando chegamos eu peguei minha mala e fui direto pro quarto, me joguei na cama com a roupa que estava mesmo e apaguei. Acordei com o sol bem no meu rosto, olhei em volta e nada do Leo, peguei meu celular e tinha umas mensagens de Anna perguntando se já tínhamos voltado, logo respondi ela e me levantei. Tomei um banho e troquei de roupa.

Leo estava no quintal mexendo no computador. Fui até onde ele estava e fiquei olhando para a praia.

- Eu vou buscar Anna - avisei - minha tia vai sair e não quer deixar ela sozinha, volto em alguns minutos - foi tudo o que falei e saí.

Peguei a chave e fui até a casa dos meus tios, parei em frente e buzinei avisando que tinha chegado. Anna saiu pelo portão quase que fugindo de casa.

- Parece que você está fugindo de casa - informei.

- Talvez eu esteja - deu de ombros e olhei para ela sério - fica calmo, minha mãe sabe, ela não iria me pedir para fazer isso se não fosse importante.

- Eu espero que seja verdade mocinha - avisei a ela.

- O que vamos fazer hoje? - perguntou com um sorriso no rosto.

- Não tenho nada em mente - fui sincero.

- Ainda tem os jogos de tabuleiro lá na casa, eu não deixei minha mãe jogar fora e ela também não deixa eu pegar para mim - toda vez que juntava Anna, Laura e eu, nós três passávamos horas jogando esses jogos de tabuleiro, era nosso passatempo favorito.

Voltei para casa e tinha algo diferente, procurei por Leo e não o achei. Ele não saiu, não conhece quase nada por aqui, olhei na praia e nada dele. Anna logo começou a procurar também, como alguém some assim? Até que cheguei em um ponto que desisti de procurar. Ele iria ter que aparecer. Mandei diversas mensagens, mas sem resposta.

Tentei ficar calmo, entrar em pânico não iria ajudar. Liguei para o celular dele e escutei chamar, Anna correu pela casa junto comigo, eu sabia de onde estava vindo o som. Tinha uma porta que levava até um sótão, tentei abrir a porta mas estava emperrada.

- Deixa eu te mostrar uma coisa que aprendi - Anna pegou impulso e chutou a porta com toda força.

- Por que não fez isso antes? - perguntei olhado para ela.

Subimos a pequena escada e vi Leo desmaiado, peguei alguma coisa para apoiar a cabeça dele. O que aconteceu com ele? Pedi para Anna me ajudar acordar Leo. Não demorou muito para ele abrir os olhos e olhar para mim.

- Pensei que não fosse me achar - sorriu feito um bobo.

- Você me assustou! - bati de leve nele - como veio parar aqui? - perguntei.

- Vim ver o que tinha aqui, achei umas coisas legais - ele fez uma careta - mas acabei derrubando umas caixas pesadas em cima de mim.

- Está com muita dor? - perguntou Anna.

- Minha mão direita dói muito, acho que quebrei - reclamou.

Anna além de fazer aula de defesa pessoal, era ótima em corpo humano, estudava igual um estudante de medicina.

- Não está quebrada - falou - mas precisa de um médico, temos que ir no hospital, caso contrário isso vai ficar pior.

Anna me ajudou a levar Leo até o carro, ele estava meio tonto ainda. Fomos pro hospital mais rápido possível, cheguei e fiz a ficha dele e não esperamos não de dez minutos para ver o médico. Como Anna disse não havia quebrado, mas iria imobilizar para não piorar. Já para dor passou um remédio que eu comprei na volta para casa.

Eu iria ter que dar comida na boca de Leo, quem mandou ir machucar a mão direita. Fiz nosso almoço e nesse tempo pedi para Anna ir escolher um jogo para a gente jogar depois, ela volta alguns minutos depois com todos os jogos. Depois do almoço, como combinado, jogamos banco imobiliário, eu estava me acabando de rir com as brigas de Leo e Anna por dinheiro no jogo.

Nossa janta foi pizza, Anna que escolheu já que foi ela que terminou o jogo com mais dinheiro. E quando a pizza chegou eu que tive que ir lá buscar, paguei o entregador e voltei, Leo e Anna estavam rindo de alguma coisa. Os dois tinham feito uma bela amizade nesses dias.

Leo até mostrou foto dos gêmeos para ela, ele contou um pouco do que aconteceu para ela. Meu tio veio buscar Anna, claro que ela queria ficar, mas não conseguiu fazer seu pai mudar de ideia. Mas garanti para ela que nossa viagem de volta só iria ser de noite, iríamos fazer algo para se divertir de dia.

Fomos nos deitar depois de arrumar tudo, como passamos dois dias longe, iria sobrar uma comida, então para não jogar fora, vou pedir para minha tia vir buscar, ou eu mesmo levo amanhã, tive que ajudar Leo a escovar os dentes também. Depois desse dia agitado tivemos uma bela noite de sono.

Como havia prometido para Anna, fui buscar ela cedo para passar o dia com a gente. Ela e Leo ficavam conversando o tempo todo, os dois passaram a maior parte do tempo jogando uno, eu só olhava para eles e ria de Leo que toda vez tinha que comprar mais cartas.

Avisei os dois que iríamos sair em alguns minutos, os dois pararam de jogar e foram se arrumar, igual criança que vive em casa e quando saí é a primeira pessoa a se arrumar. Todos enfim arrumados, entramos no carro e fomos pro shopping andar, não queira ficar em casa o dia todo, Leo fez Anna escolher alguma coisa para ela, ele fez questão de comprar. Anna escolheu um box dos livros do Harry Potter, assim como eu, ela amava os filmes e os livros.

- Qual sua casa em Hogwarts? - Leo perguntou para Anna.

- Slytherin - disse Anna com um sorriso.

- Minha garota - bati na mão dela.

Leo estava pasmo com nós dois, a casa de Leo era da Griffindor, eu nunca gostei muito da casa Griffindor. Todos são tão arrogantes, por serem destinados a fazer coisas grandiosas. Depois de uma pequena discussão sobre qual casa era melhor, fomos comer, eu e Anna pedimos o lanche mais caro que tinha e Leo ficou com o básico. Agora no shopping tinha um lugar para jogar, eu não me aguentei e fui. Acabei descobrindo que sou péssimo nisso, mas por outro lado valeu a pena, eu ri muito.

Quando estava escurecendo voltamos para casa, só para pegar nossas malas e deixar Anna em casa, pedi para o meu tio que havia chegado levar a gente no carro e depois levar ele de volta, já Anna fez de tudo para ir com a gente e conseguiu. Chegamos no pequeno aeroporto da cidade e fomos até o jato que já estava pronto para ir.

- Quero que você fique com os jogos - falei para Anna - e se minha tia falar que não, pegue escondido.

- Pode deixar - Anna era minha melhor prima, me despedir dela era sempre difícil.

- Aí baixinha - era assim que Leo chamava Anna - da próxima vez que a gente se ver, vai ser lá em Nova Iorque, combinado?

- Pode deixar - Anna iria fazer de tudo para ir em Nova Iorque nós visitar - dá um beijo nos gêmeos por mim.

Entrei no jato e logo estávamos voando de volta para o Rio, iríamos reabastecer lá e logo voltar a voar para casa de novo.