Capítulo 16

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Quando eu acordei, Leo estava andando de um lado para o outro dentro do quarto. Eu apenas olhava para ele, queria saber o porquê dessa agitação toda.

Me levantei da cama e fui no banheiro e escovei os dentes, quando voltei, o café tinha acabado de chegar. Leo estava sentado a mesa, tomando café, me sentei de frente para ele e peguei o café e pôs numa xícara para mim.

- O que vamos fazer hoje? - perguntei, mesmo sabendo que ele não iria me contar, mas sempre tentava saber de algo.

- Vamos a dois lugares hoje - foi tudo o que ele disse.

Fui olhar o tempo pela janela, estava ensolarado, mas o inverno está chegando, separei uma roupa que servia para um dia de sol ou um dia nublado com vento gelado. Tomei meu banho, não estava com pressa, escutei Leo falando com alguém, devia ser com Joseph ou com Grant, nem milhares de quilômetros separam esses dois. Quando enfim estava pronto, saímos do hotel e pegamos um táxi.

Nós iríamos até o Pão de Açúcar, como eu não adivinhei logo que esse seria o lugar que iríamos? Eu nunca tinha andando nos bondinhos. Tecnicamente eu morava em Angra dos Reis, fica no litoral, meu pai passava a semana fora a trabalho aqui no Rio. Eu vinha pra cá nas férias com minha mãe, íamos muito para as praias, passar o dia no passeio de barco. Mas nunca fomos ao Pão de Açúcar.

Leo fez questão de pagar tudo sozinho - esse mania dele me dava uma raiva - tinha uma fila para ir. Leo era mesmo o turista - eu estava rindo mesmo - ele quer tirar foto toda hora. Parece até as tias que tira foto de tudo - eu sou brasileiro, estou no meu país e vou zoar mesmo.

Entramos no bondinho e logo ele já estava bem no alto, dava para ver bastante coisa daqui - agora foi a minha vez de dar uma de tia, não me julguem - a paisagem era linda, o Brasil tem suas maravilhas. Eu estava adorando esse passeio, quando chegamos ao Morro da Urca, eu parecia uma criança de três anos que acabou de ganhar um brinquedo novo. Ter essa experiências na vida ao lado do meu marido era como se nada mais existisse na terra. Eu puxei Leo para perto de mim e tirei uma foto nossa, pedi a uma mulher para tirar uma foto nossa, todos olhavam para nós dois juntos.

Comprei uma lembrança do lugar, iria guardar. Quero poder lembrar disso e contar para nossos filhos e netos, foi quando me lembrei que não tinha comprado nada para os gêmeos, mas iria dar um jeito nisso ainda. Descemos no bondinho e pegamos outro táxi, tinha mais um lugar que iríamos, Leo mostrou o lugar para o motorista sem me deixar ver. Misterioso ele sabe? Passamos pela Lagoa Rodrigo de Freitas, eu pensei que iríamos em algum restaurante, já que se aproximava a hora do almoço. Mas me enganei, nosso real destino era o Cristo Redentor.

O lugar que qualquer um que venha ao Rio vai, isso era tão previsível, porquê eu não percebi antes? A floresta era mesmo linda, vi alguns macacos nas árvores e mostrei pro Leo - ele ficou com um pouco de medo - fomos subindo as escadas e quando chegamos ao pés do Cristo, eu estava maravilhado. Sem palavras para descrever o momento, eu nunca tinha visto tanta beleza, o horizonte era lindo.

- Gostou? - perguntou Leo.

- Eu amei! - abracei ele - eu te amo, você era a pessoa que faltava na minha vida para ela ser completa.

- Sempre me questionei se alguém iria mudar minha vida como você mudou - ele estava segurando minha mão - mas quando eu te vi naquele saguão do prédio, mesmo sendo grosso com você, aquilo me fez mudar, seu olhar me fez sentir uma coisa nova. Quando você foi embora para Londres, eu me perdi, mesmo que a gente não ficasse juntos, eu iria ficar mais tranquilo sabendo que você estava perto e iria te proteger de tudo....

- Eu sei me proteger sozinho - interrompi ele.

- Mas eu faço isso muito melhor - ele queria se sair por cima, e eu deixei.

Tiramos mais fotos, e fomos arrumar um lugar para comer. Eu estava com fome já. Quase infartei só de ver o preço da comida. Eu iria morrer e continuar pagando essa conta, mas Leo fez questão de almoçar por aqui mesmo. Ele também quis pagar a conta sozinho, mas aí eu não deixei, ele iria ter que vender o rim pra pagar isso.

- O que quer fazer agora? - perguntou ele.

- Já acabou o passeio? - perguntei olhando ele desconfiado.

- O de hoje sim - ele e seu tão de mistério.

- Ainda está cedo para voltar pro hotel - murmurei - e eu lembrei que não comprei nada para os gêmeos ontem, vamos em alguns lojas olhar alguns brinquedos.

- Eles são recém nascidos ainda - ironizou Leo.

- Mas eles vão crescer - falei dando uma cotovelada nele - quero comprar uns ursos de pelúcia, pode ser? - perguntei olhando para ele.

- Tudo bem vamos - mesmo que ele luta-se contra mim, eu sempre ganhava.

Eu queria comprar metade da loja, ou eu era a criança que iria brincar com todos os brinquedos que eu iria comprar. Leo foi contra metade das coisas que eu peguei para comprar, tinha ótimos brinquedos e ursos de pelúcia, acabei comprando duas coisas pra cada, eu iria mimar muito os gêmeos ainda.

Voltamos pro hotel já era noite, tomei um banho e pôs uma roupa mais aconchegante, Leo pediu nosso jantar para entregar no quarto.

- Vamos ficar aqui no Rio mais quantos dias? - perguntei.

- Amanhã é o último dia - Leo mexia no celular - Por que a perguntar? - perguntou enfim me olhando.

- Por nada, só curiosidade - disse indo até ele.

- Você está tentando saber para onde nós vamos - ele me olhou desconfiado - eu conheço todos os seus truques, quer saber para onde vamos? - ele me puxou e eu caí no seu colo.

- Você vai dizer? - fiquei surpreso.

- Nós vamos para Angra dos Reis - ele sorriu para mim.

- Sério? Você não está brincando? - perguntei  desconfiado.

- Não estou - ele riu.

- Por que você quer ir pra lá?

- Que eu sabia, você nasceu lá. Tem família lá e eu também fiquei sabendo que seu pai tem uma casa na beira da praia - ele realmente não estava brincando.

- Pena que eu não tenho a chave - fiz uma cara triste.

- Mas eu tenho - sorriu mostrando a chave.

- Eu vou matar a Laura e a minha mãe - esbocei um sorriso fraco no rosto e fui até o quarto.

Eu estava feliz por pensar que iria voltar para minha cidade natal, mas as pessoas que estão lá, não sei se quero encontrar com eles. Foi um alívio ter que ir embora, mas voltar agora. Voltei até onde Leo estava e parei na porta.

- Quando dias vamos passar lá? - perguntei.

- Seis dias - ele estava super tranquilo.

- Seis dias! Leo como... - eu não sabia nem o que dizer.

- Eu quero conhecer o lugar, e também sua família. Você deve ter vários amigos que quer ver - ele não sabia de muito coisa sobre meu passado.

- Minha única amiga de lá, está em Nova Iorque nesse momento - disse.

- Laura era sua única amiga? - perguntou.

- Sim! E tinha o Guilherme - soltei isso sem querer - mas ele é outro assunto, que não vem ao caso agora.

- Vai dar tudo certo - ele se levantou, veio ate mim e me beijou.

Nosso jantar chegou e eu que fui receber, eu vou tentar ensinar um pouco de português pro Leo amanhã, para ele falar com a minha família, sem precisar eu ser o tradutor de tudo. Quando terminamos de comer, pedi para virem buscar as coisas, eu dava uma gorjeta sempre que vinham trazer ou buscar alguma coisa. Me deitei ao lado de Leo e ficamos vendo TV ele estava vendo em inglês com legenda por ele não sabia que tinha como tirar ela da tela. Eu não aguentei nem ver todo o filme, peguei no sono estava na metade dele ainda.

Me Apaixonei Por Você Mais Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora