Esperança

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Any Gabrielly

Acabei de chegar em casa, depois de uma longa caminhada até a escola em que eu fiz a minha última entrevista. Realmente ficar o dia todo sentada em um sofá, chorando as mágoas por um sonho que não posso realizar, esta me deixando cada vez mais sedentária.

Depois de fugir do Brasil ,e do meu pai, viver as custas da minha mãe não está sendo nada fácil. Seguir meu sonho de cantora, foi pro ralo e agora a única saída que eu vejo é tentar ser professora, já que sempre me dei bem com crianças.

Ano passado me formei em pedagogia, foram meses estudando, virando o dia, e até desmaiando por não comer, para conseguir este emprego e ajudar minha mãe, minha irmã e minha tia. Agora estou aqui, olhando para a janela pequena do meu quarto velho, pessoas felizes e seguindo seus sonhos. Infelizmente o mundo hoje é movido pelo dinheiro, e como não tenho lá a melhor condição, faço o que está ao meu alcance.

A vida nunca me pareceu tão lenta como agora. A fase adulta.

Agora, basta uma ligação, para mudar a minha vida, e dar aula no 2° ano do ensino fundamental. Criancinhas de 7 anos, elas nao me parecem ser tão más assim, não é mesmo? Afinal, com meus 19 anos de vida, devo saber lidar bem com elas.

- Any, o jantar está pronto- grita minha mãe da cozinha.

Minha mãe é o típico de mãe coruja, admiro ela depois de tudo o que ela passou. Quando meu pai largou a gente por uma atriz famosa magrela, tinha meus 4 anos.

Minha mãe, nova, teve que me deixar morar com minha tia, que me ensinou a cantar durante 4 anos, sim, 4 anos apenas vendo minha mãe nos domingos, pois ela trabalhava muito, até porque ela descobriu estar grávida, o que resultou irmã linda que tenho hoje, a Belinha. 10 anos passam rápido eu diria.

- Estou indo dona Priscila. O que temos pra hoje?- perguntei descendo as escadas da minha casa.

- Temos lasanha!- ela diz tirando a mesma do forno, sorrindo- Sua tia chegará tarde hoje, parece que as aulas que ela daria hoje, serão mais pra perto da noite- oh sim, como poderia me esquecer, minha tia Laura, ela é professora de canto, daí surgiu meu dom.

- oh, mas que pena. Ela não vai poder ver filme comigo até tarde- falei e minha mãe gargalhou.

- mãe o que o pipoca esta fazendo com minhas pantufas.- gritou Belinha do seu quarto. Quando eu tinha lá os meus 14 anos, nos mudamos para Los Angeles, quando contrataram minha tia para a escola de música daqui. Belinha tinha 5 anos na época, nos conseguimos trazer Pipoca, nosso cachorro

- Desce e vem pegar preguiçosa- gritei e a desceu bufando

- Mãe olha a Any!! - belinha disse na beira da escada

- parem de implicância as duas. Belinha vê arrumar a mesa. Any, como foi a entrevista hoje?- belinha bufou e minha mãe perguntou se sentando ao meu lado no sofá.

- Foi boa. A escola é gigante, e ela só me fez perguntas sobre a vida e antigos trabalhos. No geral foi boa. - disse encolhendo meus pés pra cima do sofá.

- Você vai conseguir meu amor, batalhou tanto pra isso. Quem sabe se você não vira uma cantora famosa ou uma professora famosa com o dinheiro que ganhar?- minha mãe disse me fazendo deitar em seu colo.

- Não sonhe alto mamãe. Para juntar o dinheiro necessário para a faculdade daqui, teria que ficar 2 anos juntando dinheiro.- disse e ela parou de me fazer cafuné e a olhei

- Nunca mais repita isso. Você tem que acreditar nos seus sonhos minha filha- ela disse e eu concordei, mas não porque acreditou, e sim para dar um fim nesse assunto.

Unfreeze - Beauany                    (CONCLUIDA✓) Onde histórias criam vida. Descubra agora